Na Moral – Novo programa de Pedro Bial provoca na medida certa
julho 14, 2012
Não
consigo entender a implicância dos colegas jornalistas e colunistas de TV com o
novo programa de Pedro Bial, o Na Moral.
Exibido nas noites de quinta-feira da TV Globo, no sistema de temporada, a
atração é um oásis na TV aberta. Oásis porque faz o público pensar, refletir,
ficar intrigado com um leque de possibilidades sobre um mesmo tema.
O
programa não quer fazer média, nem debater a mídia. Na Moral é um programa diferente para os padrões da Rede Globo. É
dinâmico. É rápido. Dá gosto de quero mais. Filosofa e instiga. Trata-se de um
formato ousado, jovem e que provoca, mais do que debate. A ideia que passa ao
público é justamente essa: de colocar a pulga atrás da orelha, de fazer
refletir, de pensar sobre o assunto.
Veja também:
O Na Moral vem na contramão do padrão
atual do que os demais canais de TV estão se propondo a fazer: dar tudo
mastigado à Classe C. O programa de
Pedro Bial faz tudo ao contrário, o que é muito bom. Ele mostra caminhos de
reflexão, instiga, questiona, provoca, diverte, entretém. Sem contar que o
charme do texto de Pedro Bial, indo para as ruas, fazendo as suas crônicas, dá
um colorido especial.
Quando eu
assisto ao Na Moral esqueço que
estou vendo a Rede Globo. Parece um programa de uma emissora de TV Educativa,
Pública ou Paga. E me faz perceber o quanto a Globo está desperdiçando o
talento do Bial no Big Brother Brasil.
Bial é mais que uma "espiadinha de verão".
E texto
vibrante informativo e opinativo. É jornalista literário na TV. Coisa rara. Muito
me entusiasma vê que a TV aberta – mesmo num horário tão ingrato, tem descoberto
novamente o debate, a reflexão. O mundo precisa de mais perguntas, mais
reflexões. As respostas....nem sempre elas nos levam aos caminhos que queremos
ou pretendemos. Nunca subestime o poder da pergunta de mudar o mundo. Tudo
começa por ela, pelo questionamento.
Achei
bacana a estreia do Na Moral. E mais
bacana ainda foi o programa sobre sermos filmados o tempo todo, sobre
privacidade. Bial colocou no palco uma aquarela de convidados, de histórias, de
abordagens. O paparazzi é suficiente corajoso de expor que o maior cliente dele
de fotos de flagrantes é a mesma emissora que é responsável pelo programa que
ele foi convidado. Pedro Cardoso, ator conhecido pelo público, tem liberdade
suficiente de falar que é contra essa indústria de “vida de famosos” que é
bancada, em tese, pela empresa [Rede Globo/Organizações Globo] que ele trabalha.
Isso é democracia. Isso é debate. Isso é reflexão.
Estamos
muito caretas. Estamos na onda do politicamente correto, que tem seus erros e
acertos. Das coisas mastigadas. Ninguém quer refletir. Pensar cansa. Quem nunca
ouviu: “você acha que vou perder meu tempo pesquisando sobre um assunto que vi
num programa de TV? Televisão é lixo. Revista de Celebridade”. Ledo engano.
Você não está fora disso. Você faz parte disso, direta ou indiretamente. O que
é cultura? O que é indústria cultural? O que você consome. Na Moral, você é aquilo que você assiste, ouve, clica. Pense nisso.
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Jornalista
1 comentários
Eu só vi uma parte, mas também achei interessante esse tipo de programa. É até uma forma de resgatarem a imagem do Pedro Bial como um jornalista inteligente e respeitável, que ele parece ter perdido desde quando começou a apresentar o BBB. Creio que essa rejeição de alguns colegas seja mais por conta disso do que propriamente pelo programa em si.
ResponderExcluirParabéns, pelo post!
Abçs,
Danilo