Alto imposto faz Nintendo desistir de games no Brasil
janeiro 11, 2015Foto: Nintendo Wii / Reprodução. |
Por conta da alta taxa tributária, a Nintendo resolveu interromper a venda
de produtos oficiais no Brasil a partir deste mês. O anúncio foi feito na última
sexta-feira (09/01) e deixou os fãs da marca de jogos japonesa apreensivos. Com
isso, a venda oficial de jogos e consoles continuará somente enquanto houver
itens nos estoques da distribuidora e das lojas de varejo.
Já os games em formato digital
continuarão a ser comercializados no país pelo portátil 3DS, já que a loja eShop não tem uma versão nacional no Wii U. No Brasil, a Nintendo é famosa
pela série Super Mario, Donkey Kong e The Legend of Zelda, que colecionam admiradores desde a década de
1990.
Apesar da medida drástica, a Gaming do Brasil, empresa subsidiária
da Juegos de Video Latinoamérica, holding
ligada à Nintendo, disse que
continuará monitorando o mercado brasileiro para retomar as atividades em outro
momento. A empresa explica ainda que o setor de assistência técnica continuará
com a HG Digital Services, assim
como as garantias locais para os consumidores atuais.
Em nota, o diretor e gerente geral
para a América Latina da Nintendo of America, Bill van Zyll, disse que ambiente
local de negócios no país se tornou insustentável. "Os desafios incluem as altas tarifas sobre importação que se
aplicam ao nosso setor e a nossa decisão de não ter uma operação de fabricação
local", afirma.
Tributos
Quando colocamos na ponta do lápis
quanto custa um jogo de videogame no Brasil, percebemos que a alta taxa
tributária é a principal responsável por elevar o preço dos consoles no país.
Para se ter uma ideia, um jogo eletrônico possui mais tributo do que uma arma
de fogo no Brasil.
Foto: Tecnoblog / Reprodução. |
Produtos como whisky, cachaça,
cigarro e, até mesmo, um computador ou um celular smartphone possuem taxas de
tributação menores que um jogo e console de videogame. A explicação da Receita Federal é
que as diferenças de tributos entre os produtos visam manter uma “competição
saudável” entre as mercadorias nacionais e estrangeiras.
Mas o que vemos na prática é um
sufocamento do setor de games no Brasil, fazendo com que outras empresas como a
Microsoft e a Sony, tenham dificuldade para trazer os seus lançamentos para o
Brasil e, inclusive, estabelecer a sua loja online de jogos eletrônicos em
moeda nacional.
De acordo com a Receita Federal,
quando uma empresa traz um videogame para o Brasil, ela paga sobre o valor do
produto, 20% de imposto de importação, 1,65% de Pis, 7,60% de Cofins, 50% de
IPI e cerca de 20% de ICMS estadual (cada estado brasileiro tem a sua taxa).
Com tanto imposto, está cada vez mais caro ter um videogame no Brasil.
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