Assessoria de imprensa também produz conteúdo informativo - Parte 2

outubro 17, 2008


Divulgar ou informar? É possível fazer as duas coisas dentro de uma assessoria? Há duas semanas, o Café com Notícias iniciou uma série de reportagem sobre a atividade de assessor de imprensa. Se você não acompanhou os outros posts e ficou curioso, basta clicar aqui. Neste post, publicado excepcionalmente nesta sexta-feira (17/10), devido ao Blog Action Day, vamos falar sobre o plano de comunicação, sensibilidade na hora da criação e a promoção do assessorado, acompanhe:



A comunicação, atualmente, é encarada como um setor estratégico nas organizações. Grandes empresas, principalmente as que já se estabeleceram no mercado ou as multinacionais, já sabem disso. A tarefa do comunicólogo (jornalista, publicitário ou relações públicas) quando oferece (ou sugere) a criação de um departamento de comunicação para empresas, organizações ou personalidades (artistas, políticos, atletas, etc.), possui o desafio de convencer o futuro assessorado de que a comunicação é, realmente, importante para melhor projetá-lo na sociedade e assegurar a credibilidade. Propor um plano de comunicação não é fácil: exige dedicação e criatividade. Daí vem a sensibilidade do profissional de adequar o projeto ao bolso do possível cliente.


É um trabalho de investigação árduo e pode acontecer de duas formas: a primeira, quando o assessorado contrata um profissional de comunicação para fazer esse dignóstico ou, ainda, na segunda opção, o profissional percebe que a empresa ou cliente X não possui um setor de comunicação. Nesse sentido, nos dois exemplos, começa-se a investigar tudo sobre o assessorado: saber o campo de atuação, o que ela pretende ou vende, relacionamento com a mídia, campanhas de publicidade anteriores (se houver), história (institucional), site (se existe), como se dá o ambiente entre funcionários e fornecedores. Não se trata de espionagem, não é isso. O futuro assessorado sentirá mais seguro quando, numa conversa inicial de oferecimento deste serviço, que o assessor conheça algo sobre ele - isso transmite dedicação e conhecimento.


Também há o caso do comunicólogo ser contratado para criar um departamento de comunicação dentro de uma empresa ou organização que possui um nicho muito específico e segmentado, por exemplo (ficcional), a União de Cooperativas de Produtores de Tubérculos. O assessor vai ter que pesquisar sobre o tema tubérculo para poder saber o que criar de comunicação e como os produtos de comunicação (jornal institucional, revista, newsletter, site, etc) ou veículos externos (grande mídia) podem ajudar na construção da comunicação deste assessorado. Assessor de imprensa também é um trabalho de pesquisa: no caso desse exemplo, seria interessante conversar com os fundadores da cooperativa, com os membros antigos e novos, e como a cooperativa se relaciona com a sociedade e a mídia. Depois da pesquisa, o comunicólogo consegue ter material suficiente para a produção do plano de comunicação.


Na escola de comunicação, aprendemos que um plano de comunicação é cheio de detalhes: segue as Normas da ABNT - ou qualquer padronização do gênero, como o plano de negócios do SEBRAE, na área de comunicação. Grandes empresas, privadas e públicas (ou licitações públicas), por normatização adotam um padrão próprio ou normativo pré-estabelecido para a produção do plano. O que é importante ficar atento, pois se pode pegar um freela para promover um evento ou instituição, por exemplo, dentro deste tipo de rigor, e se seguir a cartilha à risca. Mas, pequenas e médias empresas, na sua grande maioria, até porque os donos entendem pouco de comunicação, querem saber duas coisas: quanto custa (orçamento) e qual benefícios que um departamento de comunicação pode lhes proporcionar - além de ser o mais claro, objetivo e didático na explicação e redação do plano.


Uma coisa que precisa deixar claro para o assessorado é que assessoria de imprensa não traz lucro financeiro imediato. É um trabalho de médio à longo prazo, ainda mais quando se tem que administrar crise de imagem. O objetivo é divulgar o assessorado e reafirmar credibilidade e confiança, perante mídia e sociedade. Aumentar vendas é com os profissionais de publicidade e propaganda e, em alguns casos, até de marketing. Seria muito interessante para uma empresa ter uma assessoria de comunicação com publicitários, relações públicas e jornalistas, mas a realidade de mercado é outra. Infelizmente, as empresas contratam um profissional para "literalmente", se virar nos 30, como aquele famoso quadro do Domingão do Faustão, da TV Globo.



O assessor de imprensa reforça, seja por meio de produtos de comunicação e ações de humanização, a credibilidade ao assessorado, tanto para o público-alvo dele, funcionários e clientes, quanto para os profissionais da imprensa. Então, recapitulando, o assessor de imprensa, ao propor um plano de comunicação, em caso de dúvida, consulte livros e/ou invista em pesquisa, para adequar a linguagem do plano ao assessorado. É nesse sentido que ter sensibilidade é muito importante para se pensar em promover o assessorado: o que ele quer? O que pretende? Qual é o público-alvo do assessorado? Onde posso anunciar para ter visibilidade? Onde o assessorado atua? Criar uma assessoria de imprensa exige constante pesquisa e ficar antenado sobre as discussões que interessam o assessorado.


