Jornalismo de Dados incentiva a contextualização de conhecimento
setembro 03, 2013
Contextualizar acontecimentos do
cotidiano com fatos históricos. Ser capaz de ler, analisar e interpretar dados
estatísticos com facilidade e, se necessário, fazer uso de cálculos e
porcentagem. Ficar atento aos debates nas redes sociais. Criar agendas,
planilhas, infográficos, álbuns de fotos e sistematizar uma coleta de dados
sobre um determinado assunto.
Ter uma rotina de apuração definida e
saber fazer uma pesquisa avançada nos buscadores. Confrontar a opinião de
fontes divergentes sobre o mesmo assunto para dar a liberdade ao leitor tirar
as suas próprias conclusões. Unir conhecimentos de tecnologia, edição de imagem,
produção e apuração para que no final crie um produto diferenciado e único.
Estes são algumas descrições do
trabalho de um Jornalista de Dados –
também chamado de Big Data Journalist.
São jornalistas que trabalham com a sistematização de dados e estatísticas, o
que é muito usado no jornalismo investigativo e independe de uma editoria.
Qualquer assunto pode ser plausível de uma reportagem investigativa, dentro
deste contexto de confronto de dados.
No Brasil, este tipo de jornalista é
bem visto no mercado e, por ora, é cada vez mais raro encontrar um profissional
gabaritado. São poucas as empresas jornalísticas que atinaram para a
necessidade de se criar uma boa equipe de Jornalismo
de Dados que envolvem não só jornalistas, mas hackers, técnicos, designers,
editores de imagens, estatísticos e pesquisadores que são capazes de esmiuçar
qualquer assunto, independente das barreiras do idioma.
Outro problema no nosso país em
relação ao Jornalismo de Dados é a
questão do direito de ter acesso a qualquer informação pública, a chamada Lei da Transparência. Muitos órgãos
públicos inibem o trabalho de jornalistas investigativos na pesquisa por
informações e dados oficiais, atrapalhando inclusive a própria população de ter
acesso a este conteúdo de forma rápida e simples.
Mais detalhado, o Jornalismo de Dados requer uma
dedicação pessoal do profissional e uma curiosidade acima do normal em querer
pesquisar. Geralmente, é um tipo de atividade que mexe diretamente com o poder,
com governos e empresários porque revelam esquemas ilícitos ou ilegais. Mas,
será que este tipo de jornalismo tem chance de sobreviver de forma local no
Brasil? Como eu faço para me capacitar em Jornalismo
de Dados?
Para ampliar o debate em torno deste
assunto, os jornalistas José Roberto de Toledo (Estadão e Abraji) e Marcelo
Träsel (PUC-RS), sob a moderação de Rosental Calmon Alves (Knight Center),
fizeram um videocast, em forma de debate, por meio de Hangout. O vídeo foi transmitido ao vivo na manhã dessa
segunda-feira (02/09), mas já está no ar pelo YouTube. É uma verdadeira aula. Assista o vídeo:
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Jornalista
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