Reportagem especial - Vida de repórter não é fácil, mas é uma delícia!

dezembro 13, 2007

Sol quente de dezembro. Shopping Oipoque lotado e várias pessoas fazendo compras de natal. Essa semana, para o programa de rádio que meu grupo e eu iremos criar na pós-graduação de Rádio e TV, fui incubido de ir fazer reportagem. Fazia muito tempo que não era repórter. Mesmo assim, topei o desafio de ir pra rua e colher sonoras interessantes.

Eram duas pautas: uma sobre "amigo oculto" - falar de presentes inusitados, experiências das pessoas sobre a brincadeira e conversar com os logistas sobre como é o dia de troca dos presentes que acontece depois do natal; já a outra pauta foi sobre "ônibus lotado" - conversar com os usuários do transporte coletivo da região metropolitana de BH sobre os problemas e experiências pessoais deles, para isso sai do shopping e me dirigi até os pontos de ônibus que ficam praticamente na mesma rua.

Aparentemente a tarefa é fácil, mas não tem nada de fácil. Vida de repórter é dura! Encontrei muitas pessoas solicitas querendo conversar sobre os assuntos, mas outras foram totalmente sem-educação, me tratando até com grosseria. Mas, apesar de tudo, gostei da experiência. Achei válido. Eu, que apenas tinha trabalhado com produção em TV, ou fazendo flash seco no rádio, quando trabalhava em assessoria, vi que posso ousar uma outra vertente profissional: a reportagem.

Uma coisa que percebi hoje, em especial, é que o repórter tem que saber conversar. Tratar a fonte bem, ser educado, puxar conversa e, acima de tudo, deixar ela falar o que pensa. Você, como repórter, pode até orientar a fonte para dar uma sonora que seja interessante para a matéria que realiza, mas não pode menosprezar as outras coisas que a fonte tem a dizer. Mesmo que não as use, às vezes pode até surgir uma terceira ou quarta pauta. Sou bom ouvinte, aliás sou mais de ouvir do que falar - é uma carcterística pessoal minha, mas busco o equilíbrio, de uns tempo pra cá: um bom comunicador precisa falar também e escutar quando lhe for necessário.

Por estar com o gravador na mão, muitas pessoas acharam que eu era da Rádio Itatiaia. Infelizmente, não trabalho lá. Mas quem sabe? Até bem pouco tempo atrás detestava rádio e não fazia questão de trabalhar com isso. Achava uma mídia muito fácil de trabalhar. Confesso que tinha até um certo preconceito. De uns tempos pra cá, vi que estava equivocado. Rádio é uma mídia com um potencial extraordinário. Você pode usar e abusar de milhares de recursos sonoros. Estimula a imaginação. Estou aprendendo muito.

Quando um produtor virá repórter deve ser uma dificuldade de aceitar a nova rotina e, ao mesmo tempo, uma ferversão de idéias para pautas quando você fica na rua por muito tempo. A rotina muda completamente: horas sentado à frente do computador, para horas em pé conversando com pessoas. A apuração dos dados é ao vivo e face-a-face, outra coisa! Nada substitui o contato humano na apuração. Olhar para as pessoas, conversar com elas e compartilhar sentimentos, ora de alegria, ora de tristeza, dependendo do caso, é completamente diferente.

Estou muito empolgado com reportagem. Recomendo todos os jornalistas passarem por isso um dia. Faço reportagem para impresso e web, mas não é mesma coisa que rádio e TV. Em tese até que é...mas a sensação é outra. Pelo fato das pessoas terem mais acesso a essas mídias eletrônicas, a profissão do jornalista fica mais glamorizada, mais colorida. Sei que isso não tem nada ver...muitos vão até discordar, mas perdoem esse pobre jornalista empolgado com o seu futuro que foi tão presente.




Essa semana eu volto com mais Café com Notícia.





Jornalista

MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

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