A autopromoção funciona da mesma maneira, só que de forma mais discreta. Se sou especialista em alguma coisa ou tenho um negócio que acabou de começar, ou recentemente criei um blog ou site com os amigos, onde posso cativar um possível público? Como acontece o meu diálogo com o público-alvo? Sou acessível? O que falo com segurança e o que não sei falar. Posso ser uma fonte para que tipo de profissionais? Recentemente, ouvi essa frase de uma colega jornalista, que também atua como professora universitária: "nos tempos de hoje, quem não for assessor de imprensa de si mesmo, está fud***do". A proposta é interessante, não deixa de ser. Claro, ninguém é vendedor nato. Mas, no mundo dos negócios, os seus possíveis networks querem saber o que você fez ou deixou de fazer para classificá-lo como possível contato ou indicação para algum cargo ou emprego.


Mas, lembrando que, no caso de organizações, empresas e/ou personalidades, por mais que se faça o exercício da autopromoção, chegará momentos em que ficará impossível gerir algumas coisas, pois não estão habilitados a entenderem as nuaces da comunicação. A autopromoção é para o trivial do dia-dia, mas com "semancol". Ser atencioso com as pessoas, estabelecer laços de amizade, e não só profissional, já é um passo importante, para não parecer interesseiro. Todo cuidado é pouco, inclusive com a inveja ou para não "passar recibo" de chato, em alguns casos.



Na semana que vem, quarta-feira (22/10), veja: sou assessor de imprensa, e agora? O que devo fazer? O que precisa ter num release (sugestão de pauta)? Então, não perca!






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Jornalista

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13 comentários

  1. Não sou dessa área e tals... Mas assim gostei achei o texto bem legal, pra mim assessoria de imprensa servia apenas para desviar a atenção de algo e dizer certas mentirinha...

    Bom espero o próximo post dia 22 achei legal qm sabe eu consiga compreender melhor...

    T+
    Abraços

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  2. Não tenho dúvidas de que assessor de imprensa produz excelentes noptícias, excelentes produtos. Mas, assim como e todas profissões, há os que não têm talento e acabam atrapalhando, manchando a categoria. O problema é que tem muito assessor fraco, que te, conteúdo fraco...

    Mas acredito sim que assessor também produz conteúdo informativo

    abços!

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  3. excelente texto eu como o amigo de cima sempre achei que acessoria de imprensa era o departamento pra criar desculpas mas certamente depois de ler seu texto mudei essa imagem

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  4. Cara,

    Seu blog, em minha opinião, é um dos melhores que pude navegar na internet. Gostaria de poder adicionar seu blog na minha lista de recomendações.
    Parabéns pelos textos sólidos, consistentes e interessantes.

    http://rotadeviagem.blogspot.com/

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  5. Taí, se eu fosse Jornalista trabalharia com assessoria de imprensa, achei muito interessante as atribuições do profissional.
    Um abraço!

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  6. Poutz, ameiiiii ter lido o post.... Nesse ano que vim realmente saber o significado dessa profissão acredita!!!!!

    ^^

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  7. Não tenho muito conteúdo pra comentar aqui não, mas gostei muito do blog e votei em ti.

    *;

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  8. Post bem informativo, eu não sabia o papel do assessor de imprensa.

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  9. já esta apagado ;x
    blog legal, gostei muito
    só um conselho, já q voce usa blogspot voce poderia tentar usar o hack do "leia mais" porque os posts acabam ficando muito grandes entende?

    Valeu, boa sorte com o blog (y)

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  10. Sou jornalista há mais de 10 anos e não conhecia tudo isso que você está colocando aqui sobre a profissão de assessor de imprensa. para mim é novidade...e, sinceramente, estou gostando. Assino o feed do blog para receber as novidades.

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  11. Vc vai me desculpar, amigão, é aula mesmo, não tem jeito! hehehe
    Adorei! E vc passa as informações de maneira muito mais completa que no curso universitário, é importante salientar isso.
    Muitas beijocas pra vc!

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  12. WV, realmente, que aula!
    Muito bom saber tudo isso, ainda mais no meu caso, que sou estudante de jornalismo!

    Abraços.

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  13. Oi, Wander! Olhe eu aqui novamente...

    Acrescentaria ao seu texto a necessidade de se pensar, inclusive, se cabe uma assessoria de imprensa para determinados clientes ou organização. Às vezes, a busca pela grande mídia embassa a visão do cliente e ele perde oportunidades rentáveis em produtos de comunicação, que não passam necessariamente pela relação com a imprensa.
    Sem falar em agências espertinhas que insistem em mostrar por A+B o quanto o assessorado ganhou de centimetragem e blá-blá-blá sem a devida análise e competência.
    Para isso que vale o diagnóstico, anterior a qualquer trabalho de comunicação. É ele que nos dá base para analisar o que o cliente precisa, o que é aplicável, o que realmente pode dar resultados, etc.
    Com um diagnóstico preciso, objetivo e consistente, é mais fácil identificar a funcionalidade de certo produto de comunicação ou não. Tem assessorias por aí que se metem a enviar releases adoidadas e acreditam que fazem comunicação por excelência. Não enxergam um palmo à frente do nariz, pois não conseguem adequar seu trabalho à real necessidade dos clientes.
    Sobre autopromoção, acredito que é preciso saber "se vender" sim, mas é um pouco complicado, pois deve haver um cuidado em não soar pedante, ridículo, espertalhão ou inconveniente. Acho que a pessoa sendo profissional já é um bom passo.

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