Cabeleireira morta em MG reacende discussão sobre violência contra a mulher
janeiro 26, 2010
O ditado popular fala que "em briga de marido ninguém mete a colher". Mas, até que ponto isso é válido? Por omissão das autoridades que não quiseram “meter a colher”, a cabeleireira mineira Maria Islaine de Morais, de 31 anos, foi assassinada a sangue frio pelo ex-marido, o borracheiro Fábio Willian Soares, de 37 anos. O crime aconteceu no bairro Santa Mônica, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte.
Veja também:
• A importância da Lei Maria da Penha para a sociedade
• Aécio Neves cobra mais atenção das autoridades mineiras
• Sem foro especial, mulheres ficam mais vulneráveis
Mesmo após as oito denúncias feitas por Islaine à Delegacia de Mulheres, a Justiça determinou que o ex-marido deveria ficar a mais de 300 metros dela. Mas Soares não cumpriu a determinação das autoridades. Com medo do ex-companheiro, mesmo depois de ter sido vítima de várias agressões, Islaine decidiu instalar um circuito interno de segurança no salão de beleza do qual era proprietária, numa tentativa de se proteger. A câmara flagrou o momento exato do crime, mas infelizmente a cabeleireira não sobreviveu. Confira o vídeo abaixo:
Em entrevista para o Jornal O Tempo, a defensora pública Júnia Ronan Carvalho, acredita que houve uma falha no processo seguido de um descaso das autoridades. "Se uma mulher pediu ajuda por oito vezes à polícia, alguém deveria ter tomado a providência de decretar essa prisão. Não consigo entender como as medidas protetivas pedidas pela vítima não estavam sendo cumpridas", questiona.
Violência
Mais de 260 mil mulheres relataram que sofreram agressões pelo Disque Denúncia – o nº 180, em 2008. É o que aponta os dados divulgados pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Diariamente, apenas pelo nº telefônico, mais de 700 mulheres denunciaram agressões. O número preocupa e revela que houve um aumento de 32% em relação a 2007. Outro dado preocupante é que 6.499 mulheres foram de ameaças de morte. Outras 13.785 ligações relataram agressões leves ou graves.
Em todo o mundo, por incrível que pareça, várias mulheres ainda são vítimas de violência moral ou física do marido. Se você sofre agressão ou conhece alguém que passa por essa situação, não fique calado. Denuncie e ajude esta pessoa a encontrar uma solução para este problema. Dependendo do caso, “não meter a colher na briga entre marido e mulher”, pode ser fatal.
Fotos: Portal Hoje e De fato Online.
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Wander Veroni
Jornalista
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Em entrevista para o Jornal O Tempo, a defensora pública Júnia Ronan Carvalho, acredita que houve uma falha no processo seguido de um descaso das autoridades. "Se uma mulher pediu ajuda por oito vezes à polícia, alguém deveria ter tomado a providência de decretar essa prisão. Não consigo entender como as medidas protetivas pedidas pela vítima não estavam sendo cumpridas", questiona.
Violência
Mais de 260 mil mulheres relataram que sofreram agressões pelo Disque Denúncia – o nº 180, em 2008. É o que aponta os dados divulgados pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Diariamente, apenas pelo nº telefônico, mais de 700 mulheres denunciaram agressões. O número preocupa e revela que houve um aumento de 32% em relação a 2007. Outro dado preocupante é que 6.499 mulheres foram de ameaças de morte. Outras 13.785 ligações relataram agressões leves ou graves.
Em todo o mundo, por incrível que pareça, várias mulheres ainda são vítimas de violência moral ou física do marido. Se você sofre agressão ou conhece alguém que passa por essa situação, não fique calado. Denuncie e ajude esta pessoa a encontrar uma solução para este problema. Dependendo do caso, “não meter a colher na briga entre marido e mulher”, pode ser fatal.Fotos: Portal Hoje e De fato Online.
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Wander Veroni
Jornalista
11 comentários
Este assunto já esta para lá de debatido, é preciso sim, atitude das autoridades e não palavras que já estão por ai a muito tempo.
ResponderExcluirAbraços forte
Foi um ato bárbaro de extrema brutalidade.
ResponderExcluirÉ preciso que as autoridades deem a devida atenção para o problema da violencia contra as mulheres pois o caso da cabelereira é apenas um e que por acaso deu IBOPE para que as redes de televisão transmitissem.
Fatos como este, estão chocando a nossa sociedade cada vez mais e com grande frequência; Como as autoridades puderam "permitir" que uma coisa dessas acontecesse? Foi preciso que a mulher tenha sido morta para que o ex-marido fosse preso? Onde está a justiça?
ResponderExcluirUm infeliz que rouba pão para alimentar o filho, é preso por roubar; mas um sem-vergonha só é preso depois de matar a ex, tendo OITO queixas registradas anteriormente.
Como diria Cazuza: "Que país é esse?" e eu respondo: "É a porra do Brasil!" (Desculpe por isto...)
É preciso leis mais rigidas, mas, especialmente, que as Leis que já deveriam estar vigorando sejam
ResponderExcluiraplicadas.
Abraço
Não somos mais seres humanos...uns gritam..outros agridem..outros apertam o gatilho (como no vídeo). Há uma guerra sem vencedores (como em qualquer uma). Que a vida seja respeitada.
ResponderExcluirAbraço
Wander,
ResponderExcluirInfelizmente vemos estes casos aqui no Brasil e no resto do mundo. Casos de homens que ficam inconformados com a separação e fazem essas barbaridades.
O video é chocante... e me dá medo!
*bjinhos
é bom notar que cada vez mais as pessoas estão menos intolerantes em relação a violência sofrida pela mulher.eu acho que as delegacias não ligam para isso,por que muitas mulheres denunciam e acabam voltando atrás.e os policiais acham que estão perdendo tempo.
ResponderExcluirEu já vi caso de que a mulher tava defendendo o cara que agrediu ela,depois dessa uns disseram que ela merecia apanhar,mas ninguem merece apanhar
INADIMISSIVEL O QUE OCORRREU...IMPERDOAVEL TANTO DO LADO IRRACIONAL DO CRIMINOSO, QUANTO POR PARTE DAS AUTORIDADES (POLICIA E ORGÃOS RESPONSAVEIS) POR CUIDAR DA SEGURANÇA PUBLICA DA POPULAÇÃO.
ResponderExcluirSÓ TENHO A LAMENTAR ESSE FATO!
Esse caso foi vergonhoso e mostra como o Estado é omisso na área de segurança e em todas as demais. Merecem um processo por parte da família.
ResponderExcluirÉ impressionante como ainda temos este tipo de comportamento em nossa sociedade. Não é exclusividade masculina, mas em sua maioria. Enquanto somos alçados a patamares cada vez maiores em termos de conquistas mundiais ainda sofremos com a ignorância e a pequenez de gestos como estes.
ResponderExcluirBriga de marido e mulher...
ResponderExcluirSe de meter a colher, sim!
Pelo menos os jornalistas devemos!
Eu que já trabalhei com jornalismo policial...
Vc não tem idéia d que já vi.