#CrisePolítica: A Paralisação dos Caminhoneiros e a nossa eterna Luta de Classe com a elite governista

junho 03, 2018

Foto: Agência Brasil / Reprodução. 

Muito provavelmente, quando os historiadores se debruçarem na construção da narrativa política do Brasil em 2018, um ano de eleições presidenciais, veremos que a Paralisação dos Caminhoneiros teve o mesmo (ou até maior) peso político que as Jornadas de Junho, em 2013, quando a população foi para as ruas manifestar pelo aumento da passagem de ônibus e pelo fim da corrupção no Brasil.

Diferentes das Jornadas de Junho que começaram com uma pauta das passagens do transporte coletivo (Não é por R$ 0,20 centavos!) e depois foram se aglutinando outras várias pautas que levaram as pessoas dos mais diversos segmentos políticos para as ruas, a Paralisação dos Caminhoneiros, literalmente, parou o País.

O Brasil ficou sem combustível, sem alimento e sem transporte público. Governos estaduais e municipais decretaram Ponto Facultativo de uma semana porque também foram afetados. Estradas e rodovias formaram um cinturão de caminhões por todos os lados. O Brasil parou. A política abusiva de preços da Petrobrás de Pedro Parente, elevando o combustível e o gás de cozinha às alturas foram decisivos para chegar a esse ponto.

Mas, tão importante quanto o debate político, os caminhoneiros nos chamaram a atenção para as péssimas condições das estradas, pelos altos preços dos pedágios e o fato de estarem pagando para trabalhar. Cansaram de ser oprimidos e deram o seu grito de liberdade aos abusos tarifários do Governo, assim como Tiradentes e seu grupo fizeram na Inconfidência Mineira.

Os caminhoneiros alegaram não ter sindicato ou partido político por trás. Tudo foi combinado por meio do Whatsapp e articulado entre eles mesmo em diversas partes do Brasil. Novamente, assim como na Primavera Árabe, o celular é o protagonista de mudança, mostrando que as articulações políticas e sociais como conhecemos na década passada já não valem mais.

Se por um lado os caminhoneiros também gritavam #FORATEMER, alguns incautos gritavam pela Intervenção Militar sem saber que se estivéssemos em um regime de Ditadura, eles jamais conseguiriam fazer uma manifestação como essa. Estaria a maioria dos caminhoneiros mortos ou presos. Mas esse pedido é um grito de socorro por mudança. As pessoas já estão cansadas de corrupção e dos mesmos grupos políticos no Poder se beneficiando de forma privada dos bens públicos, desde o surgimento do Brasil.

Acabou que Pedro Parente pediu demissão da Petrobrás após uma semana de caos no Brasil. Ele foi responsável por começar um processo de refinar o Petróleo do Brasil em outros países, fazendo com que o combustível voltasse mais caro para o Brasil, sendo que a Petrobrás possuí refinarias próprias capaz de dar conta de tudo que é produzido no País.

Enquanto isso, o Governo Federal tenta passar uma imagem de que o país está pacificado e de que tudo está voltando ao normal, quando na verdade não está. A maioria dos brasileiros não aprova o Golpe que colocou Temer no poder e um grupo político com ideias liberais e de enriquecimento desenfreado que não condiz com o projeto político que venceu as urnas em 2014.

Aos poucos, o Gigante está acordando e as pessoas estão se dando conta de que precisamos não só mudar o Executivo, mas escolher melhor – bem melhor mesmo, quem serão os nossos representantes no Legislativo (deputado estadual, deputado federal e senador). 

A nossa escolha errada na última eleição formou uma legislatura de maioria golpista que afundou o Brasil e subverteu o discurso pelo fim da corrupção política tão conclamada pelas ruas em 2013. Não foi só o PT, PMDB ou PSDB que estão envolvidos com esquemas políticos de corrupção, e sim vários partidos. Vários mesmo. É hora de mudar e escolher melhor os nossos representantes.

Reflexão

Estou lendo um livro que se chama "Os donos do Poder", que mostra como as mesmas famílias patriarcais (brancas, elitistas e milionárias) estão no poder desde o Descobrimento (Estupro) do Brasil até os dias de hoje. 

Paralelo a isso, também estou lendo um livro ensaio/biografia de como surgiu o "Mídia Ninja" e como o coletivo pensa as suas pautas e coberturas ao vivo dos mais diversos movimentos por meio da internet, sobretudo nas redes sociais como Facebook e Twitter
Foto: Vexels / Reprodução. 

Interessante pensar que assim como o "Mídia Ninja", outros movimentos jornalísticos estão surgindo (ou se fortalecendo) não só como uma resposta ao Passaralho dos últimos anos, mas sobretudo como forma de propor uma outra narrativa que não seja amarrada pelo patriarcado dos grupos políticos que estão no poder a séculos.

Em um momento de Fake News de tudo que se podemos imaginar, é hora de passarmos a avaliar de onde vem a notícias que consumismo e qual é a proposta para tal informação circular. O Patriarcado nunca quer perder o poder, mesmo que isso valha sangrar o que restou da mídia tradicional/analógica.

Será que a revolução digital e da informação está mesmo no celular?





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Jornalista

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