#Crítica: Novela Além do Tempo surpreende com trama de época e temática espírita

setembro 27, 2015

Foto: TV Globo / Reprodução. 

Enquanto as novelas estão perdendo audiência a cada ano, algo curioso acontece na TV Globo. As novelas das 18h seguem, de uns tempos para cá, com um capricho de histórias e de temáticas que chama atenção do público e da crítica – o que não se pode dizer o mesmo das tramas exibidas às 21h que tem sofrido uma enorme dificuldade para emplacar.

A novela das seis mais recente, Além do Tempo, escrita por Elizabeth Jhin e com direção geral de Rogério Gomes, tem surpreendido o telespectador com uma trama de época bem amarrada, cuja temática espírita promoverá algo até então inédito neste tipo de história. 

O folhetim terá uma passagem de tempo de 150 anos com os mesmos personagens, a partir da segunda quinzena de outubro. Ou seja, começou com uma trama de época e terminará nos dias atuais.

A ousadia de Além do Tempo é para mostrar o quanto os atos de uma vida podem interferir numa próxima encarnação. A trama que poderia ter ido por um caminho mais fácil de focar apenas no romance água com açúcar do casal protagonista, mas resolveu oferecer algo além e tem sido muito feliz em discutir temas sociais do final do século XIX, em um Brasil ainda se adaptando com o fim da escravidão e lutando por mais igualdade social entre as classes.

Mesmo com as comparações iniciais com a série Downton Abbey, Além do Tempo encanta o público pela sensibilidade da história: principalmente pela mocinha Lívia, de Aline Moraes, que tem um pulso firme e não se faz de coitada. Outro trunfo importante são as belíssimas atuações de Irene Ravache – que faz a Condessa Vitória, e Ana Beatriz Nogueira, que interpreta Emília, a mãe de Lívia. As atrizes veteranas estão em sua melhor forma e mostram que o embate das duas personagens é o fio condutor de toda trama.

Carma

Paola Oliveira na pele da vilã Melissa é outro destaque. A atriz sabe como ninguém dar vida a uma personagem arrogante e gananciosa que tramou o fim do casamento da amiga (e quiçá a morte dela) para ficar com o marido, o Conde Felipe, interpretado por Rafael Cardoso. Melissa vê no casamento com o Conde a única maneira da família dela recuperar a fortuna e o prestígio social, uma vez que ela, a mãe e o irmão moram de favor na casa da madrinha dela, a Condessa Vitória.
Fotos: TV Globo / Reprodução. 

Melissa não vai suportar vê Lívia e Felipe juntos. Ela e Pedro (Emílio Dantas) vão armar um plano para separar o casal. Após ser abandonada pelo Conde com o casamento já marcado, Melissa descobrirá que Lívia e Felipe pretendem fugir de barco para outra cidade e conta para Pedro. Fora de si, o rapaz vai atrás do casal e provoca um acidente em que a mocinha e o Conde morrerão abraçados.

Ao saber da morte do casal, Melissa surta. A vilã ateia fogo no casarão, mas permanece dentro do local e morrerá queimada. Já Pedro, também fica desnorteado e se refugia na floresta de Campobello. Na segunda fase da novela, os laços serão ainda mais próximos. Vitória e Emília serão mãe e filha e terão um relacionamento ainda mais complicado. Lívia será uma enóloga de sucesso, mas Pedro – agora milionário, será ainda mais obcecado por ela.

Felipe volta mais simples e sem título de nobreza. Ele será um produtor de vinícola, agora casado com Melissa, que se tornou ainda mais controladora e ciumenta. O casamento dos dois estará em ruínas e Felipe se apaixonará por Lívia novamente, logo no primeiro encontro, mostrando que o amor dos dois está mesmo além do tempo.




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Jornalista

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2 comentários

  1. Estou acompanhando a novela e me faz refletir sobre a minha vida, o meu passado e as consequências agora, no presente! Está me fazendo mal e ao mesmo tempo me fazendo bem, por querer reparar erros, perdoar...não sei se vou conseguir mas estou empenhada em ser melhor do que sou! Boa semana pra você!

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    1. Oi Vera! Bacana que a novela conseguiu despertar esse movimento de mudança em você. Obrigado pelo comentário e excelente semana para você também. :)

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