#Crônica: O preço alto da Ditadura Branca
outubro 16, 2012
O excesso de luz cega. Assim como é mostrado na obra de José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira, estamos
vivendo na cegueira branca. Diferente
do livro, algumas pessoas já conseguiram enxergar essa questão. Pouca gente
percebe. Não há falta de luz. Há muita luz. Luz para todos os lados. E essa luz branca é a informação. Seria
lindo se essa luz fosse usada para promover a liberdade, a igualdade o respeito.
Infelizmente, não é assim que a “banda toca”.
Não. A Luz Branca é
usada para dominar, para colocar cabresto, fortalecer grupos, limitar a fé e
inibir a reflexão filosófica. Existe luz no fim do túnel? Sim. Mas a Luz Branca nos convence que é mais
fácil permanecer do que transformar. E na correria do dia-dia,
onde todo mundo quer um lugar sol, filtrar a Luz pode ser perigoso, mas é uma
delícia. É preciso ter malícia!
O excesso de luz pode até confortar, mas ao voltar para a
realidade a ressaca moral é violenta. Tudo que é em excesso nos faz mal. E
estamos pagando um preço alto: a ditadura
da informação se tornou uma Ditadura
Branca. Estamos em um período de transição de modelos e costumes. Há quem
diga que é necessário vivermos nesta Ditadura
Branca – mesmo nos cegando, para encontrarmos a densidade correta da luz
daqui a alguns anos. O período de revolução se aproxima.
Enquanto esse tempo não chega, corremos sérios riscos. Existem
pessoas que se acomodaram com o excesso de luz. Está tudo muito bom, tudo muito
tranquilo. A máquina ainda funciona. Ainda. A grande questão é que a Luz Branca se intensifica em alguns
momentos oportunos de propósito, principalmente quando o povo é convidado para
participar democraticamente.
Alguém ainda acredita na democracia
plena? Pelo menos aqui no Brasil,
ela não passa de maquiagem. Desde a época do Brasil Colônia os grupos políticos se alternam no comando. Ou
ainda, os subgrupos dos grupos não chegam a um denominador comum e se
descabelam pelo poder absoluto. Vale
tudo pelo poder. O poder é viciante e
vicioso. Prova disso é que, atualmente, os partidos políticos estão cada
vez mais divididos e sem bandeiras claramente definidas.
Como disse, algumas pessoas já sacaram a Ditadura Branca e saíram da zona de conforto. Eu preciso de luz.
Você precisa de luz. Todos nós precisamos de luz. Mas deixar-se cegar por ela –
ou não, é o que difere você dos outros. Vire o rosto quando a luz tentar lhe
cegar, mas não feche os olhos completamente. A Ditadura Branca usa a democracia como fachada. A religião como ópio.
Há muito poder envolvido. Poder esse que alguns grupos não querem dividir com o
povo. Por isso, acorde. Fiscalize. Reflita. Participe. A chama que ascende essa
luz está nas nossas ações.
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Jornalista
3 comentários
Parabéns pela crônica, Wander. Concordo contigo em gênero, número e grau. Estamos numa Ditadura Branca onde o excesso de informação faz mal e onde os grupos querem promover o vale tudo pelo poder. Abraços
ResponderExcluirGostei da metáfora que vc usou para falar que estamos vivendo em ditadura. A liberdade de expressão está cada vez mais restrita e perigosa.
ResponderExcluirSabe, às vezes tenho medo dessa ditadura branca...ela cega, encanta e aprisiona. Ainda teremos que evoluir muito para chegar à democracia.
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