Café Literário – Psicose, clássicos da literatura e livros como decoração
agosto 22, 2013
Bem-vindo ao Café Literário, a sua dose
semanal de literatura! Nesta temporada, a seção está sob os cuidados do
escritor em formação, apaixonado por literatura e autor do blog Escriba Encapuzado, Tiago K. Pereira*,
novo colunista do blog @cafecnoticias.
Semanalmente, você irá conferir por aqui novidades do mundo literário,
entrevistas, resenhas e, até mesmo, sorteio de livros. Acompanhe:
Saudações,
querido leitor. As Notas Literárias desta
semana estão repletas de boas indicações: há clássicos da literatura, fantasia,
estranhas experimentações e até um guia de como o dinheiro pode trazer a
felicidade. Há também dicas para aqueles que estão abarrotados de livros na estante
e um pouco de inspiração para os escritores em busca da primeira publicação. Confira e fique bem informado!
Inspiração
O
jornal Estado de São Paulo publicou
um artigo completíssimo sobre como uma nova safra de autores tem recorrido aos
concursos literários em busca de reconhecimento e da primeira publicação.
O
texto lista alguns dos principais concursos do país – Jabuti, Portugal Telecom,
Prêmio Governo de Minas Gerais – e
compartilha as histórias de estreantes de sucesso como a jovem Luisa Geisler,
duas vezes vencedora do Prêmio SESC de
Literatura, e Marcelo Ferroni, editor da Alfaguara. Leitura inspiradora e
imperdível para os aprendizes de escritor de todo o país. Confira aqui.
Psicose
Um
dos filmes mais aclamados do cineasta americano Alfred Hitchcock é uma adaptação do romance Psicose, publicado pelo também americano Robert Bloch em 1959. O livro se tornou uma raridade,
principalmente no Brasil, onde contou com uma única edição campeã de vendas na
década de 1960. E a culpa disso é toda de Hitchcock. Quando adquiriu os
direitos, o diretor tirou o livro de circulação para preservar o final da
história que filmaria.
Felizmente,
Psicose ganhou uma novíssima edição
em português pela editora Darkside. O
livro chega embalado pelo lançamento da série de TV Bates Motel, a qual foca a juventude do protagonista Norman
Bates e seu relacionamento doentio com a mãe (interpretada pela atriz Vera Farmiga).
A
obra de Bloch traz poucas novidades para quem já viu o filme: a famosa cena do
chuveiro ocorre de maneira diferente e Norman é retratado como um sujeito de
meia idade, careca, de óculos, rechonchudo e beberrão. Ainda assim, o livro se
destaca ao detalhar a personalidade e as noites do proprietário do motel mais
famoso da história do cinema.
Mashup literário
"Há momentos em que os homens
são donos de seu fado. Não é dos astros a culpa, mas de nós mesmos", disse Cassius para Brutus em Júlio César, clássico de William Shakespeare. Mas esta lição bem poderia ter sido passada por Obi-Wan Kenobi ao
seu aprendiz Luke Skywalker.
Pensamento semelhante deve ter inspirado o
americano Ian Doescher a escrever William
Shakespeare’s Star Wars: Verily, A New Hope (“Guerra nas Estrelas por
William Shakespeare: Realmente uma Nova Esperança” em tradução livre). Ao
recontar, à maneira de Shakespeare, a história de um dos maiores sucessos do
cinema, Doescher se revela tanto um fã do bardo inglês quanto da saga criada
por George Lucas.
O livro é um lançamento da Quirk Books, editora que tem se firmado
como uma referência do mashup literário (uma
mistura de elementos de obras distintas que resulta num novo texto) – são
dela títulos como Orgulho e Preconceito
e Zumbis (Ed. Intrínseca), Razão e
Sensibilidade e Monstros Marinhos (Ed. Intrínseca) e Android Karenina.
Não
se sabe ainda se o autor pretende adaptar os demais filmes de Star Wars, mas
não seria uma má ideia, hein? Ficou curioso? Confira um excerto do livro
disponibilizado aqui
(em inglês, naturalmente).
Clássico Reeditado
Romance
mais famoso do escritor irlandês Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray foi editado inúmeras vezes desde o seu
lançamento no longínquo ano de 1890. Contudo, a nova edição preparada pela Globo Livros traz algo de especial: ela
corresponde à primeira versão datilografada e corrigida pelo próprio Wilde.
A
história saiu pela primeira vez nas páginas da Lippincott's Monthly Magazine, cujo editor censurou e cortou grande
parte do texto. No ano seguinte, ela foi publicada em livro, mas manteve os
antigos cortes e recebeu novos em razão do escândalo que provocou à época.
Agora a Globo traz uma “edição anotada e sem censura” do original.
