Café Convidado – Anonymous lideram o hacktivismo na web
maio 03, 2012
No Café Convidado de hoje, o gerente de
produtos Paulo Sergio Pagliusi fala sobre o Anonymous
e mostra como as empresas devem se proteger de possíveis ataques. Paulo
compara os ataques do grupo de hacktivismo ao um
bando de pássaros do filme de Hitchcock que, juntos, podem fazer verdadeiros estragos de grande proporções.
De
acordo com o TechTudo, o "Anonymous
é um grupo de hackers internacional. Considerados hackivistas, ou seja,
ativistas da internet, o Anonymous já ameaçou derrubar o site de notícias da
Fox News e fez ameaças ao cartel de traficantes mexicanos, Zeta. O grupo também denunciou o endereço de IP de 190 internautas
acusados de praticarem pedofilia na web". Confira o artigo, abaixo:
Anonymous: ativistas em fúria
*Por Paulo
Sergio Pagliusi
Desde
2008, o grupo Anonymous é associado
ao hacktivismo colaborativo internacional, realizando protestos e ações para
promover a Internet Livre, não
regulamentada, a ausência de hierarquia e o anonimato. É um movimento
pós-moderno e descentralizado cujo território é composto por endereços virtuais
e que realiza, à sua maneira, o desejo inconfesso de muitos cidadãos: abrir a
cortina de sociedades que só protegem interesses do poder.
Este
movimento também conta com pessoas sem competência técnica que o fazem crescer.
De acordo com Gregg Housh, basta que o indivíduo envie um e-mail anônimo,
escrito: “eu consinto que usem meu computador” e alguém do grupo se conecta ao
computador dele, liga-o ao de outros que também consentiram, e usa esta força
coletiva para protestos e ataques de negação de serviço (DDoS). Além disso,
mesmo sem consentimento, essas redes zumbis podem ser criadas quando usuários
acessam links com códigos maliciosos. A partir daí, o grupo passa a controlar
remotamente essas máquinas.
O Anonymous funciona da mesma forma que
um bando de pássaros migrantes, que viaja na mesma direção e com o mesmo
objetivo. Quem já assistiu “os Pássaros” de Hitchcock, tem noção do terrorismo
que tais grupos de pássaros (ou de ativistas) furiosos podem deflagrar, ao
atacar em número cada vez maior e com mais violência.
Então,
como garantir a segurança virtual da empresa e evitar possíveis ataques? É
possível tomar certas precauções para minimizar ou conter tais invasões, que
podem ser bem sucedidas e causar danos. O que temos visto nas ações do Anonymous são grandes ataques DDoS, com
o objetivo de tirar do ar, por sobrecarga, os sites alvo.
Neste
cenário, que prevê iminente evolução de ataques, a área de TI das empresas
brasileiras deve mostrar à alta administração, a necessidade de investimentos
em segurança da informação e quais benefícios estes podem oferecer. Contudo,
vale lembrar que a segurança procura reduzir os riscos a níveis toleráveis, não
sendo possível eliminá-los completamente.
As
lições que ficam para o mercado brasileiro, neste caso, são simples. Em
parceria com as principais operadoras de Telecom, deve-se monitorar de perto o
tráfego de dados e ativar soluções de segurança como “black holes”, para
filtrar os ataques em suas principais origens. Esses ataques são distribuídos,
mas sempre há origens de tráfego mais intenso, que pode ser filtrado na
operadora, minimizando o impacto da invasão.
Em
segundo lugar, as instituições devem optar por sistemas de prevenção de
intrusos (IPS) de grande capacidade, de modo a conseguir mapear, na entrada de
suas redes, o máximo possível de acesso indesejado. Feito isso, por fim,
deve-se ativar o máximo da capacidade de servidores extras, de modo a prevenir
eventuais sobrecargas provocadas pelos ataques DDOS.
Por sua
capacidade e inovadora forma de atuar, nem mesmo o melhor aparato do mundo
poderia manter um site ou serviço completamente seguro e livre de ataques do
grupo Anonymous. O Brasil ao se
tornar a sexta maior economia mundial, pode voltar a ser alvo do movimento. E
embora a lembrança de ataques imaginários de pássaros em fúria, como os de
Hitchcock – associada a ataques bem reais de ativistas em fúria, como os do Anonymous – possa nos tirar o sono, o
aprendizado do mercado, oriundo da experiência de ataques vivenciada no país,
já é um começo.
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*Perfil:
Paulo Sergio Pagliusi é gerente de Produtos e Processos na Arcon Serviços
Gerenciados de Segurança. Twitter: @ppagliusi.
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Jornalista
4 comentários
Nossa, morro de medo do Anonymous, deles entrarem no meu computador e fazer o caos. Sei que a causa deles é justa, mas mesmo assim morro de medo...hehehe.
ResponderExcluirApesar dos pesares, creio que o Anonymous está prestando um grande serviço à liberdade de informação da internet. Sei que os fins não justificam os meios, mas se ninguém fizer nada a internet vai virar um lugar sem liberdade.
ResponderExcluirGostei muito do artigo, pois não sabia direito o que era o Anonymous e sempre tive curiosidade de entender. Muito bom!
ResponderExcluirCaramba, muito bom o artigo. A gente ouve e vê essa cara o tempo todo na rede e nem sequer procuramos aprender o que significa . Vlw.
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