#Crônica: Um olhar de uma criança pode ensinar muito
maio 21, 2013Eu e minha sobrinha no Parque das Mangabeiras, em Belo Horizonte. Foto: Arquivo Pessoal. |
Ainda não tenho filhos, mas a minha sobrinha tem sido um
laboratório interessante para isso. Tenho a felicidade de morarmos na mesma
casa e, desde que ela nasceu, acompanho com o alegria o crescimento dela e as
suas noções de entendimento do mundo.
Minha sobrinha é observadora, aprende as
coisas numa velocidade impressionante. É atenta, carinhosa, alegre e teimosa.
Vejo muito da minha sobrinha na mãe dela, não só fisicamente, mas no modo de se
relacionar e de se impor no mundo. Também vejo trejeitos dela dos meus pais, dos
meus irmãos e até de mim mesmo.
Mas, como toda criança de dois anos, ela ainda não sabe colocar
para fora todos os seus sentimentos. Cabe a nós, adultos, a interessante tarefa
de tentar entrar no mundo dos nossos pequenos e decifrar os enigmas emocionais
e ensinar para a criança, durante a sua evolução a importância de externar o
que se sente, de não guardar mágoa, de saber seguir adiante de cabeça erguida.
Sacudir a poeira e dar a volta por cima por si só.
Tudo para a criança é complexo e, às vezes, uma palavra fora do
contexto ou um amiguinho que fez determinada coisa tem uma reação que pode ser
muito maior do que realmente é. Lembro-me de quando era criança. Achava que
tudo era definitivo, grande e assustador. A medida que crescemos, percebemos
que toda regra tem uma exceção e que nem tudo é o que parece ser.
Às vezes, um choro de uma criança pode dizer tanta coisa. Uma
mágoa, uma revolta, uma dificuldade de externar algo que ela vivenciou. Quando
era pequeno, tudo era motivo de repressão: meninos não podem chorar, já as
meninas era incentivado o choro. Quanta balela! Todo mundo deve colocar para
fora o que sente, independente do sexo.
Quer chorar? Chore. Mas não deixe que o choro para criança seja um
momento de solidão. Deixe ela se sentir acolhida e, quando estiver preparada,
que ela possa conversar e se sentir ouvida. A criança precisa se sentir parte
da família, do grupo que ela vive. Que ela não vai ser julgada, nem repreendida
por colocar para fora o que se sente, como vê o mundo.
Da incrível tarefa de educar uma criança, talvez a mais dolorida seja
falar o NÃO, de mostrar que é preciso pagar pelos seus erros, de saber a hora de pedir
desculpa. E não adianta nada ensinar isso para uma criança, se você não coloca
em prática, porque elas cobram a mesma postura que você cobra delas. Ou seja,
educar é aprender duas vezes. Uma para si e outra para os pequenos. Um olhar de
uma criança pode ensinar muito.
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Jornalista
3 comentários
Wander, que lindo esse seu texto sobre a sua sobrinha. Tenho certeza que você vai ser um ótimo pai. Beijos
ResponderExcluirQue lindinha sua sobrinha! Ela reguila na idade com meu Vitor Hugo. Aprendo muito com ele, alegram, emocionam... é muito bom esse contato com a formação de uma pessoa desde o início. Experiencia unica!
ResponderExcluirÉ verdade, Wander. Educar é aprender duas vezes mesmo. Linda sua sobrinha. Abraços.
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