BOMBA! Record enxuga os custos e Gugu pede para sair
junho 06, 2013
Até que durou muito a lua de mel
entre Gugu e a Rede Record. Com uma audiência bem abaixo do esperado, um
salário por volta de R$ 3,5 milhões e uma produção com verba milionária, o
apresentador Gugu Liberato é a mais nova vítima da operação
de enxuga de custos que a Rede Record está promovendo há algumas semanas.
Nesta terça-feira (06/06), Gugu anunciou publicamente o seu desligamento com o
canal de Edir Macedo, quatro anos antes do final do seu contrato que ia até 2017. O próximo domingo (09/06) será o último Programa do Gugu na Record.
Após demitir mais de 500
profissionais em São Paulo e no Rio de Janeiro, a Record está adotando a
política de que só os programas com bom faturamento e audiência permanecem na
grade de programação. Ao que parece, a época de mais de quatro horas seguidas
sem intervalo comercial e a ajuda de custo da Igreja Universal do Reino de Deus
(IURD) chegou ao fim. Como qualquer empresa, a Record quer ser lucrativa e fechar
a conta que há muito tempo não batia.
Com um projeto de se consolidar na
liderança da TV aberta brasileira, a Record investiu pesado em infraestrutura e
na contratação de pessoal, desde 2004. Contratou a peso de ouro artistas,
diretores, apresentadores, jornalistas e viu que não basta apenas um nome à
frente do vídeo. Outros fatores precisam ser levados em conta, uma vez que o
programa cubra os seus custos e tenha boa audiência – ou pelo menos repercussão
positiva. Gugu há muito tempo não via nada disso.
Infelizmente, o apresentador foi para
a Record em 2009 e não mostrou a que veio. Praticamente, fez o mesmo programa
que fazia em seus últimos momentos no SBT que também já estava com sinal de
desgaste. Faltou uma produção mais criativa e, principalmente, um diretor que
entendesse que Gugu deveria se reinventar. Na imprensa, começaram a pipocar que
com o salário dele era possível contratar 600 funcionários.
Deu no que deu. Insatisfeita com a
baixa audiência que atração dava, a emissora da Barra Funda demitiu parte da
produção de Gugu e esta semana anunciou o fim dos quadros “De volta para a
Minha Terra” e “Sonhar Mais um Sonho” que tinham um custo muito alto e o retorno
comercial não pagava todo o investimento. Para piorar ainda mais a situação,
Gugu foi chamado para renegociar o seu salário. O apresentador não aceitou e
anunciou na manhã desta terça-feira (06/06) a sua saída da Rede Record.
Curiosamente, a Folha de S. Paulo publicou uma entrevista com o vice-presidente da
emissora e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD),
Honorilton Gonçalves, horas antes do anunciou da saída de Gugu. À reportagem,
Honorilton disse que todos os programas da Record precisam ser lucrativos. "O Gugu está passando pela mesma
análise que todos os produtos, para definirmos o que será feito com ele. Todos
devem ser rentáveis". Para ler a entrevista, clique
aqui.
Em seu blog, o jornalista José
Armando Vanucci escreveu que é grande a lista do que não foi cumprido
pela Record quando tirou Gugu do SBT. "O
talk show diário que seria apresentado na Record News jamais saiu do papel e
sua equipe ficou praticamente de braços cruzados. A estrutura prometida para o
Programa do Gugu (helicópteros para entradas ao vivo e avião para transporte
das reportagens gravadas) foi realidade apenas nos primeiros meses. Diretores
da Record afirmam que o Programa do Gugu era muito caro e nunca se pagou, que
sua equipe ganhava muito mais que o mercado e que o salário do apresentador
estava fora da realidade".
Mudanças
Para ocupar o lugar de Gugu, a Record
está promovendo uma verdadeira dança das cadeiras nos bastidores. Rodrigo Faro foi deslocado para os domingos e O
Melhor do Brasil pode ser comandado por Rafael Cortez. Além disso, a emissora
pretende dar mais tempo no ar para o Legendários,
de Marcos Mion, e até Adriane Galisteu – que recentemente saiu da Band e é conhecida
por ser boa “vendedora de merchans”, apesar da baixa audiência, está negociando
uma possível volta. É esperar para ver o desenrolar desta história...
Quanto ao futuro de Gugu, ninguém
sabe ainda. O apresentador teria procurado a Rede Globo, mas não teve sucesso. Caso
volte ao ar, o melhor para o Gugu seria aceitar o esquema de parceria de
produção, com divisão de lucros e de custos. E desta vez contratar um diretor e
produção mais criativa, que consiga propor novos quadros e um programa mais
interessante.
Gugu já tem uma produtora
independente e nada mais justo do que colocar a sua empresa para gerir o
produto, coisa que Sônia Abrão e Raul Gil já fazem há algum tempo com sucesso.
Seria uma solução mais viável, afinal a TV aberta já não é mais a mesma e
enfrenta uma concorrência direta com outros meios, como a internet e a própria
TV Paga.
Fotos: Rede Record / Divulgação.
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Jornalista
3 comentários
Já foi tarde
ResponderExcluirMeu amigo, que confusão hein!!? Mas só agora os bispos perceberam que os salários pagos aos contratados estava fora da realidade? Ninguém viu isso antes? O fato é que eles ficaram cegos por uma vingança barata contra a Rede Globo. Televisão se faz com competência e não apenas com dinheiro.
ResponderExcluirNunca gostei do Gugu e tenho para mim que a contratação dele foi muito mais por status, pois a Record tinha esse projeto de liderança. Se existe um lado bom disso é que outros artistas vão ter chance de subir na carreira.
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