#MercadoDeTrabalho: Por que não vale à pena mentir no currículo para garantir uma vaga de emprego?

junho 13, 2019

Crédito: iStock / Reprodução. 

Todo mundo sabe que mentira tem perna curta. Mas, apesar da sabedoria popular, algumas pessoas ainda insistem nessa prática, sobretudo na hora de atualizar o seu currículo profissional com diplomas ou experiências que não condizem com a realidade. 

Recentemente, um caso de mentira no currículo chamou a atenção dos brasileiros e ganhou destaque na mídia. Uma professora do ensino técnico mentiu sobre o título de pós-doutorado em Harvard, mesmo contando com outras experiências e formações muito expressivas no currículo. 

“O fato chocou por mostrar uma profissional experiente e conceituada agindo dessa forma e fez muitos profissionais refletirem sobre o assunto”, afirmou Rodrigo Vianna, CEO da Mappit, consultoria do Talenses Group especializada em recrutamento para profissionais em início de carreira.

De acordo com Vianna, muitas vezes, um currículo com informações exageradas ou mentirosas, não só afeta a credibilidade do candidato como pode ser determinante para a perda da vaga. 

O especialista afirma ser comum encontrar mentiras no currículo e ele acredita que alguns dos fatores que levam à mentira são a ideia de apresentar à empresa um currículo mais atraente, somado ao fato da dificuldade de conseguir um bom emprego atualmente, principalmente quando se é iniciante. 

“Estima-se que cerca de 75% dos currículos contenham alguma mentira que pode variar entre um `inocente` aumento do salário atual até a alterações do local de estudo e experiência em determinado assunto”, afirma Vianna.

Profissionais iniciantes

Entre os recém-formados, Vianna aponta que as mentiras mais comuns estão relacionadas ao nível de inglês ou de uma terceira língua e cursos extracurriculares. 

“Conforme a carreira vai evoluindo, as mentiras também se aprimoram nos currículos e é possível encontrar candidatos mentindo sobre a experiência profissional ou exagerando aspectos da carreira, como dizer que conduziu determinado projeto, mas na verdade ele foi parte importante do projeto conduzido por outra pessoa”, completa.
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O especialista explica que algumas mentiras são rapidamente percebidas por recrutadores experientes, outras nem tanto. “É fácil por exemplo, para o recrutador, perceber o nível de inglês ou de outro idioma fazendo algumas perguntas ou aplicando um teste”, diz. 

Ele explica que checar informações também faz parte do trabalho do recrutador e, mentir sobre as experiências passadas ou salário, pode ser descoberto com apenas um telefonema.

No entanto, se o profissional consegue ser convincente o bastante e mesmo com uma mentira no currículo, garante a vaga, a situação é mais complicada. “É bom ele se preparar para mentir mais ou estudar tudo o que disse que sabia, mas que na verdade não sabe”, enfatiza Vianna. 

Ele completa explicando que muitas vezes os profissionais em início de carreira são contratados por possuírem uma determinada habilidade técnica que vai auxiliar toda a equipe. Portanto assim que ele entrar para a vaga terá que desempenhar o bom nível de inglês que ele alegou que tinha, o domínio de Power Point e Excel que estavam no currículo e todas as habilidades de redes sociais que ele listou em suas atividades profissionais.

“Pode parecer fácil ou até uma maneira de ganhar tempo para aprender, mas o fato é que a mentira acaba sendo descoberta cedo ou tarde por colegas e superiores e com isso o profissional perde o respeito e passa a ser visto com desconfiança pela liderança”, pontua Vianna. E, por fim, ele pondera que em casos mais graves a demissão vem assim que a mentira é descoberta e o profissional fica com uma mancha eterna na carreira.




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