Mipcom 2011 – Feira de TV internacional acredita na fusão entre televisão e internet

outubro 10, 2011



Mostrar para produtores de audiovisual em todo mundo as novidades do mercado televisivo, além de novos formatos de programas, séries, novelas, reality shows, jornalísticos e filmes. Essa foi a proposta da Mipcom 2011, que aconteceu de 03 a 06 de outubro, em Cannes, na França. A tônica desta edição da maior feira de televisão do mundo foi a tendência de se pensar o conteúdo oferecido na TV também para internet, smartphone e, principalmente, tablet. Clique aqui e confira os principais programas vendidos da TV norte-americana.


Com a participação de 57 produtores brasileiros, organizada pelo Brazilian TV Producers, programa internacional de estímulo à produção audiovisual da ABPI-TV (Associação Brasileira de Produtoras Independentes de TV), a delegação brasileira esteve presente também no Mip Junior, evento que aconteceu nos dias 01 e 02 de outubro, antecedendo o Mipcom e reunido executivos dos maiores canais de TV e distribuidoras do mundo.

E as emissoras de TV aberta brasileiras também estiveram presentes. A Rede Globo levou nesse ano 17 produtos para serem comercializados na Mipcom 2011: “Cama de Gato”, “Escrito nas Estrelas”, “Passione”, “Ti Ti Ti”, ”Laços de Sangue”, “Tudo Novo de Novo”, “A Cura”, “Força Tarefa”, “As Cariocas”, “Cinquentinha”, “A Diarista”, “Os Normais”, “Clandestinos – O Sonho Começou”, “Planeta Extremo”, “Pequeno Natal do Imperador”, “Dó Ré Mi Fábrica” e “Globo.doc”. Já a Rede Record foi com cinco programas produzidos: “Vidas em Jogo”, “Ribeirão do Tempo”, “Sansão e Dalila”, “A História de Ester” e “A Lei e o Crime”. A Band levou quatro produtos: “Agora é Tarde”, “Polícia 24h”, “A Liga” e “Julie e os Fantasmas”. O SBT, via Daniela Beyruti e Leon Abravanel, não levaram nenhum programa e foram apenas às compras, com o intuito de adquirir novos formatos.

Debates

Entre os executivos de TV e produtores que estiveram presentes no Mipcom 2011, o principal debate foi em torno dos programas multiplataforma, aqueles que são desenvolvidos tanto para Televisão, quanto para Internet. As empresas de audiovisual internacional, acreditam que os celulares, e em especial, o iPad, serão em breve mídias cada vez mais populares e que estão substituindo o aparelho televisor, principalmente pelo fator mobilidade do usuário.
Ted Sarandos - executivo da Netflix EUA, e Mike Iang - Ceo da Miramax EUA. 

Foto: Mipcom / Divulgação.

No Brasil, há poucas experiências nesse sentido, principalmente quando falamos de TV aberta. A Rede Globo, por meio do portal Globo.Com oferece, por meio de assinatura paga (R$ 1 por mês, no plano mais barato), acesso aos programas, novelas, reality shows e jornalísticos via on demand pela internet. Já a Rede Record, sua concorrente direta, oferece boa parte dos programas produzidos na internet por meio do portal R7, de forma gratuita e exigindo do internauta, em alguns casos, que se abra uma conta de email dentro do portal.

Na edição deste ano do Mipcom também foi discutido o crescimento do mercado audiovisual da Rússia e leste europeu, além da crescente demanda de emissoras e produtoras asiáticas por conteúdo/formato de países ocidentais. Outro ponto de discussão no Mipcom 2011 deste ano foi a força do YouTube e as possibilidades de divulgação e faturamento que o site de compartilhamento de vídeo oferece, principalmente para produtores independentes ou grandes grupos de comunicação que querem chamar a atenção dos  internautas para determinado lançamento ou conteúdo.

Segundo Patrick Walker (foto), diretor de parcerias de conteúdo no YouTube EMEA, Google, no Reino Unido, que fez uma palestra para produtores e executivos de mídia no Mipcom 2011,  o Youtube revolucionou o modo de distribuir e divulgar o audiovisual em todo o mundo.
Patrick Walker, palestrante da Mipcom 2011. Foto: Mipcom / Divulgação.

De acordo com Walker, são carregadas 48 horas de vídeo a cada minuto, o equivalente ao que todas as grandes emissoras dos EUA têm transmitido nos últimos 60 anos. "O YouTube goza de 3.000 milhões de visualizações por dia, um aumento de 2.000 milhões neste período, em relação ao ano passado. Isso equivale a metade da população mundial que está assistindo um vídeo no YouTube a cada dia e a acessibilidade móbile [celular e tablet] tem ajudado neste crescimento. No final, Walker citou o canal Russia Today, que é o maior provedor de notícias no YouTube, com mais de 400 milhões visualizações diárias.

TV versus Internet

A tendência de se pensar cada vez mais o conteúdo de TV para internet não foi algo exclusivo do Mipcom 2011. No mês passado, uma pesquisa feita pela empresa de equipamentos para telecom Ericsson, do  relatório "TV & Video Consumer Trend Report 2011", revelou que 47% das pessoas entre 16 a 34 anos que assistem TV utilizam redes sociais ao mesmo tempo, enquanto mais de 20% realizam outras atividades como jogar games ou bater papo via Internet. O estudo foi feito com base em dados do Brasil e de mais 12 países, o que reforça o crescente cruzamento entre os hábitos de ver TV e navegar na Internet.

Outro dado apontado pelo estudo é que a exposição das pessoas à TV programada convencional diminuiu. Em 2010, 88% dos entrevistados disseram ver TV pelo menos uma vez por semana. No relatório de 2011, esse índice é de 84%. O costume de ver programas gravados também caiu entre 2010 e 2011, de 50% para 45%. Em compensação, o hábito de ver vídeos curtos em sites como o YouTube aumentou de 44% para 47% no mesmo período; assistir a conteúdo baixado da Internet também cresceu, de 26% para 29%; e a audiência de filmes on-demand entregue via streaming subiu de 23% para 25%.






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Wander Veroni
Jornalista

MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

1 comentários

  1. Sempre ouvi falar dessa feira nas notinhas sobre TV, mas é a primeira vez que leio algo mais aprofundado. Parabéns pela reportagem!

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