#ForaDeHora: Novo programa quer mostrar que há espaço para o humor por dentro da notícia

janeiro 21, 2020

Crédito: Estevam Avellar / TV Globo / Divulgação. 

Uma bancada, dois apresentadores e um time de repórteres. Os elementos podem até ser soar como clássicos presentes em um telejornal normal. Mas qualquer semelhança com o jornalismo tradicional termina por aí. Nesta terça-feira (21/01), depois do #BBB20, estreia o novo humorístico da TV Globo, o #ForaDeHora com o intuito de desconstruir o universo das notícias. 

Ancorado pelos atores Paulo Vieira e Renata Gaspar, o humorístico pretende ressignificar as imagens e discursos do noticiário com todas as sátiras e paródias que couberem em um telejornal surreal. Mas nada de #FakeNews. O Fora de Hora tem direção artística de Lilian Amarante, direção de Calvito Leal e Manuh Fontes, e redação final de Maurício Rizzo e Caíto Mainier. 

Com crítica e irreverência em seu DNA, a atração vai usar assuntos reais para fazer uma crônica semanal, que pretende reunir temas do cotidiano aos absurdos possíveis em um jornal fictício. Para completar o elenco, um time de peso formado por Marcelo Adnet, Júlia Rabello, Caito Mainier, Luís Lobianco, Marcius Melhem, Welder Rodrigues, Luana Martau, Veronica Debom, Luciana Paes, Késia Estácio, Pedroca Monteiro, Márcio Vito e Gustavo Miranda, que interpretam repórteres, colunistas, correspondentes e comentaristas de talento e personalidades únicas. Todos juntos para mostrar que a piada, neste caso, é maior do que a notícia. Abaixo, confira uma das chamadas do programa:


“Fora de Hora tem um programa de humor que brinca com o formato do jornalismo e explora essa linguagem até a última instância. E, nessa brincadeira de desconstruir o jornalismo, vai ter todo tipo de piada, sem medo de brincar com o nonsense, com o absurdo. Acho que é também por conta do universo em torno da gente, que está tão absurdo também. Temos ainda a vantagem de trabalhar com um assunto que é quente e estar mais em cima dos fatos”, conta a diretora artística Lilian Amarante, que ressalta que todo episódio terá um terço de assuntos pautados na semana em que vai ao ar. 

Para o apresentador Paulo Vieira, juntar humor e jornalismo é um clássico. “Mas a gente vai entrar nesse momento que estamos vivendo de espetacularização da notícia, das fake news, desse tempo doido em que parece que todo mundo deu uma pirada e a gente nunca sabe bem se é sério aquilo que a gente está lendo. Chegamos para brincar com tudo isso”, avisa. 

“A gente entra para colocar luz no quão absurdo são certas coisas que as pessoas estão achando normais. O humor chega nas pessoas sem defesas e deixa as coisas mais leves do que elas estão”, completa Renata.

O papo de bastidor que vai ao ar sem querer, o entrevistado que reage de forma inesperada, ou aquela crise de riso que foge ao controle no momento mais crucial. Qualquer situação sem sentido pode surgir em meio às notícias, onde os fatos até podem ser reais, mas estão sempre fora do padrão, fora do normal, fora do script e, porque não, fora dos limites. 
Crédito: Estevam Avellar / TV Globo / Divulgação.  

À frente da bancada os atores Renata e Paulo se transformam nos personagens Renata e Paulo, âncoras e editores-chefes do jornal. “Os nomes são os mesmos, mas interpretamos dois personagens. A minha passa um pouco do lugar da realidade. Ela é meio misteriosa, solta umas frases do nada, do tipo que as pessoas ficam sem entender se ela falou aquilo mesmo ou não. No jogo com o Paulo (Vieira), ele sempre representa mais o público. Em alguns momentos, em que coisas surreais acontecem, ela acha normal e ele é quem fala: ‘meu Deus, o que está acontecendo? Vocês estão achando isso normal”, adianta Renata Gaspar, que, garante, já existe uma química cênica com o companheiro. 

Paulo Vieira endossa a opinião da companheira de bancada. “Ter uma parceira tão disposta, tão a fim de fazer a coisa dar certo, é incrível! Meu personagem é meio ingênuo, do interior, acabando de chegar na cidade grande e tem um exagero do humor, um sarcasmo fofo. Sou eu, apesar de ter essa ‘tinta’. Já a Renata leva para lugar meio louco, eu dou a notícia e fico pensando que aquilo não faz o menor sentido”, diverte-se Paulo. 
                
