TV Globo Minas investe em jornalismo colaborativo nas comunidades de BH

dezembro 07, 2012




Uma ideia muito bacana que já acontece nas Praças de São Paulo, Brasília-DF e Rio de Janeiro vai entrar em ação na TV Globo Minas. Trata-se do projeto Parceiro do MGTV, que vai selecionar jovens interessados em trazer um novo olhar sobre a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em uma parceria com o telespectador, o novo quadro do MGTV vai mostrar a realidade de cinco regiões da capital mineira, Betim e Contagem pela mão, voz e olhar de seus moradores.

Os novos parceiros vão usar sua própria linguagem para contar histórias das regiões onde vivem, levando seu ponto de vista para todo o público. O projeto será lançado oficialmente na próxima segunda-feira (10/12), sendo que as inscrições vão até o dia 23 de dezembro. Para fazer a inscrição, basta entrar na seção específica do portal G1 MG.

Os candidatos devem ser maiores de 18 anos, ter o ensino médio completo e morar em comunidades das regiões selecionadas. São elas: Aglomerado Santa Lúcia, Aglomerado da Serra e Pedreira Prado Lopes, em Belo Horizonte; Betim e Contagem.

Depois disso, serão selecionadas cinco duplas, uma de cada região. Todos receberão treinamento técnico para o manuseio da câmera, que será oferecida pela TV Globo Minas, e participarão de palestras e oficinas com profissionais do jornalismo da emissora. As duplas terão liberdade para trazer suas sugestões de pauta e suas matérias.

A TV Globo Minas já abre espaço para o jornalismo colaborativo no seus noticiários por meio do quadro Você no MGTV, onde o telespectador pode enviar flagrantes e denúncias em vídeos sobre os mais variados assuntos. Dependendo do material enviado, a equipe de jornalismo da emissora pode até explorar o assunto ainda mais por meio de uma reportagem ou acrescentar o flagrante a uma reportagem que já está sendo produzida.

Parceria

A iniciativa é, sem dúvida, uma ótima oportunidade para estudantes de comunicação que moram nestes espaços da Grande BH ou ainda para que os moradores destes locais possam apresentar para o público o que se passa em cada região de uma maneira mais intimista, seja problemas estruturais como a falta a de equipamentos públicos, seja nas questão social como a questão da segurança pública ou as manifestações culturais de cada localidade.

Há cerca de dois anos, durante o Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji, tive a oportunidade de conhecer por meio de uma palestra do jornalista @_rafaelcoimbra, da Globo News, que citou a iniciativa carioca do projeto "Parceiro" de promover o jornalismo colaborativo nas favelas e comunidades carentes cariocas, como uma forma do RJTV se aproximar ainda mais da realidade dos seus telespectadores.

Rafael ainda citou um outro projeto tão bom quanto da CNN americana - o CNN iReport, onde os internautas podem enviar vídeos de acontecimentos locais para a redação da emissora. Esse material passa por um processo de apuração e a medida que internauta vai mandando conteúdo credível vai ganhando uma avaliação positiva da equipe da rede que o credita, até mesmo, entrar ao vivo com os âncoras via internet.

O mais interessante desses exemplos é que eles não são remunerados. Os internautas participam desses programas de forma voluntária, principalmente por que querem ver a localidade onde mora como notícia no veículo em questão. Se o telespectador já cria vínculo com um programa ou canal simplesmente por se identificar com os assuntos mostrados, imagina quando ele vira um agente produtor de assuntos?

Creio que essa parceria que já acontece por telefone, SMS, e-mail e redes sociais – onde público opina, critica, elogia e sugere de forma ativa, tem tudo para se estabelecer ainda mais como uma tendência jornalística. O jornalista contemporâneo não é só um produtor de conteúdo, mas sim um curador de vários conteúdos e um observador crítico das coisas da nossa sociedade. O jornalismo colaborativo veio para ficar.



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Jornalista

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6 comentários

  1. Essa ideia da Globo Minas é muito interessante. Acho que é um incentivo importante para que as comunidades possam falar do local onde moram com mais propriedade e de forma participativa. Curti! :)

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  2. Tenho minhas dúvidas da utilidade de ficar usando de uma forma regular o material informativo de uma pessoa que não é jornalista, nem é contratada da empresa em questão....no entanto, tenho certeza que esse material passará por uma edição de um jornalista, no mínimo.

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  3. Moro próximo ao Aglomerado Santa Lúcia. Tenho alguns conhecidos que moram por lá. Espero que o projeto dê certo, pois é muito importante a comunidade ter voz para mostrar os problemas e as alegrias de onde moram. Pode ser um marco importante.

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  4. Francisco Bertoletta7 de dez. de 2012, 18:30:00

    Creio que o projeto pode estreitar ainda mais os laços entre público e produtores de TV. Além disso, dá a oportunidade para que os moradores possam mostrar o local onde mora sob novo foco.

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  5. Tenho as minhas dúvidas se esse tipo de ação não é uma desculpa para tirar o espaço dos jornalistas que poderiam fazer muito bem esse trabalho.

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  6. Não acredito que projetos como este tiram o espaço dos jornalistas,ao contrário agregam em muito o trabalho deles de apuração de algo que provavelmente eles não teriam acesso se não fosse a comunidade local para alertá-los.

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