#CaféEntrevista: Mario Marra fala sobre o Atlético-MG no livro “Nós Acreditamos”
setembro 27, 2013
Em julho, o Atlético-MG viveu um momento histórico. Pela primeira vez, o Galo
venceu a Copa Libertadores. O clube quebrou um jejum de 42 anos sem um
título internacional de grande relevância. A torcida vibrou. E os jogadores se
entregaram de corpo e alma. Foi uma das melhores campanhas do time em anos.
O atleticano imortalizou a frase #euacredito. E foi a partir desta
expressão que marcou este momento histórico, os jornalistas Mauro Beting,
Leonardo Bertozzi e Mário Marra lançaram o livro
“Nós Acreditamos” sobre a conquista do time alvinegro na Libertadores 2013. Abaixo, assista o teaser do livro:
O lançamento oficial será no dia 05
de outubro, das 12h às 18h, na Loja do
Galo, no bairro Lourdes, em Belo Horizonte. Antes disso, o jornalista Mário
Marra, de 43 anos, que trabalha como comentarista da Rádio CBN de São Paulo desde 2010, conversou com exclusividade com
o blog Café com Notícias. Acompanhe a entrevista:
1) Como surgiu a ideia de escrever o livro “Nós
Acreditamos”? O que o leitor vai encontrar?
Logo após a vitória do Galo sobre o
Newell's o meu telefone tocou. Era o Mauro Beting dizendo que tinha tido uma
ideia e que eu não poderia dizer não. Mauro fez o mesmo com o Leonardo
Bertozzi.
A ideia era descrevermos a bela
campanha do Atlético e ressurgimento do Galo como força nacional. Óbvio que
seria melhor se o livro fosse sobre um título da Libertadores, mas o livro
seria lançado mesmo com uma derrota.
Era o Atlético voltando a ser forte. Era
a história de uma grande campanha e da devolução do orgulho de ser atleticano. Mas
o título veio. E o leitor vai encontrar relatos de dias intensos vividos por
atleticanos que sofreram como os outros torcedores.
Como eu e Bertozzi vimos todos os
jogos e ainda as análises e textos do Mauro Beting para cada jogo do Atlético
na Libertadores, o livro possui muito das nossas impressões.
2) O interessante do livro é que ele é escrito por uma
trinca de jornalistas esportivos. Vocês já se conheciam antes? Como surgiu a
ideia de reuni-los, uma vez que o Mauro Beting não é atleticano?
Nós nos conhecemos em São Paulo. Temos
uma relação muito boa de respeito e amizade. Sou admirador dos dois. Mauro
Beting é conhecido por ser um cara de fácil relacionamento. Ele foi me visitar
na cabine e me desejar boa sorte em São Paulo, quando eu havia acabado de
chegar. Eu e o Bertozzi nos conhecemos em São Paulo e nos falamos quase todos
os dias.
Veja também:
3) Na sua opinião, a torcida do Galo teve um papel de
destaque para a conquista da Libertadores?
A torcida teve um papel muito
importante. Nas horas mais difíceis para os jogadores a torcida deu várias
demonstrações de força, amor e carinho. E nos momentos de alegria plena a
torcida também mostrou sua força.
Era incrível ver o “Inferno Alvinegro”
na Avenida Silviano Brandão. E os jogadores viam aquilo tudo e filmavam. Era
marcante para os jogadores e era marcante para os torcedores. Aqueles caras
estavam ali para celebrar qualquer coisa e as demonstrações de carinho foram
fortes para os jogadores. Como foi bonito ver o recado do "Eu Acredito"
nos momentos difíceis! A torcida deu o recado e mereceu muito o título.
O jornalista e comentarista esportivo Mário Marra na cobertura dos jogos da seleção brasileira. Foto: Arquivo Pessoal. |
4) O livro foi feito num tempo incrivelmente curto. Como
foi o processo de apuração e pesquisa para este trabalho? Como vocês
distribuíram o trabalho e o que cada autor fez?
Cada um fez o seu relato de como viu
cada jogo. Era muito forte nas nossas lembranças tudo o que havia ocorrido
naqueles dias. O livro vai trazer tudo o que vivemos e como vivemos cada jogo
do Atlético na Libertadores. Como encaramos a viagem até a Argentina, como
fizemos nos dias em que não conseguimos assistir, ao vivo, aos jogos.
5) Gostaria de saber alguma curiosidade de bastidor no
processo de criação do livro. Ser torcedor do Galo ajudou ou atrapalhou na
construção da narrativa do livro?
Ser torcedor teve muita importância.
E a visão do Mauro foi direta para o torcedor. O que dá para contar de bastidor
é que eu e o Bertozzi vivemos uma situação bem interessante.
Acertamos que faríamos o livro e
corremos para o computador. Escrevemos, escrevemos, choramos, relembramos e a
Libertadores comendo solta. Até que o Galo perde para o Olímpia...
Nem eu e nem ele conseguíamos mais
voltar a escrever. E guardamos segredo por uns dias. Até que ele me falou que
estava travado e eu disse que estava na mesma situação. Travamos mesmo. O
título veio e a força para escrever foi renovada.
6) Vocês chegaram a mostrar o livro para os jogadores e/ou
para equipe? Se sim, o que eles acharam?
Não mostramos. Contamos com a
colaboração de um grande líder do elenco. Um ídolo e campeão da Libertadores
fez o prefácio e isso nos honrou muito. O Atlético sempre se mostrou muito
disposto a ajudar, mas realmente o livro tinha a proposta de mostrar como vimos
tudo acontecer.
