Ponto de Vista – O Pan 2011 mostra a fragilidade da atual fase da Record

novembro 05, 2011



Coberturas esportivas sempre chamam atenção do telespectador. E a cobertura dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011 teve pontos assertivos e outros, um verdadeiro desastre. Locutores empolgados além da medida; comentaristas exagerando no elogio – como foi no caso de Xuxa; e a repórter Adriano Araújo abusando no tom tiete, sem necessidade. 

Fora isso, as reprises de modalidades esportivas em demasia – como se fosse ao vivo, sem contar na briga polarizada com a Rede Globo tiraram o protagonismo dos atletas e demonstraram a fragilidade da atual fase da Record. Ah, e a média total não foi essa Coca-Cola toda: 8 pontos, segundo o Ibope da Grande São Paulo.

Em alguns momentos, a Record conquistou uma audiência respeitável, principalmente na natação e no futebol feminino. Era Cesar Cielo entrar no ar que a Record comemorava bons índices no Ibope. Enquanto isso, as outras modalidades foram apresentadas de forma confusa, principalmente na TV aberta. Claro, pela primeira vez muitos esportes menos conhecidos foram transmitidos na íntegra, mas o excesso de ufanismo afastou o público que esperava um outro tipo de tratamento ao evento esportivo.
O nadador César Cielo foi um dos destaques esportivos do Pan 2011.
Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM.

Aqui no Café com Notícias fiz a cobertura do Pan 2011. Pelos comentários que recebi era nítido que o público não simpatizou com a transmissão do evento em si, mas sim com mais um capítulo da briga entre Record e Globo, cuja emissora carioca se recusou a ter que solicitar as imagens à Record para ter que falar do Jogos Pan-Americanos em seu canal. Infelizmente, o Pan virou pano de fundo.



No último domingo (30/10), quando acabou o Pan, a impressão que ficou é que Record escondeu a cerimônia de encerramento dentro da própria programação. Tudo bem que por conta do fuso horário, o final do Jogos Pan-Americanos foi transmitido no início da madrugada, mas não custava nada criar uma empatia desse encerramento com o telespectador durante o dia. Além disso, por conta da transmissão, mais uma vez a grade de programação da Record foi mexida, o que irritou as pessoas que não sabiam que horas determinada novela ou telejornal ia passar.

Diante disso, o que fica é que o Pan 2011 trouxe algumas reflexões ao Jornalismo da Record, entre elas a que é preciso ter mais humildade para ouvir o público, apesar da parte executiva da emissora encarar as críticas como "implicância e má vontade com a Record", como disse o bispo da Igreja Universal, Honorilton Gonçalves, em entrevista ao UOL. No entanto, o projeto esportivo da Record é a longo prazo e ainda dá tempo de rever muitas coisas. Se o Pan foi encarado como um ensaio do que será feito na Olimpíada 2012 muita coisa deve ser mudada e outras mantidas, isso é fato. Faz parte do espetáculo!




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*Observação: Este artigo faz parte da minha participação na seção Ponto de Vista, do site do Cena Aberta, onde três jornalistas publicam um artigo mostrando pontos diferenciados sobre o mesmo assunto. Todo sábado você vai encontrar artigo escritos por Endrigo Annyston, Emanuelle Najjar e Wander Veroni.






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Wander Veroni
Jornalista

MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

2 comentários

  1. Não gostei da cobertura da Record. Em muitos momentos, o excesso de ufanismo misturados a uma transmissão confusa me irritou. Na minha opinião, foi isso que fez o Pan ter uma audiência menor.

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  2. Francisco de Castro Almeida5 de nov. de 2011, 16:06:00

    Do Pan 2011 só assisti a natação e a ginástica rítmica...o resto nem vi. E o pouco que vi achei confuso. Tinha hora que eles mudavam de esporte no meio de uma competição, muito sem sentido.

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