O
livro deve interessar aos acadêmicos pelos aspectos estéticos – principalmente na
súbita mudança de estrutura identificada no nono capítulo, e aos fãs da obra
por levantar novas questões acerca do pacto firmado pelo protagonista. O Retrato de Dorian Gray conta com duas
adaptações para o cinema, sendo a mais recente de 2009. Abaixo, assista o
trailer do filme O Retrato de Dorian
Gray estrelado por Colin Firth:
Dinheiro e felicidade
Esqueça
o clichê que prega que dinheiro não compra felicidade. Quando bem empregado, o
dinheiro pode sim tornar as pessoas mais felizes. É o que defendem a professora
de psicologia Elizabeth Dunn e o professor de administração e marketing Michael
Norton, autores de Happy Money: the
science of smarter spending ("Dinheiro Feliz: a ciência de como gastar
melhor" em tradução livre).
Ainda
inédito no Brasil, o livro demonstra formas de aplicar bem o dinheiro para
alcançar a cobiçada felicidade. Gastar menos com a compra de bens e mais com
experiências (viagens, espetáculos, jantares), pagar por um produto antes de
usá-lo e ajudar os outros são apenas alguns dos exemplos expostos por Dunn e
Morton.
Crepúsculo da Terra-média
Em entrevista
concedida à revista Variety, a
escritora americana Stephanie Meyer
revelou estar farta da série Crepúsculo
(Intrínseca) e ansiosa por passar mais tempo em outros mundos, em especial a
Terra-média, cenário dos livros O Senhor
dos Anéis (Martins Fontes) e O Hobbit (Martins Fontes). A declaração
repercutiu pela Internet, gerando apreensão e ataques de fúria de fãs das obras
do britânico J. R. R. Tolkien.
Para
o alívio de uns e a tristeza de (poucos) outros, é improvável que Meyer consiga
escrever qualquer coisa que faça uso dos elementos desses clássicos da
fantasia, já que Christopher Tolkien, detentor dos direitos autorais, é tido
como extremamente conservador e inflexível no que diz respeito às obras de seu
pai.
Meyer
já foi descrita como uma escritora “não muito boa” pelo renomado autor Stephen King e, atualmente, ela se dedica
à carreira de produtora: seu primeiro lançamento é o filme Austenland, adaptação do romance homônimo que narra uma viagem de
uma fã da escritora britânica Jane Austen.
Edições de colecionador
Uma
das maiores e mais renomadas rede de livrarias dos EUA, a Barnes & Nobles lançou edições
luxuosas de clássicos da literatura, todas em capa dura de couro e com
belas ilustrações. Os livros também tem detalhes em tinta especial dourada ou
prateada e folhas douradas.
Entre os livros reeditados estão Alice no País das Maravilhas, Drácula, As Crônicas de Nárnia, O
Mágico de Oz, Vinte mil Léguas
Submarinas, Orgulho e Preconceito,
e O Retrato de Dorian Gray. Algumas
dessas preciosidades estão à venda (por um preço salgado) no site da Livraria Cultura - obviamente, as
edições estão todas em inglês.
Capas Fantásticas
Dragões de Éter (Leya) é uma das mais incríveis
séries juvenis de fantasia já produzidas no Brasil. Escritos pelo carioca
Raphael Draccon antes de se tornar o editor do selo Fantasy - Casa da Palavra da Editora
Leya, os livros Caçadores de Bruxas, Corações de Neve e Círculos de Chuva foram relançados com novas e belíssimas capas.
As ilustrações foram produzidas pelo artista francês Marc Simonetti, ninguém
menos que o responsável pela arte dos livros das edições nacionais das séries As Crônicas de Gelo e Fogo e A Crônica do Matador do Rei. O box com os três livros está à venda no Submarino.
Livros na decoração
Todo
aficionado por livros enfrenta dois grandes desafios hoje em dia: ler tudo o
que compra e encontrar espaço para acomodar suas aquisições. Ao menos para um
deles há soluções bem criativas, como demonstram os arquitetos Maria Helena
Torres, Renato Tavolaro e Solange Medina num artigo publicado no site da Veja Rio.
Chega de livros entulhados em
estantes ou caixas, a moda agora é usá-los numa decoração bem descolada e, de
quebra, economizando espaço: mesa lateral ou de centro, luminária, sofá-biblioteca
(meu favorito), prensa-livros. Confira todas as dicas aqui.
*Perfil: Tiago K. Pereira é escritor de coração e servidor público por necessidade. Aficionado por letras, livros e curiosidades do mundo nerd, Tiago busca realizar seu sonho de se tornar um escritor profissional. Entre rascunhos de histórias e telas de programação, ele se aproxima do mundo da literatura escrevendo no Escriba Encapuzado e para a seção Café Literário do blog Café com Notícias.
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Jornalista
4 comentários
Muito bom! Texto rico e criativo. Seguirei por aqui e pelo facebook.
ResponderExcluirObrigado, Carol. Espero que goste dos próximos textos também. ;)
ExcluirAbraço,
Tiago K. Pereira – Escriba Encapuzado
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Gostei muito dos assuntos abordados na coluna esta semana. Fiquei interessado em ler esse livro Psicose. Minha filha disse que esta série Bates Motel é muito boa.
ResponderExcluirTambém estou muito curioso sobre a série. Darei uma conferida assim que arrumar um tempinho na agenda.
ExcluirAbraço,
Tiago K. Pereira – Escriba Encapuzado
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