7) Como jornalista e pesquisador para a produção do livro,
você acredita que houve uma preparação do Clube para a Libertadores ou o time
foi surpreendido por ter conseguido chegar tão longe?
O Atlético se preparou e muito para a
conquista da Libertadores. Não foi por acaso que o Galo ficou em primeiro na
fase de grupos. Era o objetivo e o objetivo é garantir a possibilidade de
decidir em casa. A montagem do elenco mostrou muito a seriedade na condução do
projeto. Claro que o time derrapou, mas o normal é derrapar, é sofrer para
conquistar. Anormal é título invicto e sem sofrimento.
A torcida do Galo, no Estádio do Independência, no bairro do Horto, em BH, imortalizou outra expressão histórica: "caiu no Horto, tá morto". Foto: Bruno Cantini / Site do Atlético-MG. |
8) Se o Atlético-MG não tivesse conseguido o título vocês
lançariam o livro assim mesmo? Na sua opinião, foi um momento histórico para o
clube chegar tão longe na Libertadores?
Sem a menor dúvida a conquista do
título é um momento histórico. E o livro seria lançado mesmo sem o título. A
campanha já merecia e o Atlético já havia demonstrado que havia voltado a lutar
por grandes conquistas.
9) Após a conquista do título da Libertadores, o time do
Atlético-MG mudou muito. Alguns críticos falam que nem parece a mesma a equipe.
Qual é a sua avaliação a respeito?
Seria impossível manter a mesma
pegada. É desumano pensar naquele nível de stress e tensão a que foram
submetidos os jogadores. O time não conseguiria se manter naquele nível de
competitividade. É comum. O Corinthians passou por um período menos intenso
após a sua conquista também.
Mas o Atlético também teve mudanças
em campo. A saída do Bernard tem um grande peso. A contusão do Leandro Donizete
também pesa. Aos poucos, Cuca consegue novamente concentrar os jogadores em um
objetivo.
Dá para perceber claramente que o Atlético testa variações. O caminho percorrido para a conquista da Libertadores foi longo e não será fácil alterar um jeito de jogar que foi repetido por tanto tempo.
10) 2013 tem sido um ano positivo para o Galo, mas poderia
ser melhor. Na sua opinião, porque o clube não está investindo no Campeonato
Brasileiro a mesma garra investiu na Libertadores?
A tirada do pé no Brasileiro é uma
questão de humanidade. Os jogadores foram sugados emocionalmente e fisicamente.
Eles precisavam parar um pouco. Eles estourariam. É normal. Mesmo assim, foram
onze jogos sem perder até a derrota no jogo contra o São Paulo.
Foto: Site do Atlético-MG. |
11) O Bernard foi um dos jogadores que mais se destacaram
na Liberdade? Você acredita que a venda dele foi precipitada? Porque o clube
não investiu nele no ponto de vista do marketing, como o Santos fez com o
Neymar para valorizá-lo ainda mais?
O caso do Neymar é atípico e mesmo
assim não deu totalmente certo. O Santos acabou vendendo o Neymar por um valor
menor do que o que poderia conseguir. Bernard poderia ter ficado mais um tempo,
mas foi uma bela venda.
Defendo, como comentarista, que o
time deve ser zeloso com o seu patrimônio. Como não vender um jogador por mais
de 20 milhões de euros? Ser zeloso é não ser maluco, irresponsável. Ser zeloso
é entender que o negócio não era normal, era grande, importante.
12) Para finalizar, gostaria que você falasse um pouco da
sua expectativa em relação ao lançamento do livro no próximo dia 05 de outubro.
O que está sendo preparado e o que o torcedor pode esperar?
Estou contando as horas para o dia
05. Ainda nem encostei no livro já pronto. Vivo a ansiedade. Aguardo
ansiosamente a chegada do livro nas minhas mãos. Aguardo rever minha cidade e
ver o livro nas mãos dos outros, dos amigos. Muitos amigos têm falado que
estarão lá. Muita gente da imprensa falando que vai cobrir.
A responsabilidade é grande e espero
que todos gostem e sintam o que nós sentimos. O livro é nossa história. Falamos
de um amor que temos um clube, mas também falamos de nossas vidas e famílias.
Dividimos ali com o leitor muito do
que vivemos naqueles dias, mas também dividimos muito do que vivemos até
aqueles dias. O Mauro Beting convidou o Cuca no ar e o técnico falou que daria
um jeito de ir, mas não sabemos como vai ser no dia. Reinaldo me procurou no Twitter
e disse que vai. Sem falar na quantidade de torcedores que precisa apenas de um
pretexto para estar junto e falar do Galo.
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Jornalista
4 comentários
Sou torcedor do Galo. E a entrevista ficou muito foda. Me emocionei assistindo o vídeo, relembrando do quanto foi difícil, mas não impossível essa Libertadores. A beleza do futebol está no impossível. Quero muito comprar esse livro. Parabéns pela entrevista, Wander.
ResponderExcluirSimplesmente são os melhores jornalistas esportivos que eu conheço falando sobre o meu Galo, desse momento histórico que foi a Libertadores. Tem como não amar? Já pedi o meu namorado o livro de presente. Adorei a entrevista! O Mário é lindo!!! Sou fã!!!
ResponderExcluirAmigo, amei a entrevista! Fiquei emocionada com ela e com o vídeo de divulgação, imagina com o livro? Tô ansiosa pra devorá-lo. Haha! Ficou excelente mesmo! Bjo! #deatleticanopraatleticano
ResponderExcluirBacana demais, hein? O Mário Marra é um dos mais competentes jornalistas esportivos. No final do ano pode fazer um livro sobre o título do Cruzeirão também! Abraço Wander, parabéns pela entrevista, sucesso sempre!
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