Sequestro de Família em apartamento de BH mobiliza a imprensa local
junho 05, 2012
Apartamento onde a família foi feita refém. Foto: Reprodução / TV Globo. |
No
início da noite desta segunda-feira (04/06), por volta das 19h, uma família foi
feita refém por criminosos no bairro Fernão Dias, na região Nordeste de Belo
Horizonte. A Polícia foi acionada rapidamente por conta de uma denúncia de um
vizinho que percebeu uma movimentação estranha no apartamento.
O
sequestro, que durou um pouco mais de 12 horas, terminou por volta das 07h20
desta terça-feira (05/06) quando os policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) entraram no apartamento da
família e desbarataram a ação. Os bandidos mantiveram como refém a babá, duas
crianças, o pai e a mãe que trabalha como gerente de banco. Ninguém ficou
ferido.
O crime
foi acompanhado por toda a imprensa de Belo Horizonte (BH) que, em um dado
momento, foi pedida para se afastar da proximidade do imóvel por medida de
segurança. As principais emissoras de TV mantiveram seus repórteres de plantão
durante toda a madrugada para acompanhar o desfecho do sequestro. Geralmente
alheia à cobertura policial, a TV Globo
Minas colocou no ar um plantão no intervalo da novela Avenida Brasil para atualizar o público as últimas notícias sobre o
sequestro. Coisa rara!
Na
parte da manhã, as principais emissoras de TV e rádio da capital mineira
transmitiram ao vivo o desfecho do sequestro e mobilizando as suas respectivas
equipes de reportagem com as últimas informações do ocorrido. Já a imprensa
escrita, por conta da velocidade das informações, apelou para a internet e para
as redes sociais, uma vez que o jornal [de papel] já estava na rua
completamente desatualizado.
Bandido tenta fazer contato com a polícia pela sacada do apartamento. Foto: Reprodução / TV Globo. |
A
cobertura de um sequestro não é fácil e mexe com o psicológico dos envolvidos. Geralmente, no calor do acontecido, as informações são
desencontradas e exige tato do repórter e da equipe para colher boas histórias
de pessoas que ajudaram no desenrolar do caso. Além disso, é preciso cuidado na
divulgação das informações para não expor ainda mais as vítimas – e familiares,
e não glamorizar demais a ação dos bandidos, muito menos da polícia.
A
vítima – e, por consequência, o bem estar dela, é o foco da notícia. Mas, nem
todos os veículos pensam assim e se tornam uma extensão da assessoria de
imprensa da Polícia, repercutindo informações sem contestar. Há ainda uma parte
da imprensa televisiva que fica incitando o ódio, a pena de morte e outras
barbaridades com informações de senso comum sobre o sequestro. Ao invés de
informar, deseduca. Complicado.
Durante
a madrugada de segunda para terça-feira (05/06) os criminosos haviam liberado
as duas filhas do casal – uma de dois e quatro anos de idade, em troca de um
maço de cigarros. Em um dos momentos mais tensos, um dos criminosos levou a mãe
e o pai até a sacada do apartamento como “escudo humano” para estabelecer
contato com os policiais. Além disso, foi colocado um lençol na sacada para
tentar diminuir a visão do interior do apartamento, a pedido dos criminosos.
De
acordo com informações da Polícia Militar, o casal e a babá receberam
atendimento médico de equipes do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência
(Samu) e do Corpo de Bombeiros, assim que saíram do apartamento. Todos eles
estavam em estado de choque e abalados psicologicamente. Os criminosos – que ao
todo são cinco, tendo inclusive uma mulher no bando, foram levados para o
Instituto Médico Legal (IML), onde irão fazer o exame de corpo de delito.
Depois da realização dos exames, o grupo será encaminhado ao Departamento de
Operações Especiais (Deoesp).
Policiais prendem um dos membros do bando que fez uma família de refém em BH. Foto: Alisson Gontijo / O Tempo. |
Conforme
a PM, um dos criminosos já tinha passagem pela polícia e ficou preso por 10
anos por roubo. Uma pistola semiautomática e um revólver calibre 38 foram
apreendidos. No início do sequestro houve a denúncia de que o grupo havia
rendido a família usando uniformes da Polícia Civil, mas nenhuma roupa da
corporação foi encontrada no apartamento. A Polícia não descarta a hipótese de
"golpe do sapatinho", onde os criminosos teriam a intensão de render
a gerente de banco para que ela os ajudasse no roubo da instituição financeira
que trabalha.
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Jornalista
1 comentários
Vi o desenrolar do sequestro hoje de manhã no jornal. Graças a Deus que ninguém ficou ferido. Esses bandidos estão cada vez mais inteligentes. Ninguém está seguro.
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