Guerra pela audiência faz TV Alterosa repensar telejornalismo
março 12, 2009A briga pela audiência fez com que as emissoras de TV mineiras repensassem a sua postura editorial em torno da produção jornalística. O caso que mais chama atenção no momento é o da TV Alterosa/SBT que resolveu tentar fugir um pouco da cobertura factual policialesca e investir mais em reportagens especiais e no jornalismo cidadão, voltado para a prestação de serviço.
A mudança que ainda é muito sutil - e que está acontecendo aos poucos, foi observada também pelo leitor do Café com Notícias, editor do blog Sem Fronteiras na Web e estudante de jornalismo Lucas Catta Prêta, que sugeriu a abordagem dessa pauta aqui no blog. Atento aos bastidores da imprensa mineira, o blog foi atrás de informações sobre as mudanças que aconteceram, primeiramente, nos bastidores da TV Alterosa.
Uma fonte, que preferiu não se identificar, confirmou vários indícios de mudanças e deu detalhes exclusivos em primeira mão. Além de ter problemas com audiência na grade - o que ocasionou o cancelamento de alguns telejornais, muitos profissionais da Alterosa passaram no concurso público da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A debandada fez com que a emissora remanejasse alguns jornalistas - sem o prejuízo da demissão, que é um fantasma assombrando qualquer empresa neste momento de crise econômica mundial.
O noticiário matutino Primeira Página saiu do ar por tempo indeterminado para uma avaliação sobre o que seria um noticiário de manhã e quais características deveriam ser pontuadas para uma atração nesta faixa de horário. O telejornal da Alterosa vinha perdendo na audiência constantemente para o concorrente MG no Ar, da Record Minas, apresentado pelo jornalista Carlos Viana.
Com isso o jornalista e apresentador Camilo Júnior volta ao Plantão do Jornal da Alterosa, em horário vespertino, e nas inserções no Jornal da Alterosa 2ª edição. Outro programa que saiu da grade da TV Alterosa foi o Alterosa Urgente, antigamente exibido na hora do almoço, logo depois do Jornal da Alterosa 1ª edição - que meses depois da reestreia recebeu o nome de AU.
Com isso o jornalista e apresentador Camilo Júnior volta ao Plantão do Jornal da Alterosa, em horário vespertino, e nas inserções no Jornal da Alterosa 2ª edição. Outro programa que saiu da grade da TV Alterosa foi o Alterosa Urgente, antigamente exibido na hora do almoço, logo depois do Jornal da Alterosa 1ª edição - que meses depois da reestreia recebeu o nome de AU.
Os profissionais do AU foram remanejados para a produção de outros programas. O antigo apresentador Ricardo Carlini é agora repórter investigativo de um núcleo de série de reportagem especiais da TV Alterosa/SBT. O sub-editor Juliano Azevedo, ficou no lugar do Laudeir Borges (concursado agora da ALMG) e a repórter Ethel Correia e a produtora Cíntia Neves passaram para a equipe do jornalismo da Alterosa.
Já a Érica Gimenez que já havia sido remanejada para o Plantão vespertino, passou a ser editora-chefe e apresentadora do Jornal da Alterosa 2ª edição noturno - no lugar da antiga apresentadora Fernanda Moura, que passou no concurso da ALMG e tomou posse no mês de fevereiro, bem como a repórter Nathália Bini. Já o sub editor do Jornal da Alterosa 1ª edição, Laudeir Borges (que começou a carreira na TV Globo Minas) e a jornalista Helena Barone que era editora e produtora do Vrum, também passaram no concurso da TV ALMG. Quem ficou no lugar de Helena é Ana Cristina Pimenta, antiga apresentadora do Jornal da Alterosa.
Já a Érica Gimenez que já havia sido remanejada para o Plantão vespertino, passou a ser editora-chefe e apresentadora do Jornal da Alterosa 2ª edição noturno - no lugar da antiga apresentadora Fernanda Moura, que passou no concurso da ALMG e tomou posse no mês de fevereiro, bem como a repórter Nathália Bini. Já o sub editor do Jornal da Alterosa 1ª edição, Laudeir Borges (que começou a carreira na TV Globo Minas) e a jornalista Helena Barone que era editora e produtora do Vrum, também passaram no concurso da TV ALMG. Quem ficou no lugar de Helena é Ana Cristina Pimenta, antiga apresentadora do Jornal da Alterosa.
