Jornalista trabalha para jornalista: e o público?
março 09, 2008Jornalista é muito atento ao trabalho da mídia. Além de ser uma demanda profissional o fato de estar sempre bem informado e por dentro dos acontecimentos que foram noticiados pelos outros veículos, os jornalistas que não fazem apuração bem feita e trabalhada, estão, consequentemente, comendo mosca e tomando barrigada.
Tive um professor na graduação que afirmou na sala uma vez que jornalista trabalha para o outro jornalista, e não para o público. Em tese, até que concordo. Apesar da função do jornalismo é, antes de tudo, apurar, informar e noticiar coisas que realmente interessam à sociedade, jornalista adora falar de outro jornalista, mais especificamente dos outros veículos.
Tive um professor na graduação que afirmou na sala uma vez que jornalista trabalha para o outro jornalista, e não para o público. Em tese, até que concordo. Apesar da função do jornalismo é, antes de tudo, apurar, informar e noticiar coisas que realmente interessam à sociedade, jornalista adora falar de outro jornalista, mais especificamente dos outros veículos.
O crachá da empresa que um jornalista trabalha, para muitos profissionais equivale a uma medalha de ouro, um troféu....rs....em alguns casos como se um jogador de futebol de várzea entrasse na seleção brasileira e vestisse o novo uniforme. Tem gente que leva esse negócio de "vestir a camisa" à sério de mais. E quando é demitido ou sai desse lugar, fica sem rumo. Como um cachorro que caiu da mudança. Há um "conflito" interno dentro dos jornalistas: para quem a notícia é voltada? Quem está de fora acha muito simples a resposta e, provavelmente vai dizer, o público. Mas quem vive ou já viveu numa redação ou numa assessoria de imprensa sabe que as coisas não funcionam assim.
Informação é poder. E, às vezes, mesmo os jornalistas sendo contra a esse tipo de atitude dos patrões, a informação é moeda de troca. Pobre de quem pensa que o alvo dos veículos de comunicação é somente o público. O público faz parte da estratégia de ganhar o jogo da visibilidade, também chamado de audiência, que faz com quem tem mais visibilidade pode cobrar mais caro pelo espaço comercial.
O jornalistas ficam no meio da guerra entre a audiência e a propaganda. Agradam, ou pelo menos tentam, na maior parte das vezes, os dois lados. E esquecem de agradar a si mesmos. Abandonam a vida pessoal, passam horas de plantão na redação, ficam até de madrugada crindo um novo plano de comunicação, vão até o "cafundó do judas" atrás da notícia e, quando assustam, passou-se o tempo. Tempo de ver os filhos crescerem. Tempo de sair à noite com a namorada. Tempo de visitar os pais e a família que não vê há tanto tempo. Tempo. O que falta é tempo: os minutos são contados em segundos.
O público que criou empatia pelo jornalista por vê-lo sempre naquele veículo, toma um susto, quando, de uma hora para outro, aparece um novo rosto, sem explicação. Mudam-se os formatos, os apresentadores, o estilo da produção. Aquilo que havia antes, não mais existe. Mas, espera aí: jornalista não trabalha para o público? Porque trocou aquele jornalista por esse? A minha opinião não vale? Mudou a estratégia. Sorte de nós, jornalistas, que o mercado é amplo e insconstante. Muda muito de semblante. O crachá já não vale mais de nada - o que importa é a concorrência.
Essa semana eu volto com mais Café com Notícias.
Jornalista
1 comentários
Cara, infelizmente sou obrigado a concordar com você...
ResponderExcluirJornalista trabalha não só para outro jornalista, como, para alguns, qualquer pessoa que não seja desta profissão, vira ser humano "menor".