#Crônica: O amor educando através do amor

abril 13, 2011



Se um dia alguém me perguntar a palavra que mais gosto, falo prontamente: vida. Gosto do som desta palavra e do seu significado. Sou um grande admirador da vida e das histórias que ela nos mostra ao longo da nossa existência. A vida é uma intensa transformação e nos traz aprendizados valiosos o tempo todo. Creio que só entendemos a dimensão da vida nos olhos da próxima geração, seja nos filhos, sobrinhos, netos, etc. Ainda não sou pai, mas quero muito ser um dia. Ter a prova concreta que por meio de um ato de amor nasceu uma vida ou que se deu a oportunidade de vida através da adoção.

No ano passado pude acompanhar de perto toda a gravidez da minha irmã. A gestação dela me ensinou uma coisa sobre a vida: estamos em constante aprendizado e doação. Como disse, ainda não sou pai, mas vejo nos olhos da minha sobrinha um amor incondicional à mãe, como se fosse uma espécie de farol para vida que se inicia. E me pego filosofando sobre a vida quando observo esse relação de mãe e filha que está apenas no início: se há vida, há amor.

De uns tempos para cá tenho assistido muito pouco a TV aberta. Se tem algum programa que realmente me interesse, vejo online. Mas, em um desses finais de semana que não se tem muita coisa para fazer, resolvi ligar a TV e dar uma zapeada. Vi uma entrevista linda que a Angélica fez no programa Estrelas com a Cláudia Raia e a filha dela Sofia. Era sobre esse amor entre mães e filhos.

Claudia toda babona sentia um orgulho danado de ver que a filha caçula também se interessa pelo meio artístico – no caso da entrevista, o balé e o sapateado. Num dado momento, Angélica olha para a Sofia e faz a pergunta (nas entrelinhas) que toda criança recebe de um adulto: o que você vai ser quando crescer? Angélica questiona: Pretende ser bailarina profissional, Sofia? Sem hesitação, a pequena responde na ponta da língua: quero ser igual a minha mãe. 

Meus olhos ficaram marejados. Como disse, ainda não sou pai. Mas, naquele exato momento, senti um orgulho danado de ouvir (e ver) isso. Emocionei-me por ver que nem a própria Claudia Raia esperava por esta resposta. Foi um presente para a mãe que o Brasil conhece como artista da TV. Deve ser muito lindo uma criança que ainda está em formação de tudo nessa vida lhe colocar como referência, um modelo de sucesso, de alguém em que ela pode se inspirar. Sabe, aqueles bons valores que todo mundo fala que o mundo perdeu? Então, não se perderam. Sempre estiveram ali. Mas, algumas pessoas não usam ou não foram apresentadas a elas, o que é uma pena.


Após essa entrevista, lembrei-me da minha sobrinha. Sou um tio (e padrinho) babão. Vejo ela crescer diariamente. Ela me ensina tanto sobre a vida, sobre amor, sobre confiança e carinho que talvez ela nem imagina que é capaz disso. Ela tem apenas 4 meses e já possui um sorriso tão verdadeiro, tão transparente, que enche meu dia de alegria. Já me peguei horas brincando com ela e voltando a ser criança. Quando estou com a minha sobrinha pareço que revivo tudo aquilo que passei na infância, só que com a responsabilidade de ser farol também – e tenho certeza que a minha irmã sente o mesmo. 

A minha irmã cuida dela com um carinho imenso. E a sintonia das duas é algo lindo e apaixonante. Único! Parece besteira, mas só agora entendo a imensidão que é o amor de mãe por um filho. Apesar do pouco tempo de vida, a minha sobrinha já tem personalidade e, da maneira dela, se expressa com os olhos e com sons típicos de bebê dessa idade. Ver ela crescer é uma experiência ímpar, um aprendizado. Posso dizer, sem sombra de dúvida, que ver a vida assim tão de perto é uma das melhores coisas que se pode ter. É o amor educando através do amor. E isso não tem preço!




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Jornalista

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5 comentários

  1. Wander, que linda essa crônica. Uma declaração de amor à sua sobrinha e a sua família. Me emocionei de verdade....só quando se é mãe que conseguimos entender a dimensão desse amor todo. Mas, o mais bonito, é vc ter captado essa essência do amor e traduzido em post. Adoro quando você escreve crônicas. Beijos

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  2. Se só tivesse escrito "se há vida, há amor" já estaria lindo! Bom post!

    Bjoss
    Michele

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  3. Também tenho um sobrinho, quase 3 meses... o jeito que ele olha pra gente é a coisa mais deliciosa do mundo... ele me olha parece que pedindo "me pega no colo, quero ficar um pouco com vc"... e quando eles riem? ai ai =)

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  4. Compadre, maravilhosa a sua crônica. Eu tb assisti a esse programa e tb chorei de emoção com a Cláudia (que aliás, amo de paixão!) e com a pequena Sophia, tão linda, que parece ser a mescla do que há de bom no pai e na mãe.

    Fico muito feliz que vc esteja tendo essa oportunidade de viver momentos tão intensos com a Stellinha. Espere até ela começar a falar... Ah meu filho, prepare-se para fortíssimas emoções. Meus dois sobrinhos e eu temos uma relação de amor mútuo muita intensa tb. E quando eles me dizem que me amam, eu nem sei o que fazer, há uma explosão forte no coração, difícil de controlar. Aí, eu "amasso" os dois, né?

    Minha sobrinha herdou, sem saber, a péssima mania de ficar perguntando se as pessoas a amam. Herdou de mim isso. rs Enfim, na última vez que nos encontramos, ela me perguntou isso umas cinco vezes: Tia Lê, vc me ama? E eu me vi naquele pedacinho de gente. Obviamente, a peguei no colo, apertei muito e disse que a amava mais que tudo na vida, claro. hehe

    E é o que a sua piccoleta faz quando te abre aquele sorrisão... Prepare-se, amore, a jornada está só começando... Graças a Deus por esses pequenos adultos que ainda não perderam a esperança de amar sem limites.

    Beijo carinhos e emocionado!

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  5. so sendo mae ou pai pra entender certo tipo de coisa,no meu caso pãe hauhaua. adorei seu post :)

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