Reportagem especial – Chuva no Sudeste faz estragos e muitas vítimas

janeiro 16, 2011



Conhecido por ser uma estação de clima quente, o verão também é um período em que ocorre muita chuva. E, logo no início do ano, a região Sudeste sofreu as conseqüências do poder das águas. O temporal nesta região do Brasil forçou o deslocamento de mais de 13 mil pessoas e já causou a destruição de 68 pontes e 184 casas. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo têm um total de 3.129 desabrigados (pessoas que perderam tudo e recorrem a abrigos públicos) e 30.849 desalojados (aqueles que podem contar com a ajuda de vizinhos e familiares).

O problema é que junto com as chamadas “chuvas de verão”, acontecem enchentes, inundações, alagamentos e deslizamentos que colocam várias pessoas em situação de risco. As águas sujas das enxurradas ou inundações colocam as vítimas da chuva em contato com agentes causadores de doenças, tais como leptospirose, verminoses, salmoneloses, febre tifoide, hepatite A, tétano e, até mesmo, doenças respiratórias. Segundo o ClimaTempo, o Verão 2010/2011 terá a influência do fenômeno La Niña (resfriamento anormal das águas do Pacífico Equatorial), ao contrário do verão anterior, quando o El Niño (aquecimento anormal das águas do Pacífico Equatorial), influenciou a estação.

E as chuvas em abundância já causaram estragos em vários estados. No Espírito Santo, as chuvas já deixaram 766 desabrigados e 15.956 desalojados, em 32 cidades. Ao todo, a Defesa Civil notificou mais de 10 mil imóveis danificados, cinco pessoas morreram e 14 cidades já decretaram situação de emergência. As chuvas no Espírito Santo começaram em 24 de dezembro.

Na Grande Vitória, as cidades atingidas são Vila Velha, Serra, Viana e Cariacica. Os municípios afetados no interior são Muniz Freire, São Domingos do Norte, Vila Valério, Barra de São Francisco, São Gabriel da Palha, Iúna, Linhares, Itapemirim, Nova Venécia, São José do Calçado, Domingos Martins, Marechal Floriano, Apiacá, Alegre, Jerônimo Monteiro, Afonso Claudio, Santa Leopoldina, Ibatiba, Bom Jesus do Norte, Colatina, Baixo Guandi, Cachoeiro do Itapemirim, Itarana, Itaguaçu, Muqui, Mimoso do Sul, Santa Maria de Jetibá e Laranja da Terra.

Em Minas Gerais, 81 municípios decretaram situação de emergência e 48 registraram prejuízos devido aos estragos causados pelas chuvas. No Sul de Minas, já choveu na primeira quinzena de janeiro entre 250 e 300 milímetros, o que equivale à média histórica para o mês. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a média histórica é igual e já choveu entre 150 e 200 milímetro.

Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec/MG), 16 pessoas morreram, 72 sofreram ferimentos, 17 mil ficaram desalojadas e cerca de 2,3 mil estão desabrigadas. Ainda, segundo a entidade, as chuvas em Minas Gerais provocaram danos em 130 municípios, com 6.229 casas danificadas e 233 destruídas. Além disso, 339 pontes foram danificadas e 104 foram destruídas. Abaixo, confira a reportagem que mostra os danos causados pela chuva nas cidades mineiras:



Em São Paulo, as chuvas já causaram a morte de pelo menos 13 pessoas. De acordo com a Defesa Civil estadual, 6.443 pessoas estão desalojadas e 791, desabrigadas. Ao todo, 57 municípios de São Paulo foram atingidos pelas chuvas. A cidade de Mauá é a única a ter decretado estado de alerta, mas 22 municípios seguem em estado de atenção e 91, em observação. Na capital paulista, vários pontos da cidade sofreram alagamentos, deslizamentos de terra e a prefeitura suspendeu o rodízio de veículos. Na Grande São Paulo, o grande volume de chuva fez com que a represa Paiva Castro, entre as cidades de Mairiporã e Franco da Rocha, atingisse o nível máximo de segurança. Por conta disso, a Sabesp determinou o aumento da vazão de água no local.

Já no Rio de Janeiro a situação é mais crítica, principalmente na região serrana do estado. A tragédia das chuvas na região serrana do Rio já é considerada a maior tragédia climática da história do Brasil, onde mais de 600 pessoas morreram vítimas da chuva. As fortes chuvas, somada aos deslizamentos de terra e enchentes, já atigiram as cidades de Teresópolis, Nova Friburgo, Semidouro, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim, Areal e Petrópolis, que fazem parte da região serrana do Rio de Janeiro. Várias estradas estão interditadas. Mais de 40 mil pessoas estão sem energia elétrica e várias outras sem água potável ou estão ilhadas em locais de difícil acesso. Confira abaixo, o emocionante resgate de uma senhora que foi um dos personagens mais marcantes dessa semana:






Doações

Para ajudar as pessoas que foram vítimas das fortes chuvas no Sudeste, a Cruz Vermelha, em Belo Horizonte, está recebendo doações no seguinte endereço: Alameda Ezequiel Dias, 427- Centro. CEP: 30.130-110 - Belo Horizonte – Minas Gerais. Informações pelo telefone: (31) 3239-4200 / (31) 3224.2987 / (31) 3226.4233. Já para quem prefere fazer doações em dinheiro, alguns bancos abriram uma conta especial. Anote aí:

Campanha SOS Sudeste (CNBB e Cáritas Brasileira)
Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 1041
Operação: 003
Conta: 1490-8

ou

Banco: Banco do Brasil
Agência: 3475-4
Conta: 32.000-5

Fundo Estadual de Assistência Social do Estado do Rio de Janeiro
CNPJ 02932524/0001-46
Banco: Itaú
Agência: 5673
Conta: 00594-7

Defesa Civil – RJ
Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 0199
Operação: 006
Conta: 2011-0





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Wander Veroni
Jornalista

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3 comentários

  1. Wander, por incrível que pareça a minha cidade (São João da Boa Vista, interior de SP) foi notícia no Jornal Nacional por causa das enchentes. Por aqui também a situação está difícil e muitas famílias perderam tudo que tinham. Há muitos anos temos esse problema e nada é feito para solucionar, porque não é o tipo de obra que traz votos...
    Onde é que tudo isso vai parar?
    Abraços...

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  2. Eu sou de Mauá SP e realmente foi catastrófico o que ocorreu por aqui ,inclusive e perto de onde moro, quanto ao Rio e MG sem comentários foi terrível...esta na hora de começarmos a entender que a natureza esta se estabilizando e nós iremos pagar o preço de nosso erro...obrigado por divulgar as contas de ajuda e tudo mais...valeu mesmo...fuiiiiiiiiiii

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  3. Não podia deixar de ser: excelente a reportagem (já deixou de ser post) sobre o fenômeno sazonal que ocorre todos os anos e que em todos os anos provoca comoção nacional.

    Vamos ver se melhoramos a Defesa Civil e que tenhamos condições de mobilização preventiva e não corretiva, com uma melhor análise das concessões para ocupação das áreas a ser ocupadas, evitando riscos desnecessários e possibilidade de evacuação daquelas regiões onde o perigo seja iminente, tal como ocorre em outras regiões do mundo abaladas por desastres naturais.

    Parabéns.

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