Dicas de como se especializar no mundo da fotografia profissional
maio 14, 2014
Na seção Café Convidado desta semana, o jornalista e fotógrafo Rafael Sandim
fala sobre a sua mais nova paixão, a fotografia.
No artigo abaixo, ele conta como se interessou pelo mundo das imagens e dá
dicas de como se especializar no ofício. Abaixo, confira o texto:
Das palavras pela imagem como meio de
expressão
Por Rafael Sandim*
“Uma boa fotografia é colocar a mente,
o olhar e o coração em uma mesma linha”, já dizia Henri Cartier-Bresson. Ao contrário do
que muitos pensam, fotografia não é apenas dar um clique. Sempre pensei na
criação de imagem com cuidado: tive a disciplina de fotografia quando cursava
jornalismo, mas nela não tinha ainda descoberto a minha vocação para o
segmento.
Ano
passado, deixei a carreira de jornalista em segundo plano para investir em um
hobby que virou paixão. A fotografia chegou tarde na minha vida, mas é como se
eu soubesse que queria trabalhar com isso e ainda faltava o contato com a
câmera. Sempre via as imagens ao meu redor com muita sensibilidade, querendo
eternizar cada instante. Atualmente, tenho trabalhado com cobertura de festas,
fotografia de família e ensaios, mas o meu objetivo é fotografar casamentos.
No
início desse ano, comecei a fazer o Curso
Completo de Fotografia, da Escola de Imagem. Existem ótimos
fotógrafos que nunca fizerem cursos de fotografia, mas eu senti a necessidade
porque a minha habilidade com a câmera era zero. A minha formação no curso
termina em março de 2015, quando finalizo os 11 módulos que abrangem as áreas
mais importantes da fotografia, de como segurar uma câmera até manipulação de
imagem.
Antes
de me envolver realmente com a fotografia, eu já tinha uma admiração pela área,
mas acredita que eu nunca poderia exercê-la por conta dos preços altos de
equipamentos fotográficos. Infelizmente, não é uma área para quem não tenha
dinheiro para investir. Câmeras, lentes, flash e mais uma série de coisas são
necessárias.
O
ideal para quem quer começar e não tem muito para investir é comprar uma câmera
primeiro, ir treinando, depois comprar um flash, uma lente melhor, e por aí
vai. Sem pressa! Não deixe o comerciante fazer a sua cabeça ao falar que você
só vai ser um bom fotógrafo se tiver uma câmera full-frame (cujo sensor é maior
do que as câmeras mais baratas, as APS-C).
Mesmo
que você faça muitas imagens no curso, não ache que está ótimo e que isso
basta: é um pensamento errado. Além das aulas na escola, estudo bastante por
conta própria. Já li diversos livros sobre teoria e técnica fotográfica.
Um
aprofundamento no assunto é fundamental para quem crescer, seja em qualquer
área. Algumas pessoas comentem o erro de guardarem o manual da máquina
fotográfica sem lê-lo, sem imaginar que ali está uma das partes mais
importantes da jornada do fotógrafo.
Impossível
dominar todas as funções da câmera sem descobrir onde cada opção está. Por mais
que pareça educativo explicar isso, é importante destacar que não tem como
crescer em algum segmento se não houver uma grande dedicação. Tem que encarar
os livros e fazer muita prática. Eu fotógrafo apenas no modo manual para ter
controle total sobre a câmera e sinto que, para o trabalho que faço atualmente,
é o melhor.
Em
uma das práticas externas do curso, fotografei
o Mercado Central. Embora tivesse algumas tarefas determinadas pelo
professor, decidi fazer um ensaio que brincava com o conceito de realidades
paralelas no local. A ideia das imagens é fazer com quem as veja não descubra,
a primeiro instante, que elas foram feitas no mercado.
É
clichê falar isso, mas é interessante quando o trabalho do fotógrafo faz as
pessoas pensarem por algum tempo sobre a imagem que viu, onde foi feita e como
foi realizada, com quais configurações técnicas e de iluminação.
Além
de dominar as técnicas, é muito importante que prestamos atenção na beleza que
existe nas coisas simples, nos gestos, olhares, sentimentos... À procura desses
momentos, com muita sensibilidade, o trabalho do fotógrafo só tem a crescer.
Registros espontâneos e singelos são os que eu mais procuro. Por exemplo, veja
meu ensaio publicado pelo Catraca
Livre.
Para
finalizar, como sou cinéfilo frenético, uma lista filmes e documentários sobre
fotografia imperdíveis:
1.
Blow-Up:
Anos 60, em Londres, um fotógrafo de moda começa a refletir sobre a fotografia
apos se envolver acidentalmente com um crime de morte. Clássico!
2.
Janela Indiscreta:
Por ser um filme do Hitchcock já vale a pena, mas a importância da fotografia
no decorrer da narrativa torna o filme imperdível para qualquer fotógrafo.
3.
HENRI CARTIER-BRESSON:
The Impassioned Eye: Impossível amar fotografia e não ser fã do trabalho de
Bresson. Esse documentário explica porque ele era tão bom no que fazia.
4.
WAR PHOTOGRAPHER:
Documentário sobre o repórter de guerra James Nachtwey, responsável por algumas
das mais conhecidas fotografias de guerra.
5.
ANNIE LEIBOVITZ – Life Through a Lens:
O trabalho de Annie é tão famoso que uma parte dos fãs da fotógrafa conhecem
muito de fotografia. Esse documentário realiza um compacto sobre a jornada de
Annie durante anos.
6.
THE BANG BANG CLUB:
Esse filme tem uma série de falhas cinematográficas, como focar em dilemas
irrelevantes dos personagens ao invés de mostrar coisas importantes para a
história que acontecem no mesmo momento, mas ele entra na lista porque algumas
partes são imperdíveis para apaixonados do jornalismo de guerra.
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*Perfil: Rafael Sandim já trabalhou em
redações de cinema, educação, agência de conteúdo digital. Atualmente, atua
como fotógrafo, jornalista freelancer e também edita vídeos.
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Jornalista
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