Café nas Eleições 2012 – BH precisa de um novo projeto político

março 19, 2012

Entrada principal da Prefeitura de Belo Horizonte. Foto: Site FIC.

Não se engane. Informe-se! Ao contrário do que boa parte da imprensa insiste em noticiar, há uma insatisfação geral da população por conta do jeito apático de governar do atual prefeito Márcio Lacerda (PSB). Passamos por greve dos rodoviários, greve dos professores municipais, greve dos vigilantes e o prefeito não deu uma palavra. É apático à qualquer coisa da cidade. Não há diálogo mediado quando a corda aperta no pescoço. É com esse retrato que o blog @cafecnoticias inicia a sua cobertura das eleições municipais de 2012.

Como cidadão, estou cansado de ver ruas lotadas de mendigos, mini-cracolândias e praças (e algumas vias públicas) sujas. Me irrita ver a Lagoa da Pampulha poluída mais um mandato e o prefeito nunca se pronunciar sobre essa questão emergencial de recuperação ambiental de um dos cartões-postais da cidade. Ou melhor, não age. Se não há diálogo com o povo, quiçá com o legislativo municipal. Só a região centro-sul não representa a totalidade de uma metrópole como BH. Fora que ainda há o medo da retaliação da censura, da ditadura da publicidade.
Centro de Belo Horizonte na década de 1940.
Foto: Blog Curral Del Rey / Arquivo Público.

Temos uma Belo Horizonte cheia de obras por conta da #Copa2014. Uma revitalização da Savassi que prioriza o pedestre, mas que não mostra uma sinergia efetiva dentro das diretrizes da Lei Federal de Mobilidade Urbana, aprovada no início do ano. Belo Horizonte não tem um transporte público de qualidade que, ainda por cima, é muito caro. Não temos um metrô....temos uma tentativa de metrô que a cada dia anda mais lento da Vilarinho ao Eldorado. O usuário do transporte coletivo sofre.

Às vezes tenho a impressão de que os engenheiros de trânsito da cidade não andam a pé, nem de ônibus, muito menos de metrô, ou de carro. Só de jatinho. Porque algumas soluções para desvios são tão limitadas que não tem nem nome. Haja paciência!

E passando por essas e outras, que ainda vemos circulando a notícia de uma [possível] aprovação do mandato de Lacerda. Não consigo acreditar, me desculpa. Insistem em dizer que ele tem alto índice de popularidade. Não é isso que a população sente. Basta conversar com qualquer pessoa na rua que se vê uma insatisfação generalizada. A Prefeitura tem boicotado algumas obras aprovadas em Orçamento Participativo, inibindo ao máximo a participação popular, mas poucos veículos se interessam neste tipo de cobertura. Como um prefeito que faz isso tem altos índices de aprovação? Me explica, por favor.
Vista área da região centro-sul de Belo Horizonte.
Foto: Embaixada Brasil-Portugal.

Então, só posso crer que estou em outra cidade. Porque a Belo Horizonte que moro, frequento o centro todos os dias por meio de ônibus e metrô, não é a mesma que se é noticiada. Claro, não sejamos hipócritas de achar que um mandato será capaz de resolver todos os problemas. Não dá. É preciso articulação para que pelo menos haja boa vontade política. E quando falo de boa vontade política não falo de partidos, falo de compromisso com os belo-horizontinos.

Sou da turma que acredita que BH merece um novo projeto político. E, tão importante quanto projetos, precisamos urgentemente de candidatos que realmente se interessem pelas causas da cidade e que não façam acordos maliciosos, impondo uma realidade fabricada. Como cidadão estou na torcida para que não tenhamos apenas uma polarização de candidatos petistas e tucanos no meio de uma aliança falida. Torço para que outros partidos apresentem também candidatos sérios e que tenham propostas para a cidade. Chega de acomodação!



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Jornalista

MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

2 comentários

  1. Artigo muito bem escrito, Wander. Poucos colegas da imprensa tem a coragem de mandar a real do que está acontecendo em BH. Parabéns pela coragem! Abraços

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  2. Sou moradora da região noroeste em BH e até estáo prometendo uma UPA ganha em Orçamento Participativo e nada. Tudo que é relativo a participação popular, o Lacerda veta. Ele não vai ter o meu voto, nem do pessoal do meu bairro.

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