COP-17 – Acordo contra as emissões de gases-estufa fica para 2020

dezembro 12, 2011


De 28 de novembro a 09 de dezembro aconteceu em Durban, na África do Sul, a 17ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-17). O objetivo do evento é reunir líderes e representantes de diversas partes do mundo para propor alterações efetivas no comportamento dos países industrializados em relação às mudanças climáticas e ambientais. No entanto, a reunião deste ano pode ser considerada um grande fracasso.

Tudo porque o acordo contra as emissões de gases-estufa foi adiado para 2020, segundo a Convenção sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Além disso, também foi aprovada a controversa expansão do Protocolo de Kyoto, que envolve diretamente a União Europeia, Estados Unidos e China – considerados um dos maiores poluidores do planeta. Ainda no encontro foi criado o Fundo Verde do Clima que promete arrecadar US$ 100 bilhões anuais – a partir de 2020, para combater as emissões de poluentes e promover ações de adaptação à mudança climática no planeta.

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Mesmo sabendo do alerta real dos efeitos devastadores que as mudanças climáticas podem provocar no planeta, os líderes mundiais preferiram ignorar um chamado real para propor ações efetivas, ao invés de ficar apenas debatendo e adiando projetos para a próxima década em nome de um pseudodesenvolvimento industrial que pode acabar com toda a humanidade a longo prazo.

Por isso, me assustou ler nos principais noticiários brasileiros que as decisões adotadas na COP-17 "têm caráter histórico". Aonde? Como assim? Só porque houve a formalização da Plataforma de Durban, que estabelece um calendário de metas de diminuição da emissão em 2015 para ser efetivado mesmo em 2020, não significa muita coisa. Foi só debate. Onde está a ação real dos nossos políticos?
Um grupo de jovens sul-africanos se juntaram para protestar contra os
efeitos das mudanças climáticas, em uma praia de Durban, na África
do Sul, onde aconteceu a COP-17. Foto: Greenpeace.

O problema ambiental do nosso planeta precisa ser resolvido agora. Não dá mais para esperar porque poderemos pagar um preço muito alto em 2020, como, por exemplo, a maior ocorrência de desastres ambientais, ciclones, tempestades, derretimento das geleiras, maior incidência de pragas e insetos, aumento da temperatura global, diminuição da colheita, longos períodos de estiagem e seca, falta de água potável, entre outros.

Sejamos claros: o resultado final da COP-17 significa mais omissão, mais adiamento de algo que é urgente e está longe de ser apenas um drama de ambientalistas “xiitas” em nome da natureza. Não. As inconsequentes devastações do meio ambiente alteram o clima da Terra, diminui a perspectiva de vida do nosso planeta e de usufruto dos recursos naturais. Clique aqui e assista a um vídeo feito pela BBC em que mostra o protesto de ativistas no último dia da Conferência.

"A mudança climática é uma ameaça global que torna as fronteiras irrelevantes, do ponto de vista político - e precisa de uma resposta conjunta dos governos de todo o mundo. (...) Os governantes precisam tomar medidas para enfrentar a mudança climática e eles precisam começar a fazê-lo em Durban. Se não, a história de piora dos desastres naturais provocados pela mudança climática vai encher as páginas dos livros de história com uma narrativa de ambições que falharam e uma falta de coragem dos líderes mundiais", disse a líder ambientalista da ONG WWF, Samantha Smith, que acompanhou de perto toda 17ª Conferência. Clique aqui para ler o depoimento completo.
A presidente da COP, a chanceler sul-africana Maite Mashabane.
Foto: Unati Ngamntwini.

O fracasso da COP-17 foi tão grande no ponto de vista prático e emergencial na tomada de atitudes em relações aos danos ambientais e à saúde da humanidade que a presidente da COP, a chanceler sul-africana Maite Mashabane, suspendeu uma sessão para que Índia, China e União Europeia chegassem num acordo para que não houvesse a necessidade de propor um “afrouxamento” para o cumprimento de metas de redução de poluentes em 2020. Ou seja, mais adiamentos. Enquanto os nossos representantes ficam só no debate, o planeta Terra pede socorro. Isto sim é revoltante e "têm caráter histórico"!



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Jornalista

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5 comentários

  1. Qyando abri o jornal e vi que alguns veículos estavam tratando a reunião como um progresso, uma vitória, me deu uma revolta absurda. O povo não é burro e essa mídia golpista acha que ainda é pos´sivel enganar o povo....vai sonhando...parabéns pela sua coragem e ética de falar a verdade sobre a COP-17. Abraço

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  2. Maria das Graças Barbosa12 de dez. de 2011, 09:45:00

    parabéns pela matéria. Só agora fui entender a real dimensão do assunto. Fico desapontada em saber que os governantes do nosso planeta não estão nem aí para as questões ambientais. Se continuar do jeito que está, em 2020 não teremos mais nada para preservar.

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  3. Ei Wander! Agora que estou entendendo esse evento de COP-17. E o pior é que é uma coisa tão importante que a grande mídia não se preocupou em noticiar os impactos que essas decisões para 2020 podem nos causar...lamentável. Beijos

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  4. E em 2020 ficará para 2040. Enquanto as grandes potências não quiserem, acordo nenhum sairá do papel e do campo das boas intenções.

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  5. Marcondes Araújo Prado18 de dez. de 2011, 11:54:00

    É lamentável ver que os líderes mundiais colocam a questão ambiental como uma coisa menor....é por isso que é mais cômodo deixar a população ignorante, sem acesso a estudo e empregos, por exemplo....para poder usufruir de forma mesquinha todos os recursos naturais. Não se engane: eles são finitos e vão fazer falta para a próxima geração.

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