Brasil vence a Sérvia no handebol feminino, mas o título é exibido apenas na TV Esporte Interativo

dezembro 22, 2013

Seleção Brasileira Feminina de Handebol vence o time da Sérvia e conquistou a inédita
medalha de ouro no campeonato mundial. Foto: Cinara Piccolo / Handebol COB / Divulgação.


Fato histórico no esporte brasileiro. É que a seleção brasileira feminina de handebol venceu o Campeonato Mundial, na Arena Kombank, em Belgrado, na Sérvia, por 22 a 20. Um jogo emocionante! Nada mais, nada menos do que um título internacional conquistado na casa do adversário, de maneira invicta, na tarde deste domingo (22/12).

A conquista inédita não foi exibida na TV aberta, muito menos nos tradicionais canais esportivos da TV Paga. Os amantes do esporte brasileiro se sentiram boicotados. Assinantes da Sky e da NET não puderam acompanhar o título das meninas do handebol brasileiro.

A partida foi exibida com exclusividade apenas pela TV Esporte Interativo – que possui sinal na TV Parabólica e nas operadoras OiTV e ClaroTV, além da transmissão pela web. Nas redes sociais a revolta foi grande, mas a torcida pelas atletas foi maior ainda. O handebol feminino no Brasil entra para a história. Abaixo, confira os melhores momentos da partida:


Mas, porque os tradicionais canais esportivos da TV Paga não exibiram o jogo? A resposta veio mais cedo, no blog do jornalista Juka Kfouri, no UOL. Ele havia noticiado o boicote à TV Esporte Interativo, o que inviabilizou que a mesma esteja no line up das duas maiores operadoras de TV Paga.

Desde que as meninas do handebol entraram no mundial pouco se foi noticiado na TV aberta. Geralmente, são poucas as modalidades que tem destaque na grade como o futebol tem.

Mas, no caso da TV Paga, onde o telespectador paga para ter conteúdo é de se estranhar a omissão? Nem tanto. Tudo isso se deve por conta de uma suposta restrição da Globosat que teme que a chegada de mais um canal esportivo na grade de programação das operadoras possa tirar a audiência da SporTV.

"No mundo da competição livre do Facebook, o Esporte Interativo é curtido por quase 8 milhões de pessoas, mais do que qualquer outro canal no Brasil. Mas no mundo da competição controlada da TV Paga, em que as duas maiores operadoras do Brasil tem que perguntar a uma programadora se podem lançar um canal concorrente, é exatamente o contrário. Quanto mais apelo, quanto mais sucesso, maior a barreira de entrada”, disse o presidente da TV Esporte Interativo, Edgar Diniz, ao jornalista Juca Kfouri.


Opinião

Quem me acompanha no Café com Notícias sabe que há muito tempo questiono o modelo de negócios da TV Paga no Brasil. O telespectador não tem direito de escolha nos canais que quer assistir. Os pacotes de canais são fechados, baseados exclusivamente na quantidade, e não na qualidade.

O assinante fica nas mãos das operadoras na hora da escolha, o que inviabiliza o nosso poder de decisão. Porque se eu não gosto do canal X tenho que ter ele no meu pacote? Alguns canais, inclusive, incentivam que os assinantes liguem e se manifestem nas redes sociais sobre essa ditadura branda de que só os canais de determinada empresa tem a preferência.

Com a transmissão do handebol feminino neste domingo (22/12), a TV Esporte Interativo entra para a história por dois motivos: a primeira, por se mostrar uma opção de TV esportiva realmente plural e que consegue mobilizar os internautas nas redes sociais durante uma partida, se posicionando de forma transparente, sincera e acolhedora.

E a segunda, por não fazer vistas grossas ao nosso modelo de TV Paga que beneficia integralmente uma única Organização. É preciso ter coragem para peitar esse modelo que é cruel, não só na questão da distribuição dos canais, mas sobretudo da divisão do bolo publicitário.

É por essas e outras que a internet se consolida como meio alternativo de informação. Na web, a notícia circula e nós, os internautas, conseguimos ver que essa a transmissão desta partida vitoriosa de handebol feminino foi muito mais emblemática do que possa parecer.

Nas redes sociais o telespectador não se calou e colocou a boca no trombone: chegou a hora de dar um basta. Esse modelo de TV Paga no Brasil precisa ser revisto.

Pelo Twitter














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Jornalista

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Jornalista e social media especializado em produção de conteúdo na internet multiplataforma. Entusiasta do empreendedorismo na web e das novas narrativas da informação.

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