#Educação: Descubra como incentivar os mais jovens a se apaixonarem pelo mundo da leitura

abril 18, 2022


Educadores são unânimes ao dizer que a leitura é um hábito que faz bem para o desenvolvimento intelectual dos alunos, sobretudo os mais jovens. Ler traz repertório cultural, vocabulário mais abrangente dentro do idioma, além de melhorar a interpretação de texto e a ortografia. 

E, no Dia Internacional do Livro, celebrado em 23 de abril, coloca foco ainda maior nessa questão. No entanto, nem sempre é fácil despertar esse interesse nos mais jovens, por isso, pais e professores sempre buscam novas maneiras de engajar os “leitores mirins”.

Números têm indicado queda de obras lidas por crianças e adolescentes. De acordo com a última pesquisa em 2019 Retratos da Leitura no Brasil, realizada pela Fundação Pró-Livro, Itaú Cultura e IBOPE Inteligência, informa que 31% da população nunca comprou um livro.

Segundo a última pesquisa feita pelo IPL (Instituto Pró-Livro) em parceria com a Abrelivros, a Câmara Brasileira de Livros e o Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros), na primeira faixa etária (crianças entre 5 e 10 anos), houve um aumento de 23%, que tem um hábito de leitura frequente.

Mas, qual é o segredo para tornar as crianças e jovens apaixonados por livros? "No mundo digital de hoje, em que tudo acontece de forma muito acelerada, pode ser difícil fazer com que a criança ou jovem se sente e se concentre por 20 ou 30 minutos para ler", avalia o professor de literatura Alencar Schueroff, docente da plataforma online de ensino Professor Ferretto.

No entanto, na visão do professor, nem tudo “está perdido”, e é possível, sim, ajudar o público mais jovem a adotar o hábito de ler, seguindo algumas dicas simples:

Leitura digital

Ainda que crianças e jovens venham passando mais tempo à frente de celulares, tablets e computadores, essas ferramentas podem ser usadas a favor da leitura. “Os eletrônicos podem ser o pontapé inicial para o interesse pela leitura. Para minha ‘surpresa’, tenho 20 mil seguidores no meu Instagram, onde falo sobre Literatura. e tento levar esse universo aos alunos. E na Internet há materiais para facilitar o acesso aos livros”, revela o professor.

No entanto, Alencar ressalta que embora a internet tenha em muitos casos facilitado o acesso a livros - em parte pelos e-books, os livros eletrônicos, que são fáceis de carregar, mas não substituem as obras impressas, que são aliados da leitura. “A experiência de folhear o livro é difícil de substituir, é algo mais pessoal e que cria proximidade com a ideia de ler”, comenta o professor.

HQs

Outra dica do professor é utilizar os gibis, como são popularmente chamadas as histórias em quadrinhos (HQs). Elas também são conhecidas como “porta de entrada” para a literatura. “Eu mesmo, por exemplo, comecei lendo histórias em quadrinhos e daí passei a me interessar pelo mundo das palavras”, conta Alencar. De acordo com Retratos da Leitura no Brasil, os quadrinhos figuram entre os estilos literários preferidos entre as crianças e os pré-adolescentes. “Isso permite que clássicos sejam adaptados para o estilo e lidos mais ‘facilmente’”, sugere ele.

Outras obras

Jovens não costumam gostar de ler livros extensos com uma linguagem distante da atual. No caso do autor brasileiro Machado de Assis - frequentemente citado entre autores clássicos obrigatórios, por exemplo- pode-se começar por uma obra mais curta de duas ou três páginas, ao invés de já começar com o livro “Quincas Borba”.

“Isso é importante para que o aluno conheça o estilo daquele autor e, aos poucos, vá se acostumando com ele e se inserindo naquele universo. É claro que a linguagem muda ao longo dos anos, mas há, sim, diversas leituras clássicas que podem ser apreciadas por crianças e adolescentes”, afirma Alencar.

Literatura de nicho

Identificar uma leitura de nicho, algum tema que dialogue com o público, também pode ajudar bastante. “Podem ser os livros da série Harry Potter, por exemplo, ou qualquer outro que chame a atenção da criança ou jovem”.

Isso porque, ao indicar ou apresentar livros que não vão ao encontro da maturidade de determinada turma de alunos, a escola - ou os pais- os afasta da literatura. “Contos, livros de poesia, ficção e aventura costumam ter grande apelo entre os leitores mais jovens”, recomenda o professor.

Vai cair na prova

Ler por “exigência escolar” muitas vezes é a maior motivação das crianças e adolescentes para abrir e ler um livro até o final. Mas, ao invés de aplicar uma prova nos moldes tradicionais, pode-se optar por avaliações em grupos ou debates interpretativos do que foi lido, no modelo de saraus.

“Pedir que os alunos leiam uma determinada obra e depois dividam sua opinião com os colegas, dando chance para que discutam ideias e pensem sobre o que leram costuma funcionar bem e ajuda a compreender melhor o livro em questão”, ensina Alencar.

Dar o exemplo

Tanto os professores quanto os pais devem dar o exemplo, não somente falando para que as crianças leiam e apresentando livros como eles mesmos inserindo o hábito de ler em suas rotinas. “Estar sempre com a leitura em dia ou mostrar que está lendo algo pode influenciar mais as crianças do que simplesmente pedir que elas leiam”, conclui o professor de literatura.




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