Ocupações em BH pressionam por mais ações e menos promessa

agosto 06, 2013



Belo Horizonte vive um momento político bastante interessante. Depois de um período caloroso de passeatas e protestos, os movimentos estão ganhando um contorno mais politizado e dirigido. Os manifestantes querem um diálogo mais aberto com o legislativo e o executivo da capital mineira. Eles, assim como todo mundo, querem mais ações e menos promessas.

Há quase uma semana, manifestantes fazem uma segunda ocupação na Câmara Municipal de BH. Isso aconteceu logo depois da volta do recesso de férias dos vereadores. O foco é mobilidade urbana e, consequentemente, a questão da transparência das planilhas dos custos e lucros das empresas que possuem a concessão para fazer o transporte público na capital.

Ou seja, isso é mexer numa “caixa de marimbondo”. Não é mistério para ninguém que os empresários desse setor financiam campanhas políticas. Abrir essas planilhas seria a mesma coisa de expor acordos e, principalmente, abrir um debate real sobre o valor da passagem. Até agora, ninguém colocou os empresários contra a parede.

Se a pressão não continuar, dificilmente este assunto vai para frente. De forma sarcástica, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) chamou os manifestantes de preguiçosos e desinformados, durante um evento no fim de semana sobre o desassoreamento da Lagoa da Pampulha.

"Vou colocar um funcionário da BHTrans na Câmara na manhã da segunda feira. Ele vai disponibilizar um terminal de computador para mostrar a essa rapaziada que têm preguiça de acessar a internet, esses dados que estão disponíveis", disse Lacerda.

A questão é que as planilhas que estão publicadas no site da BHTrans não atendem a solicitação dos manifestantes, pois não aparece a composição do lucro das empresas. Segundo a PBH, uma auditoria contratada apura os valores e deve encerrar os trabalhos até novembro.

Ocupações

As ocupações populares não são de agora, mas a onda de passeatas por todo Brasil ajudou a dar mais visibilidade midiática a iniciativa. Trata-se de uma pressão popular para que os políticos entendam que é preciso governar de maneira mais horizontal, ouvindo o povo e propondo diálogo em relação às diversas demandas da cidade. Por incrível que pareça, ainda tem muito político que “finge” não entender ou que não quer ceder.

Uma prova disso é que nesta quarta-feira (07/08), a procuradoria da Câmara Municipal de Belo Horizonte encaminhou um pedido de reintegração de posse à Justiça, numa tentativa de tirar os manifestantes do local sob a alegação de que eles “estão na posse de um patrimônio público atrapalhando, dificultando os trabalhos do parlamento".

Segundo o jornal O Tempo, na tarde desta terça-feira (06/08), o clima esquentou entre manifestantes e vereadores. A sessão plenária terminou sem nenhum projeto ser aprovado e os vereadores usaram a tribuna para falar sobre a nova ocupação. Também houve um desentendimento entre um funcionário público e um manifestante que teve que ser contido pelos seguranças. Assista o vídeo abaixo:





Fotos: Denilson Dias / O Tempo / Reprodução.






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