#ReportagemEspecial: Bienal do Livro de Minas atrai grande quantidade de jovens atrás de escritores famosos

novembro 16, 2014

Foto: Mariela Guimarães / Jornal O Tempo / Reprodução. 


Livro por todos lados. Estandes de editoras e de livrarias montados em espaços estratégicos. Além disso, muita diversão e a possibilidade de ficar cara a cara com escritores dos mais diversos gêneros. Tudo isso é possível de ser visto, até o dia 23 de novembro, na quarta edição da Bienal do Livro de Minas, que acontece no Expominas, em Belo Horizonte.

Mas, o que mais chamou a atenção nestes primeiros dias de evento, é a quantidade de jovens leitores. Adolescentes que acompanham obras literárias famosas e alternativas, que sabem, inclusive, o estilo dos autores e a época dos próximos lançamentos. Uma prova de que o público teen não só está lendo mais, como também está cada vez mais próximos dos seus autores preferidos via redes sociais.

Um exemplo disso são as primas Júlia Azevedo, 15 anos, de Coronel Fabriciano; Cássia Milward, 13 anos, de Ipatinga; e Vitória Milward, 13 anos, de Sobrália, que vieram à Bienal do Livro de Minas com mais uma prima e a mãe de uma delas. Elas madrugaram na fila e foram as primeiras a chegar no evento, nesse sábado (15/11).

“Viemos todas no trem da Vale, saindo de Ipatinga, o que foi muito bom. São sete horas de viagem. Mas ficamos um tempinho parados no meio do caminho, por causa de uma queda de energia e quando descemos na estação em BH, como estava chovendo muito, não tinha táxi. Acabamos chegando em casa às 23h30 e, mesmo assim, acordamos cedo para estar aqui”, contaram animadas.
As primas Júlia Azevedo, Cássia Milward e Vitória Milward foram as primeiras a chegar à Bienal do Livro de Minas. Foto: Washington Alves / Reprodução.

O objetivo das adolescentes era um só: ver de perto a autora de quem são fãs. “Queremos ver a Paula Pimenta, porque gostamos demais dela. Pensamos também em andar pela feira, conhecer outros autores, comprar alguns livros”, contou Cássia.

Fenômeno de vendas com a série de livros “Fazendo o meu Filme” e "Minha vida fora de série", a escritora mineira Paula Pimenta lotou o espaço Conexão Jovem. Os organizadores haviam distribuído cerca de 400 senhas e, mesmo assim, ficou gente do lado de fora. Desde as 10h da manhã, vários adolescentes já estavam na porta do espaço aguardando o bate-papo que começou, pontualmente, às 13h.

Poesia

Quem também teve muitos holofotes na Bienal do Livro de Minas no último sábado (15/11), foram o escritor, ator e humorista Gregório Duvivier e a cantora Adriana Calcanhotto. Eles vieram a Belo Horizonte para participar do bate-papo promovido no Café Literário, às 14h, que teve a mediação do jornalista, escritor e professor do UniBH, Fabrício Marques.

O espaço intimista do Café Literário não foi suficiente para abrigar todos os interessados em ouvir Gregório e Adriana. Eles conversarem sobre a importância da poesia no universo literário, como os dois se apaixonaram por poesia e o processo criativo de ambos para a produção de poemas e poesias.
Fotos: Arquivo Pessoal e Divulgação.

As senhas foram distribuídas com antecedência por volta das 10h e muitas pessoas ficaram acompanhando o encontro do lado de fora, por meio do vidro transparente que separava a sala – o que frustrou muitos interessados que sugeriram que encontros como este deveriam ter sido realizados em um palco aberto para quem quisesse escutá-los.

Mais bate-papo

Logo depois, o Café Literário debateu “Literatura e Política no Brasil em 2014”, com os escritores Luiz Ruffato e André Sant’Anna. O primeiro ressaltou que o tema permeia todas as suas obras, inclusive em seu último livro, “Flores Artificiais”. Já Sant’Anna, que também atua como redator de horário eleitoral gratuito, disse que cresceu acompanhando política. “Minha maior influência, no começo, foi o cineasta Glauber Rocha, que era muito engajado tanto nas suas obras quanto na vida”, lembrou.

Por fim, ainda no Café Literário, Carlos de Brito e Mello, Mário Alex Rosa e Ana Martins Marques, falaram sobre a Nova Literatura Mineira. “Não tenho essa preocupação, mas me reconheço nessa imagem que foi construída pela literatura mineira, porque cresci lendo. Isso acaba fazendo parte do que a gente é”, frisou Ana.
Fotos: Arquivo Pessoal e Divulgação.

Mário Alex Rosa disse não crer em regionalismos. “Não acredito em literatura carioca, mineira ou paulista, acredito na apropriação do espaço pelo autor”, falou. Mello também não se envaidece com o título de pertencente dessa nova safra de escritores de Minas Gerais. “Sou muito lembrado que sou mineiro quando estou fora daqui. É curioso como essas referências são destruídas tanto com a leitura do livro quanto na medida em que nos reconhecemos no dia-a-dia”, reconheceu.

Quadrinhos

Outro sucesso de público foi a programação da Bienal em Quadrinhos. Lá, Eduardo Damasceno, Luís Felipe Garrocho e Lucas Libânio criaram tirinhas ao vivo para os olhos atentos da plateia. No mesmo local, um bate-papo sobre tirinhas na web recebeu Alexandre Beck, autor de Armandinho, Garrocho, do Bufas Danadas, e Ryot, do Ryotiras.

“Comecei a criar para me comunicar com meus amigos que ficaram em outro estado quando me mudei”, explicou Beck, sobre o surgimento do personagem Armandinho, um dos grandes sucessos do Facebook.

Compra

Quem foi à Bienal do Livro de Minas apenas com a intenção de comprar alguns livros para incrementar a sua biblioteca pessoal se chocou com os preços de alguns estandes de lojas/editoras conhecidas no mercado mineiro. Muitas vezes, a diferença de preço de um estande para o outro era gritante, o que exigiu de algumas pessoas pesquisa e sola de sapato antes de comprar.
Fotos: Arquivo Pessoal e Divulgação.

A assistente administrativo, Rosemeire dos Santos, de 34 anos, não se arrependeu de “bater perna” na Bienal. Ela estava querendo comprar o último livro do Paulo Coelho, O Vencedor não Está Só. Em um estande ela encontrou o livro por R$ 39,90 e resolveu não compra-lo.

Inconformada com o preço, Rosemeire andou mais um pouco e encontrou o mesmo livro por R$ 10 numa banca. “Ainda bem que resolvi andar e não fiquei em um único lugar. Acho uma falta de respeito venderem livros aqui com o mesmo preço da loja, afinal estamos numa Bienal...tem que ter preços diferenciados pra poder valer a pena cada centavo gasto aqui”, disse.

Programação

Ainda tem muitas atrações na Bienal para este domingo (16/11). Abrindo a programação do dia, o Minas de Histórias promete encantar o público. Na sequência, a best-seller americana Margareth Stohl conversa com a plateia sobre seu trabalho e autografa seus livros. Thalita Rebouças é outro destaque do Conexão Jovem.

No Café Literário, Sérgio Rodrigues e Flávio Carneiro se encontram para o bate-papo “Literatura e futebol” e Lira Neto e Paulo Cesar de Araújo têm um encontro marcado na mesa Biografia em Debate. Alexandre Beck, autor da tirinha Armadinho, volta à Bienal em Quadrinhos para repetir o sucesso de sábado, enquanto vários outros artistas participam da improvisação ao vivo. Para ver a programação completa, clique aqui.









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