Café na Web – Email e celular estendem a hora de trabalho, mas isso não é de hoje

janeiro 12, 2012


Para algumas pessoas, isso pode parecer um exagero. Já para outras, isso é algo tão comum que está incorporado à rotina. Trabalhar além da jornada  usando email, celular, tablet e computador é mais comum do que se pensa em algumas profissões. São jornalistas, médicos, gestores, analistas, webmasters, diretores, desenvolvedores, técnicos, enfim, são várias as profissões que de uma forma implícita pede que o profissional se dedique quase que integralmente. Clique aqui para entender a polêmica da hora extra do celular fora do trabalho.

Nesta quinta-feira (12/01), a Folha de S. Paulo, trouxe este assunto como manchete. No caso específico, a presidente Dilma Roussef sancionou uma lei, no final do ano passado, que acaba com a distinção entre trabalho dentro da empresa e à distância, principalmente para profissionais que usam computadores e celulares para dar continuidade a assuntos relacionados ao trabalho.

De acordo com a matéria da Folha, “a legislação, que alterou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), diz que o uso de celular ou e-mail para contato entre empresas e funcionários equivalem, para fins jurídicos, às ordens dadas diretamente aos empregados”. Clique aqui para ler a matéria.

Ainda, numa outra reportagem publicada na Folha de S. Paulo desta segunda-feira (09/01), "sete em cada dez profissionais, que ocupam cargos como analista, gerente e supervisor, afirmam que passam mais tempo no escritório hoje do que há cinco anos. Mais da metade diz que o teto da carga horária no escritório saltou de oito para dez horas diárias, e quase 80% são acionados nos momentos de lazer e descanso via mensagens no celular. Nem as férias escapam: mais de 50% dos funcionários de empresas que atuam no país respondem a e-mails de trabalho nesse período".

Certa vez, ao entrevistar um advogado trabalhista, ele me disse que a legislação de uma sociedade é mutante porque ela reflete as ansiedades de uma determinada época e o quanto ela e necessária para entendermos uma determinada cultura. No caso deste assunto, trabalhar fora da jornada de trabalho é muito mais comum do que se pensa, principalmente para quem possui cargos estratégicos ou que demandam atenção o tempo todo.

No jornalismo, não é diferente. Muitos profissionais, ao entrarem no mercado de trabalho, se assustam com as horas de dedicação que muitos cargos dentro de uma redação exigem. Às vezes, acostumados com uma hora para chegar, almoçar e sair, muitos profissionais se sentem revoltados ou até mesmo desprestigiados por conta de tanta atenção que é exigida do profissional.

Claro, ter qualidade de vida é fundamental em qualquer profissão. Mas cabe tanto a empresa e, principalmente, o profissional, esclarecer até que ponto ter este compromisso trabalhista estendido é interessante para ambos, sem que haja cobrança excessiva por direitos e deveres. Infelizmente, ainda hoje, existem empresas que não se preocupam com a qualidade de vida dos seus funcionários. E isso é uma mentalidade que precisa ser mudada, pois o futuro já começou.




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2 comentários

  1. Marco Aurélio Limeira12 de jan. de 2012, 17:59:00

    É verdade Wander....na prática, muitas profissões exigem dedicação além da jornada. O grande lance é como as empresas lidam com esses detalhes. A lei é um estímulo importante para se chegar a um consenso. Parabéns pelo artigo. Abraço

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  2. Vida de jornalista que trabalha em redação não é fácil...eu mesmo tenho que ficar ligada 24h e tenho a preocupação de estar a um passo a frente para sempre oferecer boas histórias seja em forma de reportagem, nota ou matéria.

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