Então é Natal...por quê o mundo pára?

dezembro 24, 2007

Rodoviária lotada. Atraso de vôos nos aeroportos. Caos no trânsito nas principais vias de acesso ao centro de Belo Horizonte. Lojas e shoppings centers cheias de pessoas comprando os últimos preparativos para o Natal. 


Esse é o retrato das festas de fim de ano, não só da capital mineira, mas em muitas cidades brasileiras. Toda essa correria é para um único motivo: que a ceia de natal seja maravilhosa e ninguém fique sem presente.


Foi-se o tempo em que o comércio fechava no natal, que centro da cidade ficava vazio ou que não tinha nada, absolutamente nada, para realizar uma boa cobertura jornalística, baseada somente em pautas frias. Quem disse que festas de fim de ano não tem pauta? 


Eu já apelidei essas notícias de pacote de festas. Até o dia 31/12, ou mellhor, até o segundo dia do ano de 2008, os jornalistas vão estar aptos a cobrir apenas isso. Índices de criminalidade nesse período; números de acidentes nas estradas, incluindo mortos e feridos; e filantropos que aparecem nessa data para dar um colorido no natal das pessoas menos favorecidas.


O pacote de festas é básico. Toda redação que se preze faz essa cobertura. Rádio, TV e internet fazem um verdadeiro especial de fim de ano. Não sei o que é pior: se é evidenciar a cobertura jornalística nas festas de fim de ano ou não cobrir - fazer como certas emissoras que não cobrem a área policial, ficam igual doida atrás de informação, quando acontece um acidente nas estradas, por exemplo, e ao conseguir algo bem apurado transforma o fato em notícia sem aprofundamento, sem detalhes, sem prestação de serviço, no máximo nota coberta, no caso dos telejornais.


Jornalismo é pesquisa e criatividade. Já falei isso algumas vezes e vou repetir: tem muito jornalista que não vai a janela e esquece de prestar atenção nas coisas da cidade; só olha para o próprio umbigo ou o que as outros veículos estão noticiando - sem criatividade, esse tipo de jornalista vive no vampirismo e na limitação do pensamento.

Já no lado do entretenimento, principalmente na TV, o pacote de festas é outro. É a época dos shows ou dos programas temáticos que falam só de natal. Geralmente, um cantor ou banda se apresenta tocando ao vivo e o apresentador mais os convidados fazem um amigo oculto. 


Também tem o tradicional show do Roberto Carlos, na TV Globo. A TV Record aposta em outro ícone musical da mulherada, o cantor Fábio Jr., que aproveita o especial para lançar um DVD inédito no qual canta seus sucessos e as músicas preferidas dele.


E não é só isso: tem os filmes natalinos. Na grande maioria são de roteiros fracos e que insistem em repassar lições de moral a partir da lenda do espirito natalino versus consumismo. A única saida para fugir dessa conspiração natalina são as locadoras de DVDs. Conversei neste fim de semana com Helena Silva, gerente de uma locadora de filmes, localizada na área central de BH. 


Ela me constatou uma situação que já imaginava: apesar da queda das locações de filmes por causa da pirataria, nessa época do ano cresce o número de locações, não só de filmes, mas de shows e séries americanas. Que Deus abençoe as locadoras na época de festas de fim de ano...hehehe...só assim mesmo para fugir da overdose do bom velhinho...hehehe...




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Jornalista

MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

2 comentários

  1. Mano blogueiro,
    Feliz Natal.
    Vida longa, fértil, criativa e bem sucedida e este blog.
    Paz e bom humor sempre.
    Walmir
    http://walmir.carvalho.zip.net

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  2. Adorei o termo "pacote de festas"...hehehe

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