#CaféIndica: Livro resgata a história de Tituba, bruxa negra que foi perseguida em Salém

abril 15, 2021



Por Sílvia Amâncio*


O #CaféIndica dessa semana é sobre o livro “Eu, Tituba: bruxa negra de Salém”, da escritora caribenha de Guadalupe, Maryse Condé. Lançado em 1986, a obra se propõe a contar o histórico episódio acontecido em 1694 na vila colonial em Massachusetts (EUA), na visão de Tituba, nascida na ilha de Barbados, escravizada e vendida para um puritano inglês. Para comprar o livro, clique aqui

Em uma Salém dominada pelo obscurantismo de cristãos fanáticos, mulheres foram acusadas por crianças de bruxaria e práticas consideradas satânicas. A escritora se debruça para dar identidade e raízes para a escrava Tituba, filha de uma mulher forte (também escravizada) e criada por uma velha raizeira que lhe ensinou tudo sobre remédios naturais, chás para as mais diversas moléstias e a conversar com aqueles que já estão em outra dimensão. 

Tituba, durante toda sua curta vida (estima-se que ela foi enforcada com menos de 30 anos) foi usada, abusada e enganada por homens, brancos e negros. Ela morreu violentamente sem realizar o seu maior sonho: voltar para a sua simples cabana na ilha caribenha, lugar onde ela nunca deveria ter saído para seguir o amor de quem a entregou para a morte. 

Intolerância

Enforcamentos, prisões, torturas, pessoas queimadas e violentadas. Tudo isso aconteceu em Salém, nos Estados Unidos, em 1692 e 1693. Uma caçada sanguinária tinha como missão instaurar uma verdadeira caçada às pessoas acusadas de fazer feitiçaria, devido ao extremismo religioso cristão. 

Mulheres e homens - sobretudo mulheres, que detinham o conhecimento de ervas e tratamento de doenças, foram colocadas na categoria de "bruxa" e perseguidos até à morte. Para se salvar, muitos tiveram que fazer feitiços e envenenamentos. Muitas dessas pessoas não concordavam com visão cristã de culpa e de medo, pois apreciavam a liberdade e o respeito ao outro.

Apesar de muitos autores com uma visão branca, cristã e eurocentrica colocar esses conhecimentos sobre a natureza e o mistério do Universo como "magia", "bruxaria" e "feitiçaria", é sabido que os rituais e seitas pagãs variam de região para região, conforme a época. É possível encontrar registros do que é considerado "bruxaria" não só na Europa medieval, como também na África, na Ásia e nas Américas.

Para saber um pouco mais desta história de Salém, clique aqui.





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*Perfil: Sílvia Amâncio é jornalista, entusiasta da Sétima Arte e fã de paçoca. Especializada em Comunicação e Saúde, costuma escrever sobre cinema, literatura, direitos humanos e um tanto de outras coisas, sempre levando para o lado latino-americano, socialista e com recorte de gênero.











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