Humor quente

No ar toda terça-feira, depois do Big Brother Brasil, o Fora de Hora terá também a oportunidade de ter parte dos esquetes feitos com base em acontecimentos recentes. Maurício Rizzo, redator final, explica que o programa tem uma grande sinergia com o que está acontecendo, mas que a graça está acima do noticiário.  

“A gente vai usar toda a estética do jornalismo. Então é natural que a nossa rotina também se aproxime da deles na hora de escrever e gravar para levar um conteúdo quente no ar, na terça. A gente vai realmente falar de coisas que estão acontecendo, mas nosso compromisso é fazer as pessoas rirem. Hoje em dia as notícias que estão acontecendo já são piadas e, por isso, acho que a escolha por esse gênero foi acertada. O nível de transgressão ao que é do bom senso, fazem elas já nascerem piadas. São um manancial de humor”, completa Rizzo.

Ao vivo

No novo humorístico, o conceito de ‘ao vivo’ também vai virar motivo de piada. “A ideia é tirar os atores um pouco da zona de conforto e fazer todo mundo encarar de uma outra forma o desafio da gravação. Todo mundo junto no estúdio, um passando a bola para o outro e as pessoas realmente contracenando, como se fosse ao vivo. Acho que isso vai levar os atores para um lugar que em eles nunca chegaram”, pondera a diretora artística Lilian Amarante, jornalista de formação. 

“Por mais que seja um projeto de comédia, é um ambiente de jornal. Vai ter ponto, TP (teleprompter). A gente vai trabalhar com o ambiente de programa ao vivo”, conta Paulo Vieira. Ele chegou a estudar jornalismo antes de se firmar como ator. “Esbarra um pouco no que eu estava me preparando para fazer profissionalmente lá no Tocantins, antes de vir para o eixo Rio-SP. Para mim é uma realização, uma maneira de estar na bancada de um jornal da Globo. Cheguei a brincar no meu grupo da faculdade: finalmente!" completa.

Trupe

Com um elenco que se firmou no humor, seja na TV, no teatro ou na internet, a escalação dos atores funciona como uma trupe. Com exceção de Paulo e Renata, que sempre aparecem na bancada diretamente do estúdio, todo o grupo vai se alternar entre personagens fixos - repórteres, colunistas, correspondentes – e aleatórios, que vão desde os entrevistados, papéis com poucas falas, como elenco de apoio, e até a figuração. 
Crédito: Estevam Avellar / TV Globo / Divulgação.  

“Todos nós teremos um repórter para chamar de seu. Mas todos nós estamos atuando e presentes em várias situações: somos repórteres, personagens e entrevistados. Todo mundo está interagindo o tempo todo”, detalha a atriz Júlia Rabello. “Nosso compromisso é ter esse personagem fixo, mas também papéis variados, menores, inclusive figuração. Somos uma trupe mesmo”, explica Luis Lobianco. 

“Quando é em grupo, um puxa o outro, anima o outro, e, em cena, a gente se multiplica. Mais opções, mais combinações. Estou muito animado com esse elenco, é uma galera incrível. Estou louco pra aprender com eles e brincar também”, diverte-se Marcelo Adnet.

Realismo 

A realidade também é o que rege cenários e figurinos do humorístico. “A ideia é que eles sejam críveis, apesar do clima nonsense que temos muitas vezes. Então, seguimos uma linha mais sóbria e nos inspiramos e pesquisamos jornalistas reais. Temos os jornalistas fixos de cada ator e pensamos em marcas diferentes para os personagens, buscando uma identidade visual para cada um. Quanto mais realista, mais contamos a piada”, resume a figurista Alessandra Barrios. 

Na cenografia, foram muitas pesquisas e referências. “A imaginação dos roteiristas é o limite. A ideia é sempre possibilitar que tudo o que eles imaginem possa ser concretizado. O cenário sempre tem a missão de dizer o não dito em cena. Ele cria a atmosfera e dá sentido para as ações na medida em que orienta as movimentações cênicas. Pensamos em um cenário de cores neutras para que os telões de led fossem os personagens principais. As artes do painel dão o contraponto necessário para a seriedade do jornalismo. Junto, é claro, com a atuação dos atores. Vamos brincar muito com as imagens e com o espaço para sempre desconstruir a seriedade do jornalismo”, detalha a cenógrafa Flávia Yared.




Gostou do Café com Notícias? Então, siga o blog no Instagram, no Twitter, no Facebook, no LinkedIn e assine a nossa newsletter.






Jornalista

MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

0 comentários