#CrisePolítica: Apoio a Glenn Greenwald é um grito para que ainda haja liberdade de imprensa no Brasil

agosto 04, 2019

Crédito: Agência Brasil / Reprodução. 

Desde que o site @TheInterceptBR passou a publicar uma série de reportagens da #VazaJato que expõe conversas "altamente controversas, politizadas e legalmente duvidosas da força-tarefa da Lava Jato" entre o procurador Deltan Dallagnol e o (ex-Juiz e) atual ministro da Justiça, Sergio Moro, o jornalista @GlennGreenwald passou a sofrer inúmeros ataques virtuais de militantes ultraconservadores e, até mesmo, questionamentos sobre a veracidade das informações não só de outros colegas da imprensa, como também do presidente Bolsonaro que chegou a ameaça-lo de deportação.

O fato é que mesmo diante dos fatos de que Moro e Dallagnol feriram a ética profissional ao agir em benefício próprio – e contribuíram para ascensão do ultraconservadorismo no Poder; os órgãos de Justiça e boa parte da imprensa tradicional optaram por outra narrativa informativa: a de bater na tecla de que um hacker havia sido a fonte de Gleen e, com isso, não haveria como comprovar a veracidade dessas conversas. O fato é que em nenhum momento os acusados negaram as conversas e apenas se esquivam por meio de respostas evasivas de que foram vítimas de uma invasão virtual.

Pela nossa Constituição Federal de 1988, o The Intercept não é obrigado a revelar as suas fontes, nem como conseguiu tal informação – mesmo que o site tenha narrado o seu processo de apuração que também sucedeu ao apoio de outros veículos, como a do jornal Folha de S. Paulo. E isso é o que mais tem incomodado os ultraconservadores. Há toda uma tentativa de atribuir ao Gleen e sua equipe a correlação a um crime que, do ponto de vista jornalístico, nunca existiu, subvertendo toda a história.

Veja também:
- The Intercept e o papel da imprensa 

Na verdade, era para que toda a imprensa e demais órgãos públicos que trabalham em prol da transparência e fim da corrupção se unisse para colocar Moro, Dallagnol e companhia limitada contra a parede, exigindo explicações e um afastamento das suas atividades até que essa história seja resolvida. Nada disso está acontecendo. E isso é muito preocupante! O que está acontecendo com a imprensa brasileira? 

A necessidade de verbas de publicidade do Governo Federal é tão grande que, muitos veículos de comunicação, passaram a deixar de lado o que aprendemos na Faculdade de Comunicação Social e na rotina profissional, em prol de um pseudo apoio. Com isso, corremos o risco de mais uma vez a história se repetir: da imprensa tradicional fazer vistas grossas enquanto a democracia é assassinada.
Crédito: Fotos Públicas / Reprodução. 

Gleen e sua família tiveram a vida pessoal exposta na internet, sem contar as inúmeras fake news que foram atribuídos a ele, como forma de desmoralizar o seu trabalho. É por isso que a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), movimentos sociais, jornalistas independentes e artistas foram às ruas, nesta última semana, no Rio de Janeiro e em diversas capitais brasileiras – como em Belo Horizonte (MG).

A manifestação em apoio ao Glenn Greenwald e ao The Intercept se deve pela coragem que o site jornalístico dele teve de expor esse episódio, sem contar os inúmeros retrocessos de direitos sociais que o Governo Bolsonaro quer nos empurrar goela abaixo como se fosse a única salvação para que o Brasil saia dessa crise econômica.

Uma das premissas do Jornalismo é a sua contribuição social à disseminação de informação de interesse público, de defender a Democracia para que todos nós tenhamos acesso e possamos tomar as nossas próprias decisões. Por isso, mais do que nunca, é essencial que a imprensa brasileira não fique mais dividida e passe a ter um posicionamento mais claro para que, no futuro, ao lermos os livros de história, não tenhamos contribuído para esse novo modelo de Ditadura neofascista que, a todo momento, nos dá prova de querer se reinstalar. A Democracia brasileira pede socorro! Quando será que o gigante vai acordar?




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