O Papa Francisco e o poder da simplicidade
julho 29, 2013"Jovens, tenham coragem de ser revolucionários. Tenham coragem de ser feliz". (Papa Francisco)
Se existe um legado que o Papa Francisco vai deixar aos milhares
de fieis, religiosos e políticos que participaram da Jornada
Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, esse legado se chama #simplicidade.
E é importante deixar que claro que #simplicidade não tem a ver
necessariamente com poder econômico. É postura de vida. Algo que tem haver com
caráter e respeito ao próximo.
Desde que chegou ao Brasil, na semana
passada, o Santo Padre tem chamado a
atenção de todo mundo pelo seu jeito sereno, amistoso e aconchegante de se
dirigir ao outro. Uma lição de vida que deixou muito político surpreso.
É muito amor, muito carinho das
pessoas nas ruas. A maior prova viva disso foi ele ter sido cercado de gente,
no meio da rua, quando tinha acabado de chegar ao Brasil.
Tudo bem que o deslize foi um erro na
segurança. Mas provou para o meio mundo o quanto o argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos,
eleito Papa pelo conclave do Vaticano
há pouco mais de quatro meses, já acendeu uma chama diferente no coração dos
católicos. Francisco é carismático e atrai multidões.
E essa retomada da simplicidade e do
afago era o que estava faltando à Igreja
Católica há anos. Uma nova postura que pode sim fazer toda diferença para o
mandato do novo Pontífice. Uma Igreja
mais humana e mais presente na vida dos seus fieis, sem medo, sem culpa e capaz
de passar por transformações.
Na última edição do Fantástico, da Rede Globo, deste
domingo (29/07), o próprio Papa
Francisco já sinalizou essas mudanças, durante entrevista ao jornalista Gerson
Camarotti (comentarista político do canal Globo
News), principalmente em relação aos jovens.
“O jovem é essencialmente um inconformista. E isso é muito
lindo! É preciso ouvir os jovens, dar-lhes lugares para se expressar, e cuidar
para que não sejam manipulados”, disse o pontífice ao jornalista.
Para assistir a entrevista completa, clique
aqui.
Vale a ressalva de mencionar que
Camarotti escreveu, recentemente, o livro Segredos do Conclave, que apresenta uma reportagem muito interessante sobre os
motivos que levaram os cardeais à escolha de Bergoglio. Para comprar o livro, clique aqui.
O Papa Francisco veio ao Brasil participar da #JMJ. Mas o evento, pelo menos na mídia, se transformou na visita
do Papa ao Brasil. Toda a agenda pública do Papa foi transformada em reality show pelos noticiários. A
Jornada mesmo, pouco se falou.
Quem não é Católico – ou mesmo o católico
não praticante, viu o Papa ir embora sem saber do que se tratava a Jornada.
Porque milhões de jovens de diversas partes do Brasil e do mundo vieram ao Rio?
Era só para ver o Papa ou existia algo a mais?
Claro que existia. Em linhas gerais,
a #JMJ é um encontro da Igreja com a
sua juventude, uma jornada espiritual de encontro e pregação. Mas, pelos
noticiários brasileiros, a vinda do Papa teve muito mais peso que o evento em
si.
O Papa Francisco foi tratado pelo Poder Público como líder político e pela população como líder religioso. Talvez, a simplicidade do Bispo de Roma com as pessoas seja a maior
prova de carisma de um Papa desde João
Paulo II.
É incontestável: as pessoas se
sentiram acolhidas na rua pelo Pontífice. Foi lindo ver a orla da Praia de Copacabana lotada de gente. Um
mar de gente. Gente de tudo que era lugar do Brasil e do mundo para ter esse
seu reencontro pessoal com a fé.
No domingo (28/07), último dia do Papa Francisco no Brasil, fiquei
pensando no que move as pessoas a passar certas privações na rua, no calor da
areia e do frio à noite no litoral. Sabiamente, meu pai me lembrou do maior
compromisso da JMJ: a fé.
“Filho, a fé é que move essas pessoas. Quando vi esse
monte de gente lembrei da peregrinação às mesquitas feitos muçulmanos de tempos
em tempos. Talvez, para muitos, o espírito de peregrinação, de encontro espiritual,
seja o mesmo”, disse o meu pai no sofá.
E ele tem razão. O caminho da fé é
forte. É uma jornada. E o Papa Francisco
nos deixou uma boa lição: o poder da
simplicidade.
Fotos: Vaticano / Imprensa.
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Jornalista
5 comentários
Acredito sim que era isso que estava faltando à Igreja Católica: um líder religioso que consiga conversar com o povo e que seja humilde. O Papa conseguiu esse feito em pouco tempo de papado.
ResponderExcluirEu me emocionei várias vezes com o Papa. E achei lindo ele promover essa nova abertura da Igreja, de aproximação. Os jovens são o futuro do Brasil.
ResponderExcluirMuito bonito esse selo do Papa. Confesso que foi isso que me chamou a atenção para ler este post.
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ResponderExcluirA Igreja precisava de um Papa assim porque passa pela crise mais devastadora da historia! No momento de crise nenhum cardeal europeu se atreveu! Sai um escândalo quase todo mês! Tudo é muito grave!
É um absurdo o estado gastar tanto dinheiro público que foi conquistado com tanto suor, que deveria ser gasto em coisas urgentes como saúde, seja utilizado para bancar visita de religiosos.. O estado é laico! Simplicidade, mas com alguns rios de dinheiro
Esse papa me emociona, tal qual João Paulo. Ainda é cedo para comparações, João Paulo tinha a imagem de um santo, mas Francisco em pouco tempo já está mostrando a que veio e, de cara, arrebatou fiéis, diferente de Bento que nunca teve cara de papa, convenhamos. Até fiquei com medo de que pudesse acontecer alguma coisa porque ele não usava carro blindado nem nada rs
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