Já Rafael Martins, um dos repórteres mais criativos da emissora, passou a integrar a equipe do Alterosa Esporte (AE). Inclusive, a mudança de visual do Rafael lembra muito ao de Álvaro Damião - jornalista esportivo consagrado no esporte mineiro que trabalha na Record Minas e Rádio Itatiaia. Rafael, com um estilo mais moderninho, também participa ao vivo do Jornal da Alterosa 2ª edição para falar as últimas notícias do futebol mineiro.
Ainda, o AE ganhou mais um produtor, o jornalista Rodrigo Lima - que atuava como apurador da redação. Quem também entra no núcleo esportivo da TV Alterosa é o repórter especial (e convergente) Jordy que também desempenha o trabalho de encaminhar informações ao site Super Esporte, do Portal Uai.
Ainda, o AE ganhou mais um produtor, o jornalista Rodrigo Lima - que atuava como apurador da redação. Quem também entra no núcleo esportivo da TV Alterosa é o repórter especial (e convergente) Jordy que também desempenha o trabalho de encaminhar informações ao site Super Esporte, do Portal Uai.
Com todo esse remanejamento de profissionais e a busca por uma outra identidade jornalística, a TV Alterosa se prepara para dar passos mais altos e se consolidar na vice-liderança, lugar que a Record Minas tomou, desde 2007. Vem muitas mudanças importantes que em breve irei publicar com exclusividade aqui no Café com Notícias, aguardem! Espera-se que os investimentos em produção e a nova postura jornalística seja para a formulação de um telejornalismo mais crítico e prestador de serviço.
O que vemos atualmente nas TVs mineiras, na hora do almoço, é a falta de criatividade em novas abordagens ou propostas editoriais. A editoria policial, que predomina boa parte dos noticiários, é importante para mostrar que a violência é um grave problema social. Mas o jornalismo não é só feito disso. O telejornalismo precisa ir além: público, formadores de opinião e jornalistas, agradecem.
O que vemos atualmente nas TVs mineiras, na hora do almoço, é a falta de criatividade em novas abordagens ou propostas editoriais. A editoria policial, que predomina boa parte dos noticiários, é importante para mostrar que a violência é um grave problema social. Mas o jornalismo não é só feito disso. O telejornalismo precisa ir além: público, formadores de opinião e jornalistas, agradecem.
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Jornalista
26 comentários
Essa questão da falta de criatividade e de jornais predominantemente policiais na hora do almoço não acontece apenas em Minas. Aqui no Rio também está assim. Seja como for, é interessante essa mudança de postura da Alterosa. Será que outras emissoras a seguirão?
ResponderExcluirJá tava na hora do jornalismo da Alterosa tomar outro rumo...é uma empresa com boa estrutura, bons profissionais e um alcance super bacana. Torço para que a emissora faça um trabalho mais criativo e voltado para o social.
ResponderExcluirO jornalismo em Minas tá muito voltado pro policial. Os apresentadores são cópias do tosco do Datena...MUDANÇA JÁ!
cara, a Bíblia diz que a quem honra, honra!
ResponderExcluirE tenho que admitir que vc manda muito bem em seu blog.
Posts ótimos e percebo que vc faz isso com todo o carinho.
Isso é ora ser reconhecido mesmo e elogiado.
belo trabalho.
Um abraço!
Muito bom sinal, Wander. Espero que repensem e que isso dê frutos em prol da qualidade. Se pesarem somente audiência — por determinação de quem paga — será apenas mais do mesmo, mas prefiro esperar coisas boas. Precisamos delas!!
ResponderExcluirAbração
A guerra pura pela audiência pode ser um tiro no pé ... !!!
ResponderExcluirNão acompanho o telejornalismo de MG mas em SP alguns canais começaram a apelar para conquistar mais e mais IBOPE e acabaram se dando muito mal.
Wander, confesso que estou realmente esperando um jornalismo diferente em Minas, mas a história dos jornais predominantemente policiais não é privilégio de uma só emissora, nem tão pouco de MG. ;)
ResponderExcluirVou esperar ansioso essas mudanças da Alterosa. Um abraço!
Bom dia!
ResponderExcluirConfesso que não acompanho o trabalho da emissora.
Entretanto, vejo que para qualquer canal, é importante que se reavalie o tipo de programa que está sendo colocado ao alcance do telespectador.
