Ponto de Vista – Globo completa 46 anos no ar e enfrenta novos desafios

maio 02, 2011




Plim-plim! Nessa última terça-feira (26/04), a Rede Globo completou 46 anos no ar na TV aberta brasileira. O aniversário da terceira maior emissora do mundo traz a tona reflexões importantes sobre a produção de conteúdo em mídia eletrônica como, por exemplo, o fato da televisão estar disputando atenção do público com a internet, DVDs, vídeo-game e os demais veículos de comunicação. 

Líder em audiência, foi nessa primeira década de 2000 que a Rede Globo viu as outras emissoras investirem também em produção de conteúdo, além do fato de que, graças a essa concorrência, vários profissionais que antes amargavam a “geladeira” ou a falta de trabalhos, puderam movimentar o mercado de forma sadia.

Foi esse início de diversidade de opções, que a Globo perdeu o monopólio e o telespectador começou a movimentar mais o controle remoto. Prova disso, são os números de audiência: em 2006, a Rede Globo tinha uma média diária de 21,4 pontos. Em 2010, esse número caiu para 16,5. Apesar da queda, a Globo ainda mantém com folga o primeiro lugar de audiência, onde a vice-colocada que, infelizmente, adotou o sensacionalismo, a tragédia, a violência e a cópia como linha editorial, faz apenas 7,3 pontos de média ao dia, na Grande São Paulo.

Esperta, a Rede Globo foi a primeira a sacar a importância das mídias sociais para a divulgação dos seus programas e produtos. A Vênus Platinada foi a primeira a fazer um trabalho sério em redes sociais e a trazer o internauta para si, convidando-o para eventos específicos, além de fazer uma parceria inédita com o YouTube para a veiculação de suas novelas. 

O próprio portal da emissora oferece, por meio da cobrança de uma assinatura com um valor simbólico, uma imensidão de vídeos e conteúdos diversificados. Ao invés de ver a internet como concorrente, a Globo entendeu que a web é complemento e que pode agregar novas possibilidades ao estender o interesse do público pelo o que é produzido na TV.

O aniversário da Globo serviu também para apresentar ao público o novo slogam da emissora carioca: "A gente se liga em você" – uma criação da CGCom (Central Globo de Comunicação) ao lado da agência WMcCann, que começou a ser veiculada na grade da emissora no domingo (24) anterior. Além disso, a TV aproveitou o próprio perfil no Twitter (@rede_globo) para fazer uma promoção na qual oferece aos internautas, como prêmio, 46 autógrafos de artistas de seu elenco. A promoção, que já foi encerrada, terá o resultado divulgado nesta terça-feira (03/05).


Com narração do jornalista e apresentador Pedro Bial, o vídeo produzido pela equipe de criação liderada por Washington Olivetto, é resultado de uma pesquisa feita pela empresa Bright com telespectadores, executivos, formadores de opinião e profissionais do mercado durante o ano de 2010. "A assinatura pretende aumentar a proximidade entre o público e a emissora, reforçando o conceito de espaço democrático onde o brasileiro pode se conhecer e se integrar diariamente há 46 anos", diz a CGCom. Abaixo, confira o vídeo:



Apesar de todas essas conquistas, a Globo também possui um passado obscuro e uma linha editorial historicamente tendenciosa aos interesses do governo. Logo no início, a emissora fez uma parceria com empresa norte-americana Time-Life, o que era proibido pela legislação vigente. Clique aqui para entender o caso. Mesmo com alguns erros históricos em seu jornalismo, como no caso da edição do debate entre Lula e Collor para as eleições de 1989, a Globo já está mais consciente em relação ao seu papel na sociedade e que, acima de tudo, o telespectador não gosta de ser enganado. 

Vimos o jornalismo da emissora sair daquele papel engessado e formal, para uma conversa mais íntima com o público, o que já pode ser considerado um avanço e tanto. Além disso, foi na telinha da Globo que o brasileiro enalteceu as telenovelas: riu, se emocionou e pode ver as mais diferentes histórias. Nesses 46 anos, não vejo uma Globo acomodada com a liderança. Mas uma emissora preocupada em si reinventar e de aproximar cada vez mais o público. A gente ainda se vê por aqui!




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*Observação: Este artigo faz parte da minha participação na seção Ponto de Vista, do site do Cena Aberta, onde três jornalistas publicam um artigo mostrando pontos diferenciados sobre o mesmo assunto. Todo sábado você vai encontrar artigo escritos por Endrigo Annyston, Emanuelle Najjar e Wander Veroni.




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Wander Veroni
Jornalista

MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

1 comentários

  1. Wander, sei dos méritos da Globo, inclusive por ser uma das poucas no mundo a terem um padrã próprio e bastante copiado. Não sou muito fã da emissora pelo seu passado obscuro e pela linha editorial às vezes tendenciosa, mas tenho que reconhecer que se a TV aberta no Brasil é referência mundial, isso se deve muito a ela.

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