Filme Última Parada: 174 - Drama, cinema, jornalismo e vida real
outubro 23, 2008A crônica policial viveu um de seus maiores dramas televisivos de todos os tempos. Todas as emissoras transmitindo um crime, em tempo real, ao vivo, durante mais de três horas. Um desfecho trágico, digno do cinema. Há oito anos atrás, mais precisamente no dia 12 de junho de 2000, o Brasil parou para acompanhar, também por via de uma janela (só que de ônibus), a história de um seqüestrador que manteve reféns dentro de um coletivo.
O que era para ser mais um dos tantos assaltos à ônibus, se transformou numa verdadeira tragédia culminando na morte de uma vítima inocente. Polícia despreparada? Criminosos sem medo da lei? Imprensa sensacionalista? Nesse dia, drama, ação e jornalismo viveram lado a lado. O filme Última Parada: 174, que estréia na próxima sexta-feira (24/10), em cicuito comercial para todo o Brasil, sob a direção do cineasta brasileiro Bruno Barreto, traz às telonas a história de Sandro Barbosa, o seqüestrador da linha de ônibus carioca (que também foi vítima da chacina da candelária) e que teve apenas uma pessoa no seu enterro: a mãe adotiva dele.
O documentário Ônibus 174, de José Padilha, instigou Barreto para a construção de um filme ficcional sobre o relato. O que levou o diretor a se interessar pela história foi justamente um fato mostrado no documentário no qual somente a mãe adotiva de Sandro ter ido ao enterro dele. Mesmo correndo o risco de não ter um roteiro original onde não fosse contado nada de novo, Barreto resolveu ir pelo lado humano da personagem principal e contar o que há por detrás de um criminoso: uma vida e um laço familiar que mesmo com todas as adversidades, lutam para não ser esquecidos. Uma curisosidade à respeito do filme é que o protagonista Michel Gomes, intérprete de Sandro, esteve em Cidade de Deus e na série Cidade dos Homens, da TV Globo, em papéis menores.
Este post é um convite para que você, leitor e internauta, veja o filme e refleta sobre a postura do jornalismo e do cinema no relato da crônica policial. Além disso, o post promocional tem o objetivo de ser o instrumento de participação da promoção do blog Babel Ponto Com, da jornalista Letícia Castro, que sorteará ingressos exclusivos para o filme. Para participar, vá até o Babel e veja as normas do concurso. O Café com Notícias, que não é bobo nem nada, saiu na frente e também participa dessa super promoção. Corre lá também!
Essa semana eu volto com mais Café com Notícias.
Jornalista
19 comentários
Compade, vc é o feliz ganhador de uma par de ingressos para o super 174. Me manda teu endereço depois, tá?
ResponderExcluirE que post maravilhoso!
Beijoconas!
Infelizmente, Wander, documentários como esse não fazem o brasileiro parar e pensar em que sociedade queremos viver. Vejo um certo culto à violência por parte da TV (nas novelas, nos telejornais, etc). Não estamos nos dando conta do Inferno (literalmente) em que já vivemos. Não podemos sair à rua com tranqüilidade: sempre há a preocupação de não ser assaltado (para ser mais leviano).
ResponderExcluirDe qualquer forma, espero que o documentário retrate com maestria o caso "174". E se ganhar o ingresso, me conta depois como foi. :D
Um abraço!
Wander,
ResponderExcluirEu achei que nós já fôssemos "amigos" no orkut, mas vi agora que não. Fica à vontade pra me adicionar, vai ser um prazer poder conversar contigo mais vezes!
E não te preocupa, eu sei que quando aparece lá no Dos Crimes é por que vais dar uma contribuição, e isso exige tempo pra ler, pra digerir às vezes e comentar. Eu também não consigo mais acompanhar como gostaria o Café com Notícias, mas sigo sendo uma admiradora do teu trabalho (e consumidora fiel, rsrsrsrs, sempre que posso).
Enfim, beijo grande amigo!
Carla
Wander,
ResponderExcluirNem preciso dizer que a recíproca é verdadeira. Sou admiradora do teu trabalho e consumidora fiel (sempre que o tempo permite).
Eu achei que já te tivesse na minha lista do orkut, mas vi que não. Fica à vontade para me adicionar, vai ser ótimo conversar contigo mais vezes.
abraço grande,
O próprio documentário do José Padilha é um espetáculo. Eu assisti ao ônibus 174 com meus alunos de Semãntica e Pragmática para discutir até que ponto um ahistória tem várias leituras.
ResponderExcluirFez o maior sucesso e deixou os caras com aquele terrével sensação de aporia. O famoso... e aí?
Não sei muito o que espera depois do documentário, mas, é claro vou ao cinema por conta Bruno Barreto... quero ver com o ele vai contar a história.
Acontece a mesma coisa com o Tropa de Elite. Eu já havia visto o "Noticias de uma guerra particular", mas fui ao cinema por causa da polêmica e do Padilha.
Valeu a pena.
Em 2008, por conta da pós, fui poucas vezes ao cinema e quase todas para ver filmes nacionais.
