Blogueiro é morto por trabalho como jornalista investigativo

maio 21, 2015



O blogueiro e jornalista investigativo, Evany José Metzker, de 67 anos, foi encontrado morto e decapitado em uma estrada da zona rural de Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Metzker era um conhecido jornalista da região e estava na cidade há três meses para uma série de reportagens. Ele mantinha o blog Coruja do Vale, onde denunciava irregularidades na política e na polícia.

Metzker investigava uma quadrilha de prostituição de adolescentes que agia em Catuji. O corpo do jornalista foi encontrado com sinais de violência física, seminu e com as mãos amarradas. A cabeça do repórter foi encontrada em uma vala, muito dilacerada, a 100 metros do corpo. A perícia constatou que o corpo, em estado de decomposição, estava ali há cerca de cinco dias.

A Polícia Civil trabalha com duas linhas de investigação: queima de arquivo ou crime passional, provocado por vingança, diante da suspeita de envolvimento da vítima com uma pessoa da cidade. Documentos, a carteira do jornalista, relógio e a aliança foram encontrados próximo ao corpo. Metzker morava em Medina, também na região do Vale do Jequitinhonha, e foi sepultado por lá.

O material de trabalho do blogueiro – que exercia a sua atividade como jornalista independente, deve ser analisado pela Polícia Civil durante as investigações. Nesta quarta-feira (20/05), o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Kerison Lopes, defendeu a federalização da investigação de crimes cometidos contra jornalistas e cobrou uma solução do Poder Público.

“Isso é fundamental para dar mais segurança ao trabalho dos jornalistas, isenção na apuração e principalmente para que se faça justiça”, disse Kerison em entrevista coletiva realizada na Casa do Jornalista, em Belo Horizonte. Ainda, Kerison manifestou apoio ao projeto de lei apresentado pelo ex-deputado Protógenes Queiroz e reapresentado pelo deputado Vicentinho (PT-SP), que inclui os crimes contra jornalistas entre aqueles que podem ser investigados pela Polícia Federal.

Ele lembrou o caso ocorrido em Ipatinga, no Vale do Aço mineiro, onde, no dia 08 de março de 2013, foi assassinado o jornalista Rodrigo Neto, que investigava crimes envolvendo policiais; 37 dias depois, foi assassinado o fotógrafo Walgney Carvalho, que trabalhava com ele. As investigações chegaram a três acusados, um deles policial, mas só dois foram denunciados e julgados. “Os crimes intimidaram os jornalistas de Ipatinga. A cidade não tem mais repórter de polícia e os crimes que Rodrigo Neto denunciou não são mais noticiados”, explicou Kerison durante a coletiva.

Em nota, o governador de Minas Gerais, Fernando Damata Pimentel (PT), mostrou solidariedade aos familiares e amigos do blogueiro e jornalista investigativo, e determinou a apuração rigorosa no caso. Ele solicitou ao secretário de Defesa Social, Bernardo Santana, que todos os esforços da área de Segurança Pública do Estado sejam no sentido de assegurar total esclarecimento sobre a motivação do crime, identificação e prisão dos culpados.


“Coordenada pelo delegado Emerson Morais, a equipe de quatro investigadores e uma escrivã do DHPP vai dar sequência à investigação que já tem, pelo menos, dois depoimentos colhidos em cartório nessa terça-feira (19/05) pela equipe da Delegacia de Padre Paraíso, assim como outros levantamentos obtidos no local a partir de diligências preliminares e das primeiras impressões da perícia criminal”, afirma a nota.






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