Houve um tempo em que, na mesmice, algumas emissoras começaram a aplicar a fórmula do telejornal sensacionalista, com coberturas fresquinhas de crimes, acidentes e posturas tendenciosas. Há quem ainda goste disto, porém, noto que boa parte da população conseguiu livrar-se dessa "sedução macabra" e partir em busca de programas com mais variedade e, principalmente, qualidade.
O mundo está em constante mudança, com a preferência do telespectador, não poderia ser muito diferente.
Espero que esta emissora caminhe por um rumo lúcido, consistente, que preze pela boa prestação de serviços. Agindo dessa maneira, com toda certeza, eles irão notar os bons resultados na audiência.
http://garotapendurada.blogspot.com/
Aqui em SP, é uma guerra de apelação pela audiência, quando mais desgraça mostrar mais audiência vc tem. Notícias? Não o legal é mostrar casos policiais mesmo.
ResponderExcluirForte abraço Wander, nem preciso dizer que mais uma vez seu post foi muitooooo bommmmm né??
A mídia percebeu que tem um poder enorme, já estava mais que na hora de ela endenter que isso vem com grande responsabilidades.
ResponderExcluirmuito bom o texto^^'
abraço.
Estou passando pra agradecer a visita no meu humilde blog.
ResponderExcluirVolte sempre
Beijo
Elo
http://www.myonreality.blogspot.com/
Esse é um problema atuante aqui na Bahia também. Grande são a quantidade de programas no genero (Balanço geral) cheiko de violencias e outras agressões, que nos dá uma ideia de que jornalismo, apenas cobre isso.
ResponderExcluirUma pena.
Que bom saber dessa iniciativa!
Esse trecho "resolveu tentar fugir um pouco da cobertura factual policialesca e investir mais em reportagens especiais e no jornalismo cidadão, voltado para a prestação de serviço." mostra o amadurecimento nao da emissora, mas de seu público, o que deve sempre ser comemorado.
ResponderExcluirquem dera se aqui em SP fizessem a mesma coisa..não aguento mais ligar a tv ver noticiários ostrando tragedias, violencia, etc...
ResponderExcluirola Wander, sempre vejo seus comentários nos meus posts no blog 30 e poucos anos e gosto muito. Gostaria de parabenizar vc pelo seu blog que é imperdível, muito bom mesmo.
ResponderExcluirComo gosto muito de jornalismo e, inclusive, tenho interesse em trabalhar na área, agradeço seus comentários pois são uma boa base/crítica vindas de um profissional.
abraços
Pedro Kilikian Rossi
vc ganhou um selo . http://piadasdegeo.blogspot.com/
ResponderExcluirQuando um telejornal começa a se preocupar apenas com audiência, e não com qualidade, se da mal.
ResponderExcluirComo eu ja disse: desgraça dá mais audiência.
Repensar a maneira de fazer o trabalho é inteligente e um sinal claro de que mesmo os produtores de uma imprensa quase "marron" ficaram fadigados deste esquema. Lembro do jornalista Tom Paixão, que para mim é um dos melhores de Minas Gerias, ele tinha um programa vespertino onde abordava questões variadas e todas de interesse totalmente coletivo. Saiu de repente e colocaram em seu lugar o imsípido Sapia. Certa vez o Tom passou por minha rua , estava a caminho de uma entrevista e perguntamos a ele o que havia acontecido. Ele agradeceu nossa manifestação de termos gostado do programa dele enquanto durou, e disse que a resposta por ter sido substituído somente o Governador poderia dizer. Bom, fica então esta incógnita. Imprensa livre, será?
ResponderExcluirAo menos sabemos que todos estamos cansados de falarmos apenas de violência, tem muita coisa positiva e interessante à ser abordada pelos nossos comunicadores.
O que tenho visto aqui em SP é emissoras forçando para ter uma audiência, é bom saber que em MG, Alterosa/SBT estão mudando de estratégia, é bom saber que o sensacionalismo policial esta dando lugar à prestação de serviço, também que está sendo bom para profissionais tomaram novas posições.
ResponderExcluirHoje em dia jornalismo cultural e prestação de serviço é o que mais estamos precisando.
Saúde, paz e sucesso!
Abraço,
Jose Moura
http://www.blogomoura.com
Ola Wander!! Vlw pelo comentário!!!
