Protestos marcam o dia em BH e sinaliza falta de diálogo dos governantes

julho 30, 2013



Nesta terça-feira (30/07), Belo Horizonte viveu um dia atípico. Em vários momentos, o trânsito deu um nó e todo mundo pensou que o #protestoBH tinha voltado com tudo. Na verdade, o real motivo era as manifestações no centro e na região sul da cidade. Tudo bem...eram pautas distintas. Mas, lá no fundo, as duas reivindicavam a mesma coisa: mais diálogo com os nossos representantes.

Na porta da Prefeitura de BH, moradores de ocupações sociais da capital mineira ocuparam por quase 24h a sede do governo municipal para chamar a atenção do prefeito Marcio Lacerda sobre a urgência de conversar sobre desapropriações e instalação de equipamentos públicos, como água, esgoto e luz.

Em um primeiro momento, o prefeito não quis ceder. Teve a ousadia de marcar uma reunião para o dia 08 de agosto. Após pressão popular, voltou atrás e resolveu conversar com os moradores na tarde desta terça-feira (30/07).

Do barulho feito, pelo menos os moradores do Eliane Silva, Camilo Torres e Irmã Dorothy, na região do Barreiro, além do grupo Dandara, no bairro Céu Azul, na região da Pampulha, não vão ser despejados do nada, sem ter para onde ir.
Foto: João Mirando / Estado de Minas / Reprodução.

Por uma questão ideológica, acredito que cada terreno desses lugares de ocupações sociais deveria ser vendido, após algum tipo de trabalho social em prol do coletivo. O trabalho traz dignidade e promove a inserção social que todo mundo necessita. Até porque, muita gente ali precisa de ter um teto para morar de verdade. E nada melhor do que ganhar um teto a partir do suor do trabalho. Mas isso aí já é um outro debate. Vamos voltar ao assunto.

Já no lado nobre da cidade, funcionários, artistas e telespectadores da Rede Minas, fizeram uma ocupação cultural na porta da emissora reivindicando que a TV Pública não corra o risco de ter a sua grade de programação descontinuada antes da realização do concurso público. Pelas redes sociais, a mobilização é #salvearedeminas. Veja o vídeo:


Não é só por uma questão do emprego, como bem diz os funcionários. É pela valorização de uma TV Pública que é a única da cidade que possui uma vasta cartela de programas locais que fala de música, arte, cultura, cidadania e informa sobre os problemas reais da cidade em seus noticiários sem sensacionalismo.

O jornalismo e a produção de conteúdo audiovisual precisam ser respeitados. Valorizados. Ninguém é contra o concurso. Por ora, é a maneira legal [e democrática] de se selecionar/contratar profissionais para atuarem dentro de um órgão público. Mas, não podemos esquecer que esses concursados não podem – e nem devem, chegar na Rede Minas no escuro.

Eles precisam ser capacitados e treinados, no decorrer do processo de transição. E esse processo de transição precisa ser mais claro. Precisa, porque a comunicação é dinâmica e essa questão administrativa não deve interferir na grade de programação que é feita com dinheiro público voltado para o público. Para entender a campanha, clique aqui.
Foto: Raquel Romagna / Facebook / Reprodução.

Como disse no início, é necessário observar que os dois momentos sinalizam a necessidade de diálogo com os nossos governantes e que as decisões sobre as coisas da sociedade não podem ser delegadas só de gabinete. É preciso abrir espaço para o diálogo e sair do ranço da ditadura, afinal vivemos numa democracia.

As manifestações do mês passado foram um alerta importante para os políticos, nesse sentido. O modelo de gestão política atual não nos representa mais. Queremos ser ouvidos. Queremos participar. Queremos mais ação e menos burocracia. O voto nas eleições não é um cheque em branco. Nossas vidas estão em jogo. O povo quer mudança. O povo quer ser ouvido. E dá-lhe protesto para que isso aconteça! Isso sim é revolução!






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Jornalista

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3 comentários

  1. O curioso da sua postagem é que mesmo assistindo o noticiário de hoje não tive essa noção da importância desses dois protestos. Está faltando diálogo na política mineira. Tomara que o povo se lembre disso na hora das eleições!

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  2. Se eu não tivesse trabalhando no horário tinha ido para a porta da Rede Minas. Assisto desde de muleque o Alto-Falante e o Agenda. Triste de ver essa galera boa desempregada. Eles tinham que ser efetivados....merecem, poxa.

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  3. A Rede Minas precisa ser respeitada...são quase 30 anos investindo em educação e cultura. Que outra emissora abre espaço para artistas desconhecidos em Minas? Mesmo com muitas limitações, os funcionários buscam sempre fazer o que é de interesse público. O concurso tem que ser um processo para melhorar a situação, tanto para a empresa quanto pra quem vai trabalhar lá. O receio de todos é que aconteça com a Rede Minas o que houve com a rádio Inconfidência. Fizeram um concurso, demitiram praticamente todos os antigos funcionários e os novos não tiveram o devido treinamento, fazendo com que a emissora enfrentasse sérios problemas. Tomara que toda essa mobilização sensibilize o governo para que ele não reduza as verbas e a Rede Minas passe pelo processo de transição de funcionários sem turbulências. Em primeiro lugar tem que estar sempre a programação de qualidade!!!!

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