#Levante: Ocupações nas escolas durante o ENEM mostra resistência e fragiliza o Governo Temer

novembro 04, 2016

Fonte: EBC / Reprodução. 

Nos últimos dias, a imprensa brasileira tem dado ampla cobertura às ocupações feitas por estudantes em diversas escolas públicas e universidades com o objetivo de pressionar o Governo Temer a voltar atrás na proposta da PEC 55 (ex-PEC 241) que limita os gastos da saúde, da educação e de diversos programas sociais por 20 anos.

Se a mídia tradicional apresenta a PEC como uma forma de reduzir gastos e estancar um rombo histórico nas contas públicas, por outro lado a proposta restringe investimentos importantes na área social e, sobretudo, fragiliza o serviço público a ponto de impor terceirizações/privatizações como forma de amenizar danos, com a desculpa de poupar investimentos públicos, quando na verdade está se beneficiando grandes grupos de educação e de Planos de Saúde, no caso destas pastas respectivamente.

Uma coisa que precisa ser dita: a ocupação dos estudantes não é invasão, uma vez que a escola é feita para o estudante. E, de forma simbólica, não há melhor meio de um estudante mostrar descontentamento das decisões feitas de forma arbitrária pelo Poder Público do que numa escola. É o aprendizado das questões políticas na prática, por meio da resistência e da luta social.

Não é à toa que a palavra LEVANTE abre o título deste post. A população já começou a se levantar e falar não para as notícias tendenciosas que alguns veículos de comunicação insistem em levar ao ar; de falar não ao Golpe Político-Partidário-Midiático-Parlamentar-Privatista que o Brasil sofreu este ano que não envolve só o impeachment de Dilma Rousseff, mas a prática de uma cartilha neoliberal voraz que retira do Brasil o seu protagonismo de liderança mundial por promover nos últimos anos a saída de milhares de pessoas da linha da pobreza.

Se em um algum momento infantil – ou até mesmo inocente, acreditamos que houve polarização da esquerda e da direita na política brasileira, o fato é que o que se vê é uma jornada pelo Poder político e econômico de uma elite que está patrocinada por interesses financeiros muito, mas muito maior do que a gente possa imaginar.
Fonte: G1 / Reprodução.

Polarizar os partidos foi uma estratégia para o Golpe que se consolidou. Tudo não passou de uma cortina de fumaça para algo muito mais sério e que já foi cantado há muito tempo pelos livros de história: querem vender o Brasil a “preço de banana” para o setor privado nacional e internacional.

E não há maneira melhor de vender empresas públicas do que desmoraliza-la internacionalmente, de mostrar que o país está em crise e que por isso precisamos ser menos duros nas leis trabalhistas e em qualquer possível ganho social, como se todo brasileiro tivesse acesso às mesmas oportunidades.

Por isso, quando vejo estudantes ocupando escolas e universidades, mesmo aquelas que foram locais de votação nas eleições municipais e de locais que serão usados para receber os estudantes que querem fazer o ENEM 2016, sinto que ainda há uma fagulha de esperança, que as pessoas não estão mais comprando com tanta facilidade o que a mídia tradicional diz, porque a cobertura ao vivo e em tempo real das ocupações nas escolas, da nossa vida política de uma maneira geral, está acontecendo não na mais na TV, nem no jornal, mas na linha do tempo da sua rede social.

LEVANTE. Porque o mundo mudou. Ou melhor, está mudando o tempo todo. Levante!




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Jornalista

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