ResponderExcluirO SBT de Sp tem muito a aprender com a Alterosa... e principalmente a Record, cuja maioria dos jornais tá mais pra informativo de funeral do que propriamente noticia.
Abçs!!!!
http://blogpontotres.blogspot.com/
atualizado em 11-03
Acho que realmente é uma mudança muito interessante da emissora. Mais do que ganhar pontos no ibope para um telejornal a equipe que o dirige deve ter em mente o seu papel social.
ResponderExcluirAfinal, notícias escandalosas e espetaculosas não permitem, no mais das vezes, que os telespectadores possam assumir através delas uma atitude reflexiva do que lhes é apresentado.
Abraços
.
http://solucomental.blogspot.com
Oi Wander, que bom que aí em Minas os telejornais estão mudando o conteúdo das reportagens.
ResponderExcluirNa verdade acho que o público não aguenta mais saber de coisas ruins, violentas e outras do tipo.
As emissoras de TV, no geral, dedicam muito tempo de suas grades com programas que envolvem assunstos violentos que geram sentimentos como tristeza e ansiedade. Acho que isso realmente precisa mudar.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi Wander!!! Faz tempo que não passo por aqui e deparo com este post interessantíssimo. Olha eu sempre gostei da Alterosa e principalmente, do JA. Porém, de 4 anos pra cá percebi o quanto ficou apelativo, violento e perdeu todo o profissionalismo adquirido ao longo dos mais de dez anos em que está no ar. Ficou poluído e desagradável de assistir. Comecei a preferir, quando posso na hora do almoço, o "Balanço Geral". Aquele programa me faz rir...Tomara que o JA volte ao que era antes, líder de audiência pela qualidade e uma excelente equipe. Espero que estas mudanças abram também vagas para os recém-formados como eu, que no próximo ano já começo a sofrer com este mercado cruel.
ResponderExcluirBjos Wander!
Compadre, eu não tenho muito conhecimento sobre os profissionais do jornalismo televisivo de Minas, mas uma coisa é certa, quando tudo não vai muito bem, é preciso reformular. Mudar o formato, inserir reportagens diferenciadas e tentar escapar um pouco do jorn. policial são táticas que agradam os telespectadores, se bem que ainda não conseguiram uma fórmula realmente interessante para a maioria dos jornais do meio-dia.
ResponderExcluirAqui em Sampa, o SPTV é disparado o melhor jornal do horário e tem um perfil reivindicativo que já criou o hábito na população de procurá-lo pra meter a boca no trombone. Além do mais, ainda que a notícia seja grave, conseguem transmiti-la com seriedade e leveza, sem apelar para o sensacionalismo. Ponto para o Chico e para a Carla Vilhena. De qualquer maneira, é um telejornal de muita tradição ao longo dos anos e que aproveita o talento de jovens profissionais.
Beijoconas pra vc!
A situação do telejornalismo aqui no Mato Grosso do Sul também não é muito diferente dessa que você expôs, Wander.
ResponderExcluirO principal problema que eu mais percebo diz respeito ao conteúdo. As pautas são muito focadas no Policial. Há um excesso de cobertura nessa editoria e a abordagem já cansou. Sem falar em algumas pautas absurdas, que não geram interesse algum.
Isso é predominante, inclusive na TV Morena/Globo que é a emissora com melhor estrutura. Neste quisito, a TV Campo Grande/SBT dá umas bolas foras. Sábado passado, o telejornal da hora do almoço dessa emissora forjou um link ao vivo.
A ética foi para as cucuias...
Eu acho que o jornalismo em geral precisa ser reavaliado. Notícias ampliadas e grandes reportagens deveriam ser priorizadas; as abordagens têm que sair do comum, sem falar em muitos outros aspectos que precisam ser discutidos.
Abraço.
Que vergonha, só agora o sugestor da pauta dá as caras, rs, rs, rs.
ResponderExcluirWander, primeiro, obrigado meeesmo por levar essa pauta a cabo! Estava realmente intrigado com a situação da Alterosa.
Estranho tudo isso, não é? Quais seriam os motivos que levaram taaaanta gente tentar um concurso para largar a Alterosa? Não acho isso normal, não.
A Alterosa tem que repensar mesmo seu papel frente ao público e tentar uma estabilidade de programas, âncoras e repórteres se não quiser ficar igual ao SBT de São Paulo.
Abraços Wander! Aguardo ansioso os próximos posts!