Amistoso entre Brasil e Chile no Mineirão mostra que BH não está preparada para a Copa

abril 25, 2013

 

Engarrafamento por todos os lados, ingressos duplicados, desorganização dentro do estádio e um transporte público deficitário. Na noite desta quarta-feira (24/04), Belo Horizonte (BH) recebeu o amistoso entre Brasil e Chile, no Mineirão. A partida – que ficou em um empate de 2x2 e foi marcada pelo baixo entrosamento do time e o desempenho abaixo da média de Ronaldinho Gaúcho e Neymar, serviu de teste para que a Fédération Internationale de Football Association (FIFA) pudesse avaliar o desempenho da capital mineira para receber a Copa das Confederações neste semestre e, ano que vem, a Copa do Mundo de Futebol. O resultado – pelo menos na visão do público, não foi nada positivo.

O que se pôde ver na vinda da Seleção Brasileira à BH foi um somatório de problemas, cuja administração do evento e a própria Prefeitura insistem em não apresentar soluções plausíveis e que atenda o tão esperado padrão internacional de qualidade. Do que adiantou multar, recentemente, o Minas Arena, se os problemas de organização ainda continuam? Pelo relato nas redes sociais e dos colegas da imprensa, houve torcedores que tiveram ingressos duplicados ou ingressos que não tinha explicitado o número do acento.

Outro problema é a questão da mobilidade. Por conta das obras do BRT e do intenso fluxo de veículos no final da tarde e início da noite nas avenidas Antônio Carlos e Carlos Luz, houve muita dificuldade dos torcedores conseguirem chegar no estádio a tempo. Quem mora na região próxima ao Mineirão chegou a pegar um engarrafamento quilométrico, somado não só pelo número de carros acima do normal, mas também pela manifestação de professores que queriam chamar a atenção das autoridades e da imprensa.

De forma bastante estranha, a BHTrans não permitiu que os torcedores estacionassem perto do Mineirão. Muitos tiveram que estacionar três ou mais quarteirões de distância do estádio, fora que houve também restrição ao trânsito nas imediações. Tudo bem que foram colocados ônibus especiais para levar os torcedores do centro ao Mineirão, mas o número não foi suficiente. Além disso, foi quase impossível encontrar um serviço de táxi, tanto para ir, quanto para voltar. E para piorar ainda mais a situação o metrô não vai até ao estádio, nem na região da Pampulha.

Acredito que qualquer belo-horizontino se sente privilegiado por ter um evento internacional, mas é preciso um esforço coletivo dos governantes para que a cidade tenha condições mínimas de infraestrutura. Infelizmente, ainda não tem. E isso não é falar mal. É constatar um problema que, por ora, não tem solução. Sem dúvida alguma, o Mineirão está muito mais bonito, mas ainda tem sérios problemas de organização e mobilidade. Já passou da hora de BH pensar em mobilidade urbana. E isso poderia ser o maior legado que um evento internacional poderia deixar para a cidade. Falta visão de futuro.



Fotos: Reuters.




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