Veja BH – Nova revista é lançada e aposta na área cultural de Belo Horizonte
maio 15, 2012
Em meio
aos últimos escândalos éticos e editoriais envolvendo o bicheiro Carlinhos
Cachoeira, o editor Policarpo Júnior e o publisher Roberto Civita, a Revista Veja, da Editora Abril, lançou
no dia 09 de maio, a Veja BH. Irmã mais nova do grupo, a
revista nasce sob o expoente de retratar de forma mais local assuntos de interesse do público belo-horizontino, apostando principalmente na área cultural.
Na matéria de capa, nada de polêmica ou denuncias: optou-se por apresentar a
cidade, com seus desafios e belezas.
Sob os
cuidados da competente jornalista e editora-chefe Ivana Moreira – responsável por
dar uma nova cara à rádio Band News FM
BH e implantar o jornal Metro BH,
ambos veículos do Grupo Bandeirantes, em Belo Horizonte, Ivana agora no Grupo
Abril tem a árdua missão de fixar a edição local da @veja_bh no gosto do
público. Para isso, foi recrutada uma equipe escolhida a dedo e que manteve,
durante alguns meses, certo suspense quanto ao real lançamento da publicação e
a sua veiculação.
No
último dia 03 de maio, em uma festa para mais de 600 convidados no Salão Torre
Alta Vila, em Nova Lima, a Veja BH
foi lançada tendo como mestre de cerimônias a atriz Deborah Secco – que é
casada com o meio-campo Roger Flores, do Cruzeiro, além da presença de várias
autoridades, entre elas o atual prefeito de BH Márcio Lacerda e o senador Aécio
Neves. Sem custo a mais para o leitor, a Veja
BH é vendida como um encarte da Veja
Nacional/São Paulo por R$ 9,90, ou seja: o público compra uma revista e
leva duas.
Para o
mercado de comunicação em BH, a chegada da versão local da revista gerou
empregos para jornalistas e áreas afins, além de suprir uma necessidade
regional de ter uma publicação nacional com um escritório fixo na cidade. A Veja BH chega ao mercado concorrendo
diretamente com as revistas Viver Brasil,
Encontro e Vox Objetiva. A edição belo-horizontina circulará também em 65 municípios
num raio de 200 km da capital e terá uma tiragem semanal de 70 mil exemplares.
Impressões
Para a
primeira edição, a revista Veja BH
optou por um caminho mais confortável editorialmente falando, destacando alguns
pontos da cidade que merecem uma melhor atenção do poder público e,
principalmente, dos moradores. Diferente do que acontece na versão paulista e
carioca onde os escândalos políticos sempre rendem capas, a irmã caçula de Veja preferiu dar a sua primeira capa a
uma matéria mais light, muito bem escrita por Luísa Brasil com a
colaboração de Thiago Alves, ambos vindos da Band News FM.
Tudo
bem que a “Vejinha” – como os paulistas e cariocas falam, é mais cultural mesmo,
mas nada impede que a Praça se alinhe às necessidades do seu público. BH carece
de veículos questionadores e investigativos, que talvez só uma empresa de
comunicação de âmbito nacional poderá oferecer suporte logístico, editorial e jurídico aos
profissionais envolvidos. Fica a dica!
O tom
mais light da Veja BH, pelo menos
nesta primeira edição, pode ser explicado pelo número expressivo de anunciantes
e uma certa preocupação do Grupo Abril de não bater de frente com ninguém. Com
os bastidores cada vez mais nebulosos da corrida eleitoral em BH envolvendo
possíveis alianças e a fragilidade que se encontra o legislativo municipal, muito
me estranha a Veja não retomar o seu
DNA investigativo, ainda mais numa capa de estreia.
Com uma
dedicada cobertura da área cultural e de comportamento, a Veja BH cumpre o papel de mostrar para a cidade – e quiçá para Minas
Gerais e para o país, a efervescência de uma metrópole como Belo Horizonte que
não para de crescer e tem amargado vários problemas de mobilidade urbana por
conta do excessivo números de engarrafamentos nos principais corredores viários
nos mais diferentes horários; falta de táxis e de transporte público de
qualidade – tema inclusiva abordado na edição impressa e estendida ao site da
revista de forma bastante reflexiva. No mais, vale a pena conferir!
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Jornalista
10 comentários
Ainda não tive a oportunidade de ler a Veja BH, mas acho super importante a publicação ter esta edição local. Ainda não vi a revista, mas pelo seu post me deu vontade de ler. A equipe é muito boa! Beijos
ResponderExcluirPena que a Veja chegue a BH falando de assuntos lights, sem colocar o dedo na ferida como acontece na versão nacional. O que tem de pauta boa na área de política local e estadual não está no gibi...rs
ResponderExcluirEu gostei da Veja BH. Achei a revista bem informativa e descobri coisas sobre a cidade que nem sabia. A única coisa que faltou é uma coluna local sobre TV e uma boa entrevista com algumas personalidade mineira.
ResponderExcluirPara falar a verdade, a VEJA não é o tipo de revista que leio. Mas acho legal ter uma edição de BH falando de coisas da cidade para quem é da cidade.
ResponderExcluirEi querido. Arrasou na análise da revista, hein. É como vc disse, a tradição da Vejinha é ser mais light, mas como existe demanda aí em BH por temas mais quentes, acho válido os envolvidos repensarem esta ideia. Beijos
ResponderExcluirNem que se me pagasse eu compro essa revista. Só leio Carta Capital e Piauí, isso sim que é revista de verdade. O povo precisa de mais acesso a cultura de verdade, com reflexão e crítica.
ResponderExcluirÉ inegável a projeção da revista Veja no Brasil, mas definitivamente não tenho o menor interesse em lê-la. Não me atrai, prefiro a Isto É e a Época.
ResponderExcluirEu simplesmente amei a Vejinha de BH! Para mim está perfeita. É um ótimo guia cultural com os eventos que vão acontecer na semana. A proposta da revista em várias cidades é esse gente, não inventa de querer mudar pq eles não vão fazer isso nunca.
ResponderExcluirA Vejinha é isso mesmo gente, cultura ou comportamento. Vez ou outra algum grande destaque político numa entrevista, pelo que me lembro da edição paulista. Por mim, está mais do que aprovada. Sucesso para toda a equipe.
ResponderExcluirExcelente meu caro Wander! Crítica tem que ser assim, com embasamento, com quem lê e já trabalhou em revista. Crítica que não põe o dedo na ferida não é crítica. Abraços
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