#CaféEntrevista: Canal We quer dar destaque à diversidade social e à temática LGBT

janeiro 31, 2014



Tem novidade na TV Paga. Em 2014, o Brasil contará com o primeiro canal de TV lifestyle dedicado 100% à diversidade social e à temática LGBT. Trata-se do canal We, do grupo Box Brazil, que em breve estará no line-up das principais operadoras.

A proposta é reunir em um espaço exclusivo o melhor da diversidade mundial e brasileira com conteúdos que vão além dos tradicionais blockbusters, exibindo filmes, séries, shows, programas de entrevistas, videoclipes, telejornais, talkshows e realities de diversos países.

Inicialmente, o conceito do canal está sendo lançado nas redes sociais com o objetivo de atrair todos os públicos, independente de cor, idade ou religião. Para falar mais sobre esta estreia, o Café com Notícias conversou com o diretor da Box Brazil, Cícero Aragon, de 43 anos, que está à frente dos preparativos para a estreia do canal We. Abaixo, confira a entrevista:


1) Para começar, gostaria de saber como nasceu a ideia de criar o canal We e para quando está prevista a estreia?

A TV Paga brasileira carecia de um canal dedicado a conteúdos que tivessem uma melhor capacidade de dialogar com a diversidade social e o público LGBT. Verificando que, apesar de toda a importância do tema e destes conteúdos, os mesmos estavam fora ou ainda muito dispersos nas grades da maioria dos canais. Por isso, tivemos a ideia de criar o canal We. Ainda não temos uma data definida.

2) Houve alguma pesquisa ou conversa com os grupos sociais para que eles se sentissem representados e/ou acolhidos com a proposta do canal We? Como foi pensada a programação?

Sim. Fizemos um amplo levantamento sobre os temas que exercem maior atração neste público e não são encontrados com facilidade. Pesquisamos erros e acertos em canais internacionais que, de alguma forma apresentam os temas propostos e ainda continuamos pesquisando.

A programação do canal We ainda não tem seu desenho final totalmente concluído, mas podemos adiantar que contará com filmes, séries, shows, programas de entrevistas, videoclipes, telejornais, talk shows e realities de diversos países. Quem se interessar, pode mandar sugestões de conteúdos através do nosso blog e página no Facebook.

3) Em linhas gerais, gostaria que você contasse o que o assinante da TV Paga vai encontrar no canal We?

O We será um espaço qualificado que busca deixar de lado os rótulos através da preservação das diferenças, apresentando realidades, conteúdos e histórias ignoradas por muitos, independente de sua orientação sexual, descendência, idade ou cor, sem apelar para estereótipos e discursos moralizantes.

Por se tratar de um canal de entretenimento, não possui em sua programação atrações de cunho moralista ou “politicamente correto”. Queremos que o We seja um instrumento que ajude a romper barreiras contra o preconceito, derrubando tabus e preservando as diferenças, mas sempre, de forma interessante e envolvente.
O diretor da Box Brazil, Cícero Aragon, fala sobre a estreia do canal We. Foto: Divulgação.

4) E por falar nisso, quantas horas será dedicada a programação produzida aqui no Brasil. Há algum programa de destaque que você pode revelar em primeira mão?

Bom, a programação do We ainda não está concluída. Sobre a produção nacional: contará com seu espaço através de filmes e séries em volume muito superior a regulamentação da TV por assinatura, que no caso de canal de espaço qualificado é de 3h30min semanais.

Completará a programação contratada no país um telejornal, apresentado de forma bastante descontraída, com notícias sobre diversidade e direitos humanos que são destaques no mundo, com suas conquistas e retrocessos, preconceitos e inclusão.

Dentre os conteúdos que estão em avaliação e negociação pela nossa equipe, podemos destacar: The L World (EUA), Verbotene Liebe (Alemanha), Bomb Girls (Canadá), Shinsekai Yori (Japão) e shows de Lady Gaga, U2, Madonna, Coldplay e Katy Perry.

5) A Box Brasil já possui os seus canais em algumas das principais operadoras de TV Paga e, por conta disso, como tem sido tratada a entrada do We no line-up delas? Houve alguma dificuldade como a FOX teve?

As negociações para a distribuição do We estão em processo inicial. As operadoras têm se mostrado sensíveis ao tema, mas o grande desafio são as limitações técnicas e de orçamento. Hoje, a concorrência entre as empresas e necessidades de redução de custos é um mantra em qualquer companhia brasileira e na TV Paga não é diferente.

Neste mesmo caminho, a limitação de frequência para a distribuição de novos canais é um desafio permanente, onde a maioria das operadoras precisa optar entre um ou outro canal que entra em seu line-up, nas versões SD e/ou HD. Nosso desafio é demonstrar que o investimento das operadoras no We, além do uso de uma frequência, fará diferença para atrair novos assinantes ou mantê-los.

Precisamos demonstrar que não seremos apenas mais um, mas um canal que fará diferença no line-up das operadoras e, por isso, estamos trabalhando para demonstrar. A mobilização através das redes sociais de todos aqueles de comungam com nossa iniciativa contribuirá muito para que o canal We demonstre sua forte relevância.

6) Uma das propostas do canal We é também dar espaço a temática LGBT. Há uma preocupação de abordar a questão social e política, e não só a questão sexual e/ou erótica?

Acima de tudo, o We não explorará questões de apelo erótico ou sexual. O We é um canal de entretenimento, atraente para todas as pessoas. Queremos que o We seja um instrumento que contribua para romper barreiras contra o preconceito.

A temática LGBT estará presente em nossa programação, majoritariamente em conteúdos de filmes e séries, escolhidos por uma curadoria que primará em selecionar conteúdos com restrito apelo sexual ou erótico. 

De forma complementar, o canal abordará, em seus telejornais ou, talk shows que farão parte de nossa programação em uma segunda fase, questões sócias e políticas, direitos humanos e diversidade.

Queremos contribuir para desmistificar e esclarecer aspectos relacionados à cultura e às individualidades, dando uma especial atenção do ao público LGBT, mas englobando outros aspectos ou grupos sociais que enfrentem algum tipo de preconceito. Entendemos que, enquanto indivíduos, somos iguais e diferentes.




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Jornalista

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