Livro “12 anos de Escravidão” inspira filme e revela os horrores deste período histórico
fevereiro 06, 2014
Considerada uma das passagens mais
repugnante da história recente da humanidade, a escravidão dos negros de origem
africana deixou marcas na nossa sociedade que até hoje ainda não foram
cicatrizadas completamente. O preconceito e a discriminação são as principais
chagas desse período histórico e sombrio.
Com intuito de dar voz a esta
passagem da nossa história que, muitas vezes, é contada sob o ponto de vista de
uma sociedade branca e elitizada, o livro 12
anos de Escravidão, lançado aqui no Brasil pela Editora Seoman, revela os
horrores da escravidão sob a ótica muito particular de um homem negro
livre que, após ser sequestrado, viveu 12 anos como escravo.
Baseado numa história real, Solomon
Northup, cidadão livre de Nova York, foi sequestrado em Washington em 1841, e
resgatado em 1853, em uma plantação de algodão em Louisiana. Ele, que era um
homem casado, trabalhador e violinista, foi afastado do convívio da sua
família, após uma falsa promessa de emprego.
A história que choca até hoje pela
riqueza de detalhes se transformou em filme pelas mãos do diretor britânico Steve
McQueen e do roteirista John Ridley. O filme tem estreia prevista no Brasil
para o dia 21 de fevereiro, com distribuição da Disney Filmes. 12 anos de Escravidão concorre ao #Oscar2014 em nove categorias e,
recentemente, ganhou o Globo de Ouro na categoria melhor drama. Assista o
trailer:
Solomon Northup é um homem letrado,
violinista e conhecido por ser um empreendedor em ascensão. Após receber uma
oferta falsa de trabalho, ele é sequestrado, drogado e comercializado como
escravo na região do Rio Vermelho, no estado de Louisiana, onde permaneceu por 12
anos.
Em linhas gerais, o livro conta toda
jornada de servidão de Northup, com relatos de sua vida e dos acasos que a pontuaram.
De forma dramática e angustiante, o protagonista discorre sobre a sua rotina
exaustiva de trabalhos e de castigos, passando por vários senhores no decorrer
dos anos. Apesar de tudo, por todo este tempo, ele não perdeu a esperança e
aguentou firme até ser resgatado.
Cena do filme "12 anos de Escravidão". Foto: Divulgação. |
Ainda, a obra discorre sobre a crua
realidade que as pessoas negras eram submetidas nas senzalas, e isto ocorre já
em uma época em que os abolicionistas lutavam arduamente pelos direitos dos
escravos. Mas ainda em alguns estados era comum ver cidadãos sendo levados e
escravizados às vezes até por toda vida.
Em uma escrita simples, ágil e
intimista, o livro retrata a vida de um escravo, uma narrativa que conta o
período muito difícil para a população negra dos Estados Unidos: detalhes
históricos, perigos e horrores da escravidão. Mesmo com muita luta e
persevença, a libertação de Northup só acontece em janeiro de 1853, graças ao
abolicionista canadense Avery Bass.
Narrado em primeira pessoa, o livro
relata com uma riqueza de detalhes este período sombrio na história dos Estados
Unidos, cuja abolição total da escravatura só viria ocorrer dez anos depois, em
1863, por meio da sentença do presidente Abraham Lincoln. A obra foi publicada
pela primeira vez em 1854 e só recebeu uma adaptação cinematográfica no ano
passado.
Cena do filme "12 anos de Escravidão". Foto: Divulgação. |
Solomon Northup nasceu em julho de
1808, em Saratoga Springs, Nova York. Ele escreveu o livro seu primeiro ano de
liberdade como forma de dar voz às crueldades cometidas no período que
permaneceu como escravo, apesar de ser um homem livre.
Ele também deu dezenas de palestras,
em todo nordeste dos Estados Unidos, sobre suas experiências como escravo, a
fim de apoiar a causa abolicionista. As circunstâncias e data da morte de
Northup são incertas, mas suspeita-se que tenha ocorrido no ano de 1863.
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Jornalista
2 comentários
Sem sombra de dúvida, um livro muito interessante sobre um importante período da história. Além disso, trata-se também da jornada de um homem que renasceu da dor e da justiça de uma época cruel como a retratada no livro. Infelizmente, ainda não tive a oportunidade conhecer a obra mas estou muito interessado.
ResponderExcluirEu também ainda não tive a oportunidade de ler a obra, mas penso que o texto leva-nos à uma importante reflexão sobre um momento muito triste da história da humanidade. Quanto ao filme, acredito que este contribuirá bastante para a divulgação do livro.
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