O que será da nossa política brasileira sem a tão sonhada Reforma Política?
maio 10, 2014![]() |
Foto: Revista Veja / Reprodução. |
2014 é um ano eleitoral. Também temos a Copa
do Mundo em junho, mas o futuro do Brasil será decidido mesmo para valer em
outubro. Desde que o Brasil estabeleceu o regime democrático, há quase 30 anos,
é a eleição mais emblemática da
nossa história recente. Diga a verdade: você sabe em quem votar?
De todos os candidatos aos cargos do
executivo, não é possível perceber um plano
de governo, mas sim um plano de
poder. E isso é preocupante. Todos os partidos estão brigando por uma fatia de poder e não por um país melhor. No fritar dos ovos, as
eleições – na visão dos políticos, não passa de um processo para ver quem vai
ficar com a maior fatia do bolo.
Enquanto isso, nós – o povo,
continuamos na mesma. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Quando
vamos às urnas escolher representantes nos cargos do executivo e do legislativo
estamos assinando um “cheque em branco” para os políticos e partidos.
Quem ganha a eleição tem o direito de
definir os rumos da verba pública, de nomear secretários, superintendentes,
presidentes de estatais ou fundações, coordenadores, assessores, diretores,
etc. E o povo não participa desta escolha, muito menos o funcionalismo público.
Ficamos de mãos e pés atados.
Aliás, o funcionário público é o que
mais sofre. Fica sendo jogado de um lado para o outro, dependendo da vontade do
político ou dos interesses do partido. Historicamente, foi muito importante o
Brasil ter ido às ruas e ter lutado pela democracia. Mas, infelizmente, saímos
da ditadura militar e entramos na ditadura da informação. Quem fala mal (ou
a verdade) sobre um determinado partido ou político é “exonerado da face da
Terra”.
E esta censura da informação é tão forte que ela vem disfarçada de verba
de publicidade para sites, blogs, revistas, jornais, portais, emissoras de TV e
Rádio. Quanto maior a inclinação partidária ou a aproximação do plano de poder
vigente, maior é a receita e benefícios.
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Ilustração: Correio Braziliense / Reprodução. |
O que será da nossa política
brasileira sem a tão sonhada Reforma Política? É a pergunta que não canso de me
fazer. Para uma Reforma Política
real, a população vai ter que ir às ruas e lutar por cada nova linha na nossa
Constituição. Se não houver isso, dificilmente sairemos do zero a zero.
Para uma Reforma Política real, os políticos e partidos não teriam mais esse
“cheque em branco” das indicações, das verbas públicas, nem dos cargos
comissionados. Só se tornaria secretário, superintendente, presidente de
estatais ou fundações, coordenador, assessor, diretor, etc., quem se submetesse
a concurso público, teste de aptidão e exame psicológico.
E a vigência não seria vitalícia. Aliás,
para nenhum cargo público. De tempo em tempo, haveria um novo concurso para
preencher essas vagas. Isso acabaria com a sensação de “acomodação” que existe.
Haveria plano de carreira para quem
de fato se comprometesse e quisesse pleitear uma nova ocupação pública, mas
tudo por meio de um concurso.
Também não haveria mais reeleição. E
uma pessoa só poderia se candidatar a um cargo público, tanto no executivo,
quanto no legislativo e no judiciário, depois de estudar gestão pública e se
preparar para de fato ocupar esta “cadeira”.
Além disso, precisaríamos fortalecer
os conselhos populares que teriam
ainda mais peso nas decisões e pactuações políticas. Sem contar na importância
de existir matérias nas escolas de ensino fundamental e médio que discutissem
mais noções de cidadania, sociologia, filosofia e política.
Claro, isso tudo são só algumas
ideias. Não sou o dono da verdade. Falo a partir da visão de mundo que tenho e
que vislumbro que poderia ajudar a melhorar o nosso atual cenário.
Infelizmente, do jeito que está não dá mais para ficar. Muitas pessoas já não
se sentem representadas. Já passou da hora de reivindicarmos um Brasil mais democrático
e justo. Chega de ditadura da informação!
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Jornalista
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