Desafio: Jornalista aos 45 do Segundo Tempo

fevereiro 18, 2008

Ouvi essa frase de um amigo meu durante uma conversa: "jornalista só é jornalista aos 45 do Segundo Tempo". Gostei dessa afirmação. Achei um elogio com tom desafiante. Criativa e, ao mesmo tempo, coloquial e muita usada no senso comum. Na verdade, trabalhar com jornalismo exige muita criatividade. Sugerir, criar, apurar, entrevistar, escrever, propor, editar e publicar.

Em síntese a vida profissional é essa. Mas não é fácil. Aliás, toda profissão têm as suas dificuldades e facilidades. Por lidar com o tempo, o famoso dead line, expressão que significa "tempo final" para entregar um trabalho pronto, os jornalistas contam muitas vezes com imprevistos.

É uma pauta que caiu de uma hora para outra. Uma fonte que cancelou a entrevista em cima da hora. Um entrevistado que não fala muito bem ou é sem-educação. Jornalista trabalha muito com o imprevisto. Com o "em cima da hora". Quando tudo parece estar perdido, que a equipe resolve jogar a toalha, aparece um com uma idéia simples ou às vezes mirabolante, e salva tudo.


Claro que existem boas produções no jornalismo que foram feitas com mais calma e até um mês de pesquisa, produção e edição. Isso é fato. Mas o bacana mesmo, na minha opinião, é ver uma produção bem feita de um dia para o outro ou faltando os chamados "45 do Segundo Tempo". É um risco e adrenalina pura. O melhor é ver um negócio que tinha tudo para dar errado, dar certo. Dá um alívio danado.

Semana passada aconteceu isso comigo, ou melhor com meu grupo de trabalho. Na especialização lato sensu de Rádio e TV, tinhámos a incubência avaliativa de levar um programa de esportes ao ar na Web Rádio Uni-BH, que ainda está em fase experimental e estreiará no dia 05 de março. Meu grupo (e inclusive eu) tivemos vários problemas que atrapalharam a confecção final do scrip da atração. Mas no final tudo deu certo. Apesar de ter quatro matérias prontas e editadas as outras duas caíram. Justamente as duas que eram do último bloco - o programa tinha meia-hora de duração e dois intervalos comerciais.


Mudei tudo. Coloquei o programa com um intervalo só e dois blocos. Dividi as matérias, aumentei o números de notas e de entradas de BGs; e coloquei a enquete, recurso de interatividade do programa, para ser o ponto forte do roteiro. Apostei na participação popular e na leitura de e-mails dos ouvintes. Escrevi o roteiro para mais e deixei uma gravação - que era uma crônica esportiva, como sobressalente. se alguma coisa precisasse cair, seria isso. A crônica caiu mesmo. A minha sorte é que não havia colocado ela na escalada. Conseguimos cumprir os 30 minutos de produção e creio que o nosso grupo obteve êxito na apresentação. A questão é não desistir. Ter raça e jogar até o final da partida, afinal jornalista só é jornalista aos 45 do segundo tempo.




Essa semana eu volto com mais Café com Notícias.





Jornalista

MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

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