Visita de Obama ao Brasil quer fortalecer laços econômicos

março 21, 2011



Durante todo fim de semana não se falou de outra coisa, a não ser a visita de Barack Obama e família ao Brasil. Num trajeto que passou por Brasília-DF e Rio de Janeiro, Obama trouxe um novo discurso e afirmou várias vezes que estava falando de igual para igual com os brasileiros. Será que o afago foi sincero? Entre os analistas existe uma unanimidade: a visita teve um tom extremamente comercial, sem deixar de lado o caráter diplomático do encontro.

A visita de Obama ao Brasil fez parte de uma agenda corrida que premiará mais dois países na América Latina: nesta segunda-feira (21/03), Obama foi para o Chile e, posteriormente, passará, por El Salvador. Com uma agenda muito bem roteirizada pela comitiva, Obama chegou ao Brasil de olho em grandes oportunidades de negócio. Ele sinalizou investimentos em setores como energia e infra-estrutura impulsionados pelo pré-sal, além de uma expectativa comercial em torno da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

Do ponto de vista prático, a visita não trouxe grandes anúncios. Além de um engarrafamento quilométrico que o carioca sofreu durante a passagem do presidente norte-americano pela cidade, Obama manifestou seu "apreço" à aspiração brasileira de conquistar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Também foram fechados dez acordos bilaterais – entre eles um Tratado de Cooperação Econômica e Comercial, que estabelece processos para a negociação de questões comerciais. No videocast abaixo, confira a opinião de alguns jornalistas a respeito da visita de Obama ao Brasil:



Clique aqui para ver um videocast onde jornalistas anasalisam a passagem de Obama no Brasil.


Em terras brasileiras, Obama fez o papel de mercador às avessas, numa tentativa de melhorar a economia norte-americana. Do ponto de vista econômico, a visita é emblemática, uma vez que a China é uma grande parceira econômica da América Latina e um mercado em franco crescimento. Todo mundo quer vender para a China. Olha um tapete sendo puxado aí, gente. Será? Hoje, quem não faz negócio com os chineses corre sério risco de perder dinheiro, pois os americanos não são mais os únicos que podem dar as cartas do jogo.

Apesar de todo significado simbólico entre o encontro do primeiro presidente negro dos Estados Unidos e a primeira presidente mulher do Brasil, a visita de Obama às terras brasileiras se deu num processo conturbado: desastre nuclear (e natural) no Japão, revoltas no Oriente Médio e no norte da África, como bem pontuou vários órgãos da imprensa internacional. O processo de “abafamento” do intrometimento dos Estados Unidos nestes assuntos não deu muito certo, pois o “silêncio” do presidente a temas tão importantes aumentou ainda mais a carga negativa da política internacional norte-americana.

Em um período que a economia dos Estados Unidos não vai muito bem, uma parceria comercial com o Brasil não seria nada mal. Somos uma economia estável, com moeda forte e que tem um regime político consolidado. Aos poucos, estamos organizando a Casa e o Brasil é bem visto lá fora. Mas, será que o Obama sai com o bolso mais cheio para o seu país? Ainda é cedo para afirmar quanto, mas é inegável que a presença do homem nº 1 dos Estados Unidos nos faz crer que o líder político é mais pop do que imaginávamos: uma mistura de carisma, simpatia, poder e admiração.

Segundo a Folha de S. Paulo, “o apoio [de Obama à cadeira na ONU] foi menos enfático do que o oferecido à Índia em visita no ano passado, mas foi a manifestação mais forte sobre o tema feita até o momento. A viagem de Obama ao Brasil vem cercada de significado simbólico. Depois de dois anos de um certo distanciamento no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, por conta de posições divergentes sobre temas como o programa nuclear do Irã, a visita marca uma nova fase nas relações bilaterais”. Quem diria que iríamos ver um Estados Unidos tão depende da política externa comercial? Sim Obama, nós também podemos.





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Jornalista

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4 comentários

  1. Parabéns pelo artigo, cara. Depois que li entendi todo o auê em torno da visita do Obama ao Brasil. Me senti numa aula de história...hauhauhau. Só espero que o Brasil não saia no prejuízo ao fazer essa parceria com os EUA.

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  2. Claro que ele não foi sincero. O cara é americano e americano é tudo covarde, genocida e ladrão. Os caras são piratas de petróleo, mata inocentes, torturam, invade o país dos outros, rouba suas riquesas e diz que é por um propósito. Tem que mandar ele vazar do Brasil.

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  3. Acredito que seja possível sim tirar vantagens da viagem de Obama. Ele é um presidente mais aberto do que era Bush. O problema é o governo dos EUA. Muda o presidente, mas o sistema é o mesmo. Abraços.

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  4. @Julio: Oi Julio! Fico contente em saber que gostou do artigo e que por meio dele conseguiu entender os motivos da visita do Obama ao Brasil. Abraço

    @Paulinho Ribeiro: Oi Paulinho! Obrigado pelo comentário. Não gosto de generalizar, mas infelizmente o histórico de ações dos EUA nas últimas décadas os condena. Espero que essa visita traga bons frutos para o Brasil. Abraço

    @Guilherme Freitas: Oi Guilherme! Obrigado pelo comentário. Também acredito em alguns frutos positivos dessa visita do Obama, principalmente pelo fato do Brasil ser visto como uma potência econômica em ascensão para o mundo. Abraço

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