Reportagem especial - Telemarketing com cobrança excessiva irrita consumidores

janeiro 11, 2008

Wander Veroni

Jornalista


O telefone é um meio de comunicação muito útil na vida moderna. Seja fixo ou celular, esse aparelho nos permite comunicar com pessoas distantes e ser achado em qualquer ponto do planeta para bater um papo. De olho nesse filão, em 1982, Nadji Tehrani criou o termo de língua inglesa "telemarketing" para designar a promoção de vendas, cobranças e serviços via telefone. Atualmente, o termo abrange não só as cobranças, mas o atendimento ao consumidor e o suporte técnico, caracterizado como uma ligação comercial roteirizada.

Em tempos de aumento das taxas de desemprego, o telemarketing é, hoje em dia, o setor que mais emprega no Brasil - principalmente jovens que buscam a primeira oportunidade profissional com carteira assinada, logo depois de terem concluído o ensino médio. De acordo com a Associação Brasileira de Telesserviços, 56% das vagas diárias de emprego são oriundas do telemarketing, principalmente das empresas de telefonia celular. Há uma grande rotatividade nessas vagas, cujo tempo médio que um profissional fica no cargo é de seis meses e no máximo dois anos. Outro dado impressionante é que 62% das vagas são ocupadas por universitários que encaram essa atividade como uma forma de custear os gastos no ensino superior.

Fonte de inúmeras reclamações no Procon-BH, o telemarketing ativo, nome dado ao serviço que vende produtos aos consumidores, ou o de cobrança de empresas financeiras, são acusados de incomodar e, muitas vezes, serem ofensivos com as pessoas. Desde dezembro do ano passado, a auxiliar administrativo, Cristina Silva, de 50 anos, moradora de Venda Nova, na zona norte de Belo Horizonte, está recebendo inúmeras ligações de cobrança. Mas se assustem, a dívida não é dela, é do vizinho. "Todos os dias o pessoal da BV Financeira liga para a minha casa para cobrar a dívida que um vizinho meu contraiu ao comprar uma moto. Eles contam detalhes dessa dívida e ainda denigrem a imagem dele. Pedem para que eu dê recado para que ele pague a dívida ou não vão parar de ligar para a minha casa", afirma.

Cristina conta ainda que o filho dela procurou o vizinho para conversar, apesar da família dizer que eles não são próximos e que não mantém nenhum laço de amizade. "Meu filho mais velho procurou o vizinho não para fazer o jogo do pessoal da cobrança, mas sim para alertá-lo de que estão expondo a situação financeira dele para terceiros. Não temos nada a ver com isso. É algo que diz respeito somente a ele. Pensamos em ir à delegacia prestar uma queixa contra a BV Financeira, mas o vizinho disse que já está processando a firma e pediu para que testemunhássemos essa violação de privacidade".

Procurada pela reportagem, o vizinho pediu para não divulgar o nome dele, uma vez em que se sente muito exposto, por que a financeira ligou também para outros moradores da rua. O vizinho disse ainda que não passou o número de telefone da vizinha citada na matéria para a empresa de cobrança. Diz suspeitar de que eles estejam usando números de telefones próximo a casa dele para pressiona-lo ou intimida-lo e complementa que terá uma audiência judicial marcada para o final deste mês contra a firma que faz essa cobrança indevida.

Já a BV Financeira, representada pela Toledo Pisa - empresa que faz a cobrança dessa dívida, disse que o "vizinho" passou o número para contato e que os moradores se negam a passar o recado, alegando que não é a obrigação deles. De acordo com o funcionário, que se identificou apenas como Tiago, disse não acreditar que os moradores não conheçam esse "vizinho" e suspeita que o credor seja um dos moradores da casa, e que as pessoas que atendem o telefone criaram essa história para confundi-lo. "O dono da linha ameaçou processar a minha empresa se a gente continuar ligando para a casa dele. Se ele se sente incomodado por que ele não passa o recado? Por que ele não processa o "vizinho" por passar um número alheio? Se ele coperasse com a gente tudo seria mais fácil", declarou.

MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

5 comentários

  1. A pior coisa do mundo são esse povo do telemarketing q é atrevido e fica falando desaforos pra gente...detesto isso...mto boa a sua reportagem especial...excelente! Uma verdadeira prestação de serviço.

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  2. Wander, q matéria boa aqui no "Café"! Vou ver se consigo emplacar ela na reunião de pauta de hj...

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  3. Excelente matéria, Wander! Nota 100000000000000 pra vc! Bjs =]

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  4. ninguem e obrigado a receber ligaçoes pra outras pessoas , esse cara deveria mesmo processar esse sujeito que vive lhe incomodando. se a empresa quer receber deveria antes de ceder o credito , fazer uma analise minuciosa do cadastro do cidadao. se continuar assim vai continuar tomando cano e enchendo o saco dos vizinhos.

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  5. esse caso é meio duvidoso quem garante que foi o próprio cliente que forneceu os números do vizinhos ou se a empresa estar utilizando a lista telefônica mas de qualquer forma essa empresa deveria utilizar esse recurso de deixar recados com terceiros para os clientes devedores poucas vezes pois isso é muito chato acaba colocando outras pessoas no meio da história que não tem nada ver com eles . Eles deveriam tentar mais vezes falar com esse cliente por telefone se isso não desse certo que se mandasse mala-direita ou mandarem email creio que dessa forma ele não teria motivo de colocar a financeira na justiça .Engraçado a cabra que estar devendo a financeira e ele ainda quer coloca-la na justiça quem deveria colocar ele na justiça era a empresa pra ele deixar de ser caloteiro.toma vergonha meu senhor e honri suas dividas.

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