ResponderExcluirEste filme, claro, não vi.
Mas irei desarmado de qualquer influência do caso Eloá.
A forma como os cineastas estão contando histórias, reais ou não, no cinema nacional, por si só, já são quase o valor do ingresso pago. E este certamente vai ser uma grana muito bem gasta.
muito bom esse post
ResponderExcluiraxo que vo ve esse filme
Falar em jornalismo, eu "tô" dentro!
ResponderExcluirrs rs
Ainda não tive a oportunidade de ver esse filme - até mesmo pela disponibilidade, cidades do interior da Bahia não costumam ser privilegiadas com lançamentos. Mas me parece um filme de muito bom gosto e de uma tentativa de crítica social. Espero que as pessoas possam ser sensibilizadas, positivamente, para pensar na realidade que vivemos atualmente.
Enfim,
Blog legal. Com um conteudo pertinente e acrescentador... E vamos continuar tentando transformar a xepa que é o jornalismo hoje em uma coisa legal e prazerosa de ser praticada.
Tiago Sant'Ana
www.jornalistadepeso.blogspot.com
nossa! tava comentando desse "escandalo na sociedade" com meu pai num faz nem dez minutos...
ResponderExcluireu adoro cinema, não importa se o roteiro é singular ou não, o importante é o sentimento que o filme transmite...
te amo por ter me informado disso... vou ir na estréia...
abração! e parabéns por ter ganhado os ingressos, e claro pelo seu talento!^^
Vou recusar o convite do post, por que eu não tenho interesse em ver esse filme. Acho que o cinema brasileiro deve se livrar desse apego ao crime e a pobreza. "Tropa de Elite" foi criticada por ser considerado parcial para o lado da políci9a. Veremos se esse foilme também vai ser criticado, por que com certeza, ele vai focar a visão de Sandro.
ResponderExcluirtchau.
quero ver este filme. Só falo um coisa daqui a 8 anos este msm diretor que fez este filme vai fazer do seqüestro da Eloá e Nayara.
ResponderExcluirhttp://rangervermelho.blogspot.com/
Seu blog é sensacional, conteúdo de qualidade.
ResponderExcluirQuero ver esse filme.
Visita o meu http://tchannannan.blogspot.com/
Vamos fazer uma parceria de de divulgação de banners/gif?
Abraço e bom fds.
Esse filme promete muito, Wander...
ResponderExcluirnão vejo a hora de assistí-lo
abçs
Lucas de Oliveira
Caro Wander,
ResponderExcluirtudo bem?
Feliz encontro este o nosso. Nem sempre leio tudo que de bom aparece no cardápio, tanto no seu como no de outros feras do jornalismo.Vimemos premido e espremido pelo tempo e somente quando for ex premido por ele poderei me organizar para refinar e ler os seletos.
Favoritei seu blogue mesmo após ter tomado meu costumeiro café. Provei e virei fã.
Não podemos deixar que o jornalismo abaixo do medíocre amargue nosso café.
Neste "capetalismo" o sangue e o drama das famílias de Isabella, João Hélio,Eloá e Nayara, são um belo prato para estes abutres profissionais que não respeitam o Código de Ética do Jornalismo, afrontram a Constituição Federal, o Código Penal, a Ética e etc. Não têm compromisso com a verdade e com a a opinião pública já dependente e fissurada por estas e outras drogas.
O compromisso destes abusadores da ignorância popular é com o capital, defendendo seus míseros empregos a qualquer custo.
EStive presente neste hodiento espetáculo do ônibus. Morava no RJ, exatamente no Humaitá, há dois quilômetors do local. É triste assistir tanta incompetência por parte das autoridades?.
Saudações fraternas,
Fernando, OCLARO
A estética da miséria humana está mesmo em evidência no atual momento do cinema brasileiro. Talvez seja um atalho para descobrirmos o monstro autofágico em que se transformou nossa sociedade. Não vou deixar de assistir...
ResponderExcluirUm abraço,
David.
Gostei do seu Blog....voltarei mais vzs.....Se tiver oportunidade,vá me visitar:
ResponderExcluirwww.mimirabolantes.blogspot.com
Esta semana vou ver o filme....Abraços,Monique
O Bruno Barreto fez 18 filmes e, nesse foi o único que o fez chorar.
ResponderExcluirO enredo é fantastico, o filme promete!!!
Abraços!!!
Wander, não gostaria de começar assim meu comentário, mas vou lá:
ResponderExcluir'Ótimo esse seu post'...
Mas do que mostrar como o jornalismo influi nos fatos da vida, esse caso demonstra como nós influímos ns vidas de outros. Como somos também responsáveis pelo surgimento de muitos Sandros pelo Brasil, e vivemos e somos levados pela mídia a pensar que estamos alheios a tudo isso.
Valeu, e parabéns por ter ganho os ingressos.
All3X
Hum...Acho que vou ver esse filme.
ResponderExcluirNunca botei muita fé nesse filme, mas acho que vou alugá-lo.