Tragédia em Realengo – Atirador mata mais de 10 crianças em escola no Rio de Janeiro

abril 08, 2011



Um dia que vai ficar marcado na vida de algumas dezenas de famílias e entra para a história como um dos crimes mais cruéis do nosso país. Na manhã dessa quinta-feira (07/04), doze crianças morreram baleadas na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro. Elas foram vítimas do atirador Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, que entrou alvejando disparos no colégio e deixou outras doze pessoas feridas. Após o ataque, Wellington se matou. Dentre os mortos 10 são meninas e dois são meninos. Clique aqui para entender o caso. Abaixo, confira a reportagem sobre o massacre em Realengo:




Durante todo dia, vários internautas fizeram à associação a tragédia de Colombine – ocorrida no Colorado, nos Estados Unidos, em 1999; com o que acontecia na cidade carioca. Conhecido como Massacre de Columbine, o episódio envolveu dois alunos do Instituto Columbine que atiraram contra vários colegas e professores, matando 15 pessoas. Já no caso brasileiro, o atirador é um ex-aluno da escola que teria entrado nas dependências como palestrante e matou as crianças sem nenhum motivo aparente.

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Por volta das 08h30, o criminoso efetuou os disparos. Ele estava portando duas armas de fogo e, segundo a polícia, tinha um excelente domínio dos revolveres. O barulho dos tiros chamou a atenção de moradores e pessoas que estavam próximas ao local. Um menino que conseguiu sair da escola chamou o policial Márcio Alves que estava a poucos metros do colégio fazendo uma blitz contra o transporte irregular. Foi graças a ação rápida do policial que foi evitado uma tragédia ainda maior.


Apesar do atirador ter deixado uma carta de despedida dizendo como gostaria de ser enterrado, às causas do crime ainda são desconhecidas. Pelo que acompanhei nos noticiários, o atirador era um fanático religioso, tímido e muito retraído que acreditou que o tal massacre seria uma forma de chamar atenção para os anos de solidão e provável bullyng que sofreu. Ao mesmo tempo, gostei da postura da administração pública do Rio de Janeiro de ir até Realengo e não deixar às vítimas a mercê da sorte.

Em entrevista ao Jornal do Brasil, a escritora Ilana Casoy – estudiosa de assassinatos em massa, pontuou nunca ter visto no país um caso como esse que é emblemático e cruel. "Assassinos em série matam vítimas de mesmo perfil, com motivo simbólico e intervalo de tempo entre um assassinato e outro. Já os em massa matam quatro ou mais vítimas, em um só local, um só evento, em uma explosão de violência. Agem, em geral, contra um grupo que supostamente o oprimiu, ameaçou ou rejeitou. São, na maioria, do sexo masculino, brancos, conservadores e costumam ter histórico de humilhações. A explosão deles se dá, em geral, contra o grupo que responsabiliza pela opressão, rejeição ou ameaças que sofreu. Normalmente se suicidam após sua ação, sempre de grande impacto", explica Ilana.


Confesso que a notícia do massacre em Realengo mexeu com o meu emocional. Num primeiro momento, achei o crime tão bárbaro que fiquei em estado de choque. Parecia coisa de filme, mas era a pura realidade! Coloquei-me no lugar daquelas famílias que foram vítimas de uma pessoa desequilibrada que precisava de ajuda psiquiátrica. Questionei: o que leva uma pessoa a cometer tal barbaridade com crianças? O que aquelas crianças tinham de tão especial a ponto de serem alvo desse criminoso? O atirador é mesmo um doente mental? Será a maldade uma doença? Muitas perguntas e poucas respostas.

O caso está apenas no início. Muitas informações ainda aparecerão. Enquanto isso, prestemos solidariedade e compaixão às pessoas que perderam seu filhos, sobrinhos, netos ou amigos nesse crime brutal. Mais do que isso, às crianças e profissionais da escola sobreviventes que carregarão por um bom tempo um trauma que merece ser cicatrizado. Oremos...antes que o mundo se torne uma terra sem lei, sem amor e sem respeito.




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Jornalista

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5 comentários

  1. Você , como jornalista e tendo um conhecimento grande do que acontece no mundo e nos veículos de comunicacão, acredita que isto possa ter sido ''inspirado'' pelos ''spree killings'' nos EUA?

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  2. Oi Anna! Obrigado pelo comentário. Cada caso é um caso. Difícil apontar se houve ou há alguma "inspiração" entre o caso brasileiro e os internacionais. Mas a única semelhança é que os mais marcantes aconteceram na escola. Prefiro observar a opinião de especialistas como a Ilana Casoy e a própria polícia para chegarmos a uma conclusão sobre a motivação do massacre em Realengo. Confesso que a maldade humana me assusta. Abraço

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  3. É até complicado comentar sobre um fato tão difícil. Ontem a tarde estava observando meu Orkut e percebi muitas pessoas entrando em uma mesma comunidade: "Vai arder no inferno". Já são mais de 290 mil integrantes e todo o tipo de mensagens. Existem tópicos com mais de cinco mil respostas. Se era um show o que ele queria, ele conseguiu. Mas da pior forma que podia, não é mesmo? Vamos orar e esperar por um Brasil melhor, sem tantas tragédias. Beijos! Adorei o post Wander!

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  4. so uq eu posso fazer é lamentar.........
    e por essa tragédia nos que somos daqui do Pará estamos de luto.

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  5. Sinceramente, não dá pra entender, muito menos aceitar o que aconteceu. Todos os dias sinto o peito apertar a cada vez que vejo uma mãe ou um pai chorando a dor da perda de seus filhos. Doi na alma assistir a essas cenas de desespero e angústia. A única coisa que me resta é pedir a DEUS que abrande essa dor que assola todas